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Emocionado, Fred conta versão de polêmica e diz que história pesou

Camisa 9 do Fluminense diz que história no clube e carinho dos torcedores foram fundamentais para decidir a permanência dele no Tricolor

14 abr 2016 - 19h14
(atualizado em 7/6/2016 às 16h06)
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Está resolvido. Depois de alguns dias de polêmica e indefinição, Fred finalmente falou sobre a briga com o técnico Levir Culpi. Em longa entrevista coletiva, o artilheiro passou a sua versão do caso, os dias que ficou afastado e como foi a nova conversa com o treinador nesta quinta-feira, quando selou a sua permanência nas Laranjeiras.

- Quero ser o mais objetivo e simples possível, como sempre fui para resolver meus problemas aqui no Fluminense. Antes de mais nada, quero esclarecer que meu problema com o Levir não foi por causa das substituições. Vou dar a minha versão, que é a verdadeira. O que aconteceu foi que após um jogo, tivemos uma discussão, o que considero normal. No dia seguinte, o Levir disse que eu estava humilhando um companheiro meu. Ele não conhecia minha história aqui dentro. O mesmo jogador que ele disse que eu tinha humilhado foi um jogador que eu engraxei chuteira, chorei com gol dele, aquilo me deixou muito mal. Tenho uma forma de pensar, jeito de agir dentro do campo e vestiário. Acho que ninguém vai me mudar. São sete anos e meio aqui dessa forma. Nunca carreguei um problema para depois de jogo. Seja com treinador ou jogador. Já tive várias discussões e um ou dois dias depois a gente se acerta novamente.

Ainda de acordo com Fred, pesou na decisão de permanecer a bonita história que escreveu em sete anos de meio de Fluminense e o carinho do torcedor e de funcionários do clube:

- Eu vi o que eu recebi. Eu vi o tanto de pancada, de gente, hoje quando as três senhoras que fazem o almoço do clube foram levar o almoço chorando comigo. Não é só pelo clube, pelas marcas, é pelo calor humano mesmo. Recebi mensagem até de outro clube falando para ficar. Mexe com a gente. É o clube que mais vivi coisas boas, mas me fez crescer. Se acontecesse uma saída pela porta dos fundos, seria muito ruim para todo mundo, principalmente pra mim.

COMO FORAM OS DIAS AFASTADO?

Foram dias complicados para mim, mas graças a Deus, com a reunião que tivemos hoje. Eu, Peter Siemsen, Jorge Macedo e Levir Culpi, nós nos acertamos. Agora é unir forças. Nem eu, nem ele vai ser maior que o Fluminense. Temos que unir forças. Se respeitar e fazer de tudo para ajudar a conquistar títulos aqui no Fluminense.

PORQUE FICOU INSATISFEITO?

Na minha cabeça, eu senti que existia maldade. Já passei por vários momentos complicados, aqui no Fluminense, já cheguei no fundo do poço e me reergui aqui dentro do clube. Isso é motivante. O que não me mata, me fortalece. Eu senti uma maldade naquele momento. Tenho um gênio forte, ele tem o dele. Na conversa de hoje, é cada um fazer o seu melhor. Ele é o comandante. Eu sou o capitão, atacante. Temos que conviver bem com isso.

VOCÊ FICOU MAL COM A SITUAÇÃO?

Até eu falar, eu estava querendo resolver as coisas o mais rápido possível. Graças a Deus não falei nada antes. Depois de muita reflexão, oração, as coisas ficaram claras. Eu não posso jogar uma história bonita que tenho aqui, na lata de lixo. O que falei para o Peter e o Levir, é que se tivesse maldade ou fritura para que eu saísse, o melhor momento para eu sair era esse. Minha relação com todos os jogadores é ótima. O que eu não aceito e nem vou aceitar nunca querer jogar esse grupo que é meu também contra mim. Muitas vezes, fui muito criticado porque eu superprotegia os moleques. Agora o desgaste foi porque teve essa cobrança. Futebol é isso. Se eu não resolver naquele instante, não tem jeito. Aquilo é minha vida. Se eu tivesse sem ganhar título, sem fazer gol, está todo mundo triste. Já discuti com vários atletas aqui dentro, é super normal. Isso é natural. Se não tiver, é difícil chegar em algum lugar.

VAI PRO JOGO DOMINGO?

Estou bem. Fiquei treinando. A única coisa diferente é que foi separado. Algumas noites sem dormir, mas fisicamente falando estou bem. Vou pro jogo, treinei normal e está tudo resolvido, graças a Deus.

FUNCIONÁRIOS

Todo mundo pediu. Os funcionários. Uma das coisas que mais tocaram foi isso. Carinho. Vizinhos colocando cartazes na varanda pra eu ler. Uma carta do Netflu, do Marcos Caetano, um texto do Rica Perrone, nas redes sociais, torcedor mandando. São coisas que nos deixam felizes. Fiquei feliz por voltar, porque aqui é minha casa e que não foi jogado tudo pro alto. Vou voltar mais fortalecido.

COMO FOI A REUNIÃO?

Falei para o presidente que o Levir vinha fazendo um grande trabalho. Mas pelo que eu tava sentindo, acho que deu pra mim. Eles fizeram de tudo para eu não sair e graças a Deus eles conseguiram.

FAMÍLIA

A minha família, meus amigos, todos os funcionários, falaram "Fred, você não pode sair". Se eu souber que existia algum problema, processo de fritura, maldade, eu não ia conseguir ficar. Se eu ver alguma injustiça eu vou tentar resolver. Poderia ter 50 anos de casa, se tivesse alguma coisa errada, me incomodando, eu ia pro combate. Até admiro alguns que olham e conseguem passar daquilo tranquilo.

CARINHO DA TORCIDA

Eu vi o que eu recebi. Eu vi o tanto de pancada, de gente, hoje quando as três senhoras que fazem o almoço do clube foram levar o almoço chorando comigo. Não é só pelo clube, pelas marcas, é pelo calor humano mesmo. Recebi mensagem até de outro clube falando para ficar. Mexe com a gente. É o clube que mais vivi coisas boas, mas me fez crescer. Se acontecesse uma saída pela porta dos fundos, seria muito ruim para todo mundo, principalmente pra mim.

VAI GOSTAR DE SER SUBSTITUÍDO?

Qualquer jogador competitivo não vai gostar de ser substituído. Não vai ficar bom. Vou lutar pelo meu espaço. O Cristovão me colocou no banco, três jogos, mas não falei nada. Trabalhei e fui artilheiro do Campeonato Brasileiro. O que temos que fazer é dar as mãos e um ser importante para o outro. Estou muito fortalecido, já estava muito motivado. Levir está fazendo um grande trabalho. Tenho certeza que as coisas vão melhorar.

GUSTAVO SCARPA

Nunca tive problema com ele. Se você perguntar aí, todos vão falar que eu sou chato. O Gustavo, o Gerson, o Marcos Júnior, o Osvaldo, são meus amigos, mas são os que eu mais me desgasto. Nesse mesmo dia da reunião eles me abraçaram, disseram que eu precisava de carinho. Já enfrentei o Edson aqui. Já pensou se ele vem pra cima de mim?

LEVIR E O HISTÓRICO DE AFASTAR ESTRELAS

Se aconteceu algo por onde o Levir passou, de falta de entrega e de compromisso, comigo é ao contrário. Não me encaixo nisso.

FOI A FASE MAIS DIFÍCIL?

Essa foi a mais difícil pra mim. Porque achei que iria acabar. Mesmo consciente, eu pensava que não poderia sair. Quem mais sofreu e me ajudou foi minha esposa. Ela falou para eu ficar sempre. Era com quem eu mais desabafava. Todos os momentos eu olhava pro lado, via o Gum, Cavalieri, o Márcio segurança, o treinador me dando a mão, o Maracanã gritando o meu nome mesmo com jogo já resolvido com 4 a 0. Dessa vez não tive nada disso do lado.

PROPOSTAS DE OUTROS CLUBES

Chegaram. Não conversei com ninguém. Chegou para o clube e para as pessoas que cuidam da minha carreira também.

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