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Especial 7 a 1. Casa da Alemanha durante a Copa espera número recorde de turistas europeus

5 jul 2015 - 07h23
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Em qualquer canto de Santa Cruz Cabrália, um turista pergunta onde estão os locais visitados por Neuer, Schweinsteiger, Klose, Müller, Özil, Khedira e Podolski durante a última Copa do Mundo. Acostumados com a simpatia e a simplicidade da seleção alemã, os moradores respondem às mesmas perguntas dos forasteiros no período pós-Mundial. O município que acolheu os germânicos há um ano, agora, se prepara para um boom turístico jamais imaginado para uma cidade de apenas 27.854 habitantes, segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Se o 7 a 1 do Mineirão devastou o futebol brasileiro e o colocou no limbo, para Cabrália o efeito foi bem diferente. Neste mês, a cidade trabalha com a possibilidade de chegar a um recorde do número de visitantes estrangeiros.

Cabrália com as cores do Brasil e da Alemanha durante a Copa do Mundo

- Tivemos um termômetro que apontou 98% da ocupação, entre 27 de dezembro e 15 de janeiro. A expectativa é que venham muitos europeus. Pensamos em números altos. Será nossa primeira experiência durante o verão europeu no pós-Copa. É um público que nos interessa muito, porque fica, no mínimo, dez dias. Já os brasileiros têm o costume da estadia mais reduzida - indicou o secretário de Turismo de Cabrália, Fernando Oliveira dos Santos, em entrevista ao LANCE!Net.

A parceria com os tetracampeões mundiais levou Cabrália à "ITB Berlim", feira de turismo que ocorreu em março deste ano, a maior do segmento. A dobradinha também dará frutos à Bahia, que poderá contar com voos mais frequentes de empresas aéreas europeias. Segundo Diogo Medrado, presidente da "Bahiatursa", a Alemanha está na quinta posição entre os países que mais visitam a Boa Terra.

LEGADO

A Alemanha não veio ao Brasil apenas para ganhar a Copa do Mundo. Deixar um legado seria uma marca tão importante quanto alçar o troféu do campeonato mais importante num palco emblemático como o Maracanã. Em Cabrália, a imagem do elenco foi trabalhada meticulosamente. Os jogadores seguiram à risca o cronograma de treinos e atividades físicas, mas também se misturaram à população, visitando colégios e aldeias, com todo apoio dos baianos.

Agradecimento à seleção alemã publicado no site de Santa Cruz Cabrália (Foto: Reprodução)

- Tudo o que ocorreu aqui estava prédeterminado. Quando a Alemanha sediou a Copa de 2006, a seleção tinha como objetivo fazer o povo voltar a sorrir. Em 2014, a proposta era ser o segundo time mais querido entre os brasileiros. A sintonia entre Cabrália e Alemanha deu certo. Nesta região, o povo tem calor humano. Nosso inverno faz, no mínimo, 21 graus. Aqui, eles treinaram à tarde, com 29 graus, e depois estavam numa academia sem ar-condicionado. Talvez, no Sul ou no Sudeste, a Alemanha não mostrasse tanta simpatia. Enquanto isso, nossa Seleção estava nos Alpes da Granja Comary - celebrou Fernando Oliveira.

O casamento entre a Nationalmannschaft e Cabrália foi possível graças às intermediações do empresário do mundo da moda Christian Hirmer, ligado à federação daquele país. Durante as negociações, uma comitiva da entidade visitou três vezes as instalações de Cabrália e da vila de Santo André, local onde a seleção treinou, se hospedou e que agora abriga um luxuoso resort. As viagens não foram divulgadas até o sorteio da Copa do Mundo. As obras para deixar tudo impecável custaram R$ 30 milhões, como estimam os organizadores.

No episódio final dos 45 dias de estadia, um final feliz para todos os lados. A Alemanha meteu sete no Brasil e ainda saiu como a seleção mais simpática da Copa. Já os índios pataxós da região, que inspiraram os craques europeus, levaram um cheque de 10 euros (R$ 35 mil) assinados pela federação germânica.

- Futebol não tem língua. A passagem da seleção alemã significou a redescoberta de Cabrália. Os portugueses chegaram aqui em 1500. No ano passado, desembarcaram os alemães. O grande marco foi a mídia espontânea que gerou um orçamento que não teríamos alcançado. Já os grandes legados foram disciplina, organização e planejamento - destaca o secretário de Turismo.

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