PUBLICIDADE

LANCE!

Especial 7 a 1: Mundo do futebol ainda está perplexo com vexame da Seleção

4 jul 2015 - 07h56
Compartilhar
Exibir comentários

Vergonha, surpresa, vexame... São muitos os adjetivos que podem ser utilizados para determinar o fracasso da Seleção na Copa do Mundo do Brasil, que culminou com o 7 a 1 para a Alemanha. Incrédulo, o mundo do futebol viu sua maior potência ruir. E, pior, sem forças ou perspectivas para mudanças. O LANCE! buscou especialistas pelo mundo que acompanharam a maior derrota da história da Seleção, e todos parecem ainda chocados com o desempenho do time que era comandado por Felipão, e que hoje está nas mãos de Dunga.

Miguel Cáceres (ABC Color-Paraguai)

"A Seleção Brasileira neste momento se divide em antes e depois do 7 a 1. Posso dizer que tem uma imagem muito desgastada. A entrada de Dunga não mudou muito isso.  Agora o Brasil perdeu um pouco da credibilidade e do próprio respeito que os adversários, sobretudo menos tradicionais, tinham. Acho que a aposta em um técnico de fora válida. É preciso acabar com essa hipocrisia de que apenas um brasileiro pode dirigir a Seleção. O Paraguai é um exemplo. Estamos em um novo processo com Ramón Díaz  depois de um período de resultados muito ruins."

Ignacio Leal (La Tercera-Chile)

"O Brasil não é mais o gigante de 15 anos atrás. Aqui a esperança era de uma final contra o Brasil, até pelo que aconteceu no último Mundial. A impressão que dá é que o time atual é muito diferente da época do Ronaldo, do Robinho na Copa América de 2007. Eram times com cara de ganhadores, que iriam conquistar o título. Não acho que o problema seja um treinador local. Mas é preciso entender o momento atual e achar soluções."

Enrique Gastañaga (Clarín-Argentina)

"Técnico de fora ou brasileiro, quem comandar a Seleção Brasileira hoje precisa ter como primeira missão resgatar a característica genuína brasileira. O futebol brasileiro tem uma marca. É preciso recuperá-la. Humildade para reconhecer o momento. A Argentina passou por isso depois do Maradona. Teve o 5 a 0 para a Colômbia. Brasil é um gigante, sempre será, mas que neste momento não mete tanto medo assim. Não acho que a vinda de um técnico de fora seja o caminho. Os grandes centros  precisam de pessoas locais, que conheçam a história e a maneira do brasileiro atuar. E por fim ter paciência e encontrar os jogadores e ir preparando da melhor forma."

Marcelo Sottile (OLÉ-Argentina)

"O Brasil tem um escudo em sua camisa que é enorme. Eu particularmente não gosto de enfrentar o Brasil. O maior problema atual é que a Seleção Brasileira não joga como Seleção Brasileira. Com felicidade, com alegria. Após uma vitória ou um título ver um jogador sambando na zona mista, como o Ronaldinho Gaúcho fazia. Agora é só saída rápida de bola e procurar o Neymar. Isso é um pecado. Estava na final da Copa da Copa das Confederações em 2005 e vi isso de perto. Foi um passeio em campo e uma festa depois. Não entendemos o Dunga como técnico. Parece que não tem alegria atualmente na Seleção. Não sou a favor de um técnico de fora, mas o único que aceitaria seria o Guardiola."

Massimo Basile (Corriere dello Sport-Itália)

"Em um ano, as coisas no futebol brasileiro mudaram para pior. O Brasil parece não ter alma, coração, não se assemelha ao que foi no passado. A Seleção Brasileira hoje é uma equipe de jogo feio, sem um meia de alto nível e sem um atacante que possa ser do mesmo nível do Neymar. Além disto, o Thiago Silva se perdeu. Se um dos melhores jogadores da Copa América foi o Robinho, isto não pode ser algo digno da Seleção Brasileira sonhar com um futuro para a Europa. É inegável que o Brasil segue produzindo bons jogadores - muitos deles utilizados para vendas na Europa. Mas parece não ter treinadores de nível internacional, capazes de fazer os jogadores melhorar taticamente ou na personalidade. O Dunga não podia treinar um grande clube na Europa. Por aqui, ninguém (ou quase ninguém) conhece os treinadores do Brasileirão, ninguém fala mais das equipes brasileiras. Isto é uma coisa muito estranha e triste."

Martin Arn (BLICK-Suíça)

"Toda a redação do diário BLICK estava ansiosa para ver esta partida. Era um clássico. Alguns torciam para o Brasil, outros para a Alemanha. Mas ninguém poderia imaginar o que aconteceria naquela noite! No intervalo ficamos boquiabertos. Perplexos! Consternados! "O horror brasileiro", publicamos na capa do jornal no dia seguinte. Ninguém acreditava no que tínhamos acabado de ver. Jogo bonito da Alemanha, por um lado. E tormenta brasileiro, por outro. O mundo ao contrário. Acredito que o Brasil não se recupera desse golpe. A designação de Dunga como técnico após o Mundial mostra que o futebol brasileiro está olhando muito mais para trás do que adiante. É certo que teve bons resultados, mas eram amistosos. Na Copa América o Brasil não conseguiu demonstrar que superou a vergonha de Belo Horizonte. Os brasileiros, que eram artistas da bola, fracassaram. Contra a Colômbia, e contra o modesto Paraguai. Isso é o pior que pode passar um jogador. Ainda mais quando é brasileiro."

Lance!
Compartilhar
Publicidade
Publicidade