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'Gringo errado' já resolveu mata-mata pelo Santos contra o Figueirense

1 out 2015 - 09h17
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Edgar "Chito" Baez é ex-jogador profissional de futebol e professor de crianças em uma escolinha em Assunção, capital do Paraguai. Na conversa com seus meninos antes e depois dos treinos, conta diversas experiências vividas no Cerro Porteño, no Sol de América, no Racing da Argentina e até na seleção local. Seu maior orgulho, porém, é ter defendido o time do Pelé entre 1996 e 1997. No Santos, ele disputou 28 jogos, marcou sete gols e guardou uma história que talvez prefira não contar à molecada: ele foi contratado por engano pela diretoria alvinegra em 96.

Vanderlei Luxemburgo, técnico do Peixe na ocasião, pediu a contratação do paraguaio Baez à diretoria logo após sua chegada. O Santos foi lá, pagou 600 mil dólares e anunciou o reforço gringo. Só quando a contratação desembarcou no Brasil que Luxa descobriu se tratar de Edgar Baez, do Guaraní, e não Richart Baez, então goleador da Libertadores pelo Olímpia. Na época todas as partes se calaram sobre o caso, garantindo que era o Baez correto.

– Foi o auge da minha carreira, sem dúvida. Mas é verdadeira a história que era outro que queriam contratar. O Vanderlei pediu por Richart e o Santos confundiu, pensou que fosse eu. Quando falaram para o Vanderlei eu já estava contratado e todos ficaram quietinhos. Mas mesmo assim foi um privilégio para um paraguaio jogar no Santos – diz Edgar Baez, o gringo errado, ao LANCE!.

Um dos poucos gols de Baez pelo Peixe foi na Copa do Brasil de 1997, na única vez antes de 2015 em que Santos e Figueirense duelaram pelo torneio. Ele fez o gol da vitória por 1 a 0 no jogo de ida, no Orlando Scarpelli, e também foi titular nos 3 a 2 da volta, no antigo Palestra Itália. O gringo errado também tem história para contar...

– Estou em um time treinando crianças e trago a experiência do futebol brasileiro para eles. Agora espero fazer uma parceria com clubes brasileiros, o próprio Santos, e mandar jogadores para o país. Mas não atacantes como eu, e sim zagueiros, laterais e meias de defesa. Atacante estrangeiro é muito mais difícil dar certo no Brasil, tem que ser muito bom, ter o drible, tem que ser muito acima da média, porque o Brasil é quem melhor fabrica jogadores. Zagueiro não, é só correr e ter vontade - diz o paraguaio, que tem na ponta da língua a explicação para o insucesso no Brasil.

- Foi meu auge, porque depois fui para a Arábia, voltei para o Paraguai e me aposentei aos 34 anos. Hoje tenho 43. Mas na época tinha Muller, Macedo, depois Edmundo, Aristizábal, Caio, Caíco. Se eu fosse defensor até dava para jogar, mas como atacante não... - brinca.

Feliz por ser lembrado pelo Brasil, Edgar Baez hoje mantém contato com alguns contemporâneos do Santos, como Baiano, Marcos Basílio, Élder, Marcos Assunção e Camanducaia. Sobre o atual time do Santos, ele diz que "não acompanha muito, mas sabe que tem uma garotada boa".

OUTRO MICO EM 2006

Dez anos depois de Edgar Baez passar pelo Santos sem deixar saudades, o clube conseguiu a proeza de errar em mais uma contratação. Em 2006, Vanderlei Luxemburgo (sim, de novo ele) indicou o mexicano De Nigris, então no Tigres e com passagem pela seleção local. Novamente, a diretoria foi ao México e cumpriu a missão, mas trouxe o irmão do verdadeiro alvo de Luxa. Em vez de Aldo veio Antonio, que deixou o Peixe com duas partidas disputadas e um gol marcado.

– Na época houve um mal entendido – explicou Aldo, anos depois.

Antonio De Nigris morreu aos 31 anos, em 2009, vítima de parada cardíaca. Aldo joga no Monterrey atualmente.

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