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Há um ano no Palmeiras, trio de argentinos volta à 'estaca zero'

6 ago 2015 - 08h11
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"Volte ao ponto de partida". Se a passagem dos argentinos Allione, Mouche e Cristaldo pelo Palmeiras fosse representada em um jogo de tabuleiro, esta teria sido a orientação dada a eles. Cerca de um ano após desembarcarem no Brasil a pedido de Ricardo Gareca, os três já viveram bons momentos com a camisa alviverde, mas hoje travam difícil batalha por uma vaga no time.

Palmeiras Cristaldo Alione e Mouche
Palmeiras Cristaldo Alione e Mouche
Foto: rquivo Lance!

Quem mais havia avançando neste tabuleiro era o atacante Cristaldo. Autor de 12 gols nesta temporada, o camisa 9 é o artilheiro do elenco e caiu nas graças da torcida pelo carisma e as brincadeiras nas redes sociais, mas nem assim conseguiu se fixar como titular. Neste momento, está atrás de Leandro Pereira, Lucas Barrios e Alecsandro na preferência de Marcelo Oliveira, que cogita utilizá-lo pelas beiradas do campo.

Mas foi justamente por não ser escalado como centroavante que ele chegou a ficar convicto de que se transferir para o River Plate (ARG), em janeiro, seria a melhor opção. Em uma conversa com Oswaldo de Oliveira, que na época dirigia o Verdão, Cristaldo avisou que preferia atuar centralizado e, enfim, deslanchou. Agora, fazendo gols e com espaço cada vez mais reduzido, ele ficou balançado com uma proposta do Jaguares (MÉX), já recusada pela diretoria, e ainda não descarta sair nesta janela.

Quem está se esforçando para voltar a andar algumas casas é Mouche, que disputa espaço com Rafael Marques, Dudu, Kelvin, Fellype Gabriel e Gabriel Jesus. Ele sofreu uma grave lesão no joelho direito em janeiro, foi muito elogiado pela dedicação no período de recuperação e voltou a se concentrar para um jogo no fim do mês passado, contra o Vasco – não saiu do banco. Nesta semana, pediu à comissão técnica para ir à Academia de Futebol durante a folga do grupo e trabalhar a parte física.

Autor de gols importantes na luta contra o rebaixamento, em 2014, ele fez trabalho extra nas férias de dezembro para começar bem o ano, mas a lesão fez com que seus concorrentes disparassem à frente.

Allione também é postulante a essa vaga e começou 2015 como titular, mas o joelho também o fez voltar à estaca zero. Assim como Cristaldo, ele costuma ser assediado por outras equipes. Se não conseguir retomar o espaço até o fim da temporada, terá boas chances de ser negociado no fim do ano.

O Verdão, com dinheiro de seu presidente, gastou mais de R$ 25 milhões pelos argentinos. Tobio já foi. E o trio? Vai dar retorno?

ALLIONE

Sobe - Revelação do Vélez Sarsfield (ARG), o meia-atacante chegou ao Palmeiras com apenas 19 anos, em julho do ano passado, e logo tornou-se querido pela torcida. Estreou em um amistoso contra a Fiorentina (ITA), abusando dos dribles, e já virou xodó. Ganhou espaço efetivamente no início de 2015, com Oswaldo, que o escalou como titular desde os amistosos. Fez 12 jogos no ano, com dois gols. No ano passado, foram 18 jogos e nenhum gol.

Desce - Apesar de ser titular, dificilmente deixou de ser substituído por Oswaldo de Oliveira. Já estava perdendo espaço – Dudu e Rafael Marques fazem a mesma função – quando parou para operar o joelho direito, no dia 8 de abril. A cirurgia era considerada simples, mas a recuperação demorou mais do que o esperado. Ele começou a treinar com todo o grupo, sem limitações, na última semana. Agora, tem diversos concorrentes pela vaga de titular.

MOUCHE

Sobe - Contratado em junho do ano passado, o camisa 14 teve participação decisiva em resultados que ajudaram a evitar o rebaixamento do Palmeiras para a Série B do Brasileiro: marcou no empate por 1 a 1 com o campeão Cruzeiro, no Mineirão, e na vitória por 2 a 1 sobre o Grêmio, no Pacaembu – ele ainda fez gol em vitória por 1 a 0 sobre o Avaí, na Copa do Brasil, totalizando três gols em 20 partidas disputadas na segunda metade do ano passado.

Desce - Argentino passou parte das férias trabalhando a parte física para iniciar bem a temporada, mas lesionou gravemente o joelho direito logo no primeiro amistoso de 2015, contra o Shandong Luneng (CHN). Ficou seis meses fora de combate a agora tenta recuperar seu espaço diante de grande concorrência, novamente apostando em trabalho extras. No ano passado, ele reclamou de Dorival por não jogar tanto. Agora, está fora de polêmicas.

CRISTALDO

Sobe - O camisa 9 é o artilheiro do Palmeiras nesta temporada, com 12 gols em 29 partidas. Uma conversa com Oswaldo de Oliveira, ainda durante a pré-temporada, determinou que ele jogaria como centroavante, e não mais aberto pela esquerda, como fazia com Dorival Júnior no fim do ano passado. A mudança deu certo, e o argentino passou a mostrar seu faro de gol: marcou dois em amistosos, três no Paulista, três na Copa do Brasil e quatro no Campeonato Brasileiro até o momento. Além disso, é muito querido por atletas e torcedores pela irreverência.

Desce - Contratado em agosto do ano passado, o Churry demorou para se adaptar ao futebol brasileiro. Nos 19 jogos que disputou em 2014, marcou apenas dois gols. Neste ano, embora seja o artilheiro do time, não conseguiu se firmar como titular. Passou o primeiro semestre revezando com Leandro Pereira, que segue em sua frente na preferência da comissão técnica, e agora está atrás também de Lucas Barrios e Alecsandro, contratados posteriormente. Tem rendido melhor quando sai do banco do que quando começa como titular.

Confira um bate-bola exclusivo com Cristaldo:

A demissão do Ricardo Gareca, pouco depois da chegada dos argentinos que ele indicou, atrapalhou a adaptação de vocês?

Foi mais difícil para mim, porque eu tinha acabado de chegar ao Palmeiras quando ele saiu. Fiz só uns três ou quatro jogos com ele e ainda estava em plena adaptação ao país. Fiquei um pouco surpreso, mas o futebol é assim. O que manda são os resultados, e o Gareca não conseguiu fazer os resultados que pensava e queria. Eu já sabia a classe de treinador que ele é e sei que ele podia fazer muito pelo Palmeiras, mas é futebol.

Você esteve perto de ser vendido. Ficará no Palmeiras pelo menos até dezembro deste ano?

Como sempre falo, estou bem no Palmeiras, tranquilo. Mas não sei ainda o que vai acontecer no futuro, porque o prazo é 31 de agosto, a janela está aberta. Não só eu, mas qualquer jogador pode sair do Palmeiras. Estou bem, feliz, tranquilo, muito adaptado ao Brasil e ao clube. Quero ficar, mas não sei o que vai acontecer.

A proposta do Jaguares, do México, chegou até você?

Para mim, oficialmente, não chegou nada. Não sei se chegou às mãos do meu empresário, mas às minhas mãos não chegou nada oficial.

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