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Hernanes se inspira em Jesus e Einstein para 'mudar o próprio mundo'

25 jul 2015 - 08h23
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Depois de ver de camarote a rival Juventus nadar de braçadas no Campeonato Italiano nos últimos anos e disputar a final da edição 2014/15 da Liga dos Campeões contra o Barcelona, a Inter de Milão vê na próxima temporada a oportunidade ideal para dar a volta por cima. Uma busca por recuperação de espaço no cenário internacional que passa pelos pés de Hernanes.

Inter de Milão x Roma - Hernanes
Inter de Milão x Roma - Hernanes
Foto: Olivier Morin / AFP

Visto como um dos principais líderes do reformulado elenco, que recentemente foi reforçado com a chegada do zagueiro Miranda, o meia brasileiro é peça-chave da equipe italiana. O desejo do clube de retornar aos holofotes coincide com a meta pessoal de Hernanes. Aos 30 anos, ele se espelha na história de Jesus Cristo: acredita que mudará o destino da própria vida até completar 33.

– Todo mundo fala da idade. Nunca achei 30 anos uma idade elevada. Me vejo chegando ao auge da carreira com 30 anos. Faço ainda uma comparação com Jesus, que eu procuro seguir sempre. Jesus, aos 30 anos, começou a sua caminhada. Em três anos, ele mudou a história do mundo e da humanidade. Quero mudar a minha história e o meu mundo nos próximos três anos – declarou.

Desbancar a Juventus, conquistar o sonhado título da Liga dos Campeões e participar de mais uma Copa do Mundo são alguns dos “milagres” que o “Profeta”, apelido recebido no Brasil e que ainda faz sucesso na Itália, espera realizar.

Jesus Cristo é a sua maior inspiração. Assim como Ele, você realiza “milagres”?

Para responder a essa pergunta vou citar outro cara: Albert Einstein. Há uma frase dele que diz: “Há duas formas para viver a vida: uma é acreditar que não existem milagres; a outra é acreditar que todas as coisas são milagres”. Eu sou da segunda turma e vejo todas as minhas conquistas como milagres, algo acima da média. Porque quando você vive na média, na zona de conforto do ser humano, você não conquista nada. Então cada conquista na minha vida eu considero e levo como um milagre.

Você quer mudar a sua vida nos próximos três anos. Mas Jesus morreu aos 33 anos... Sinal que você pensa em parar aos 33?

Não, não... Na verdade, Jesus Cristo, aos 33 anos, ressuscitou e aí sim começou a fazer história. Se eu conseguir realizar tudo o que eu penso... Ainda quero desfrutar muito mais da minha carreira.

Quais “milagres” você ainda espera realizar?

Me classificar para disputar a Liga dos Campeões com a Inter de Milão. Depois, ser campeão. Esse título da Liga seria muito importante, é o meu primeiro grande objetivo.

Jogar mais uma Copa do Mundo também seria um “milagre”?

Com certeza. Seria o auge desses meus três próximos anos. Quero jogar a Copa do Mundo da Rússia de 2018. Vou estar com 33 anos, né?

Por que você se vê no auge da carreira entre 30 a 33 anos?

Essa é a fase mais gostosa da carreira. Estou no auge da força física e da maturidade. Me tornei mais maduro e experiente, mas minha essência segue a mesma, continuo um cara brincalhão. Mudei bastante, mas nao mudei nada (risos). É interessante isso, como analiso o meu crescimento. Estou gostando disso. Mas vale ressaltar que ainda não estou realizado. Eu ainda vou além, mas tudo no tempo certo e sem precipitações. Tenho muito a provar ainda, tenho diversos objetivos.

Para alcançar esses “milagres”, a Inter de Milão precisa voltar a mostrar força na Europa. Por que o time italiano deixou a desejar nos últimos anos?

O futebol é momento. A Inter viveu recentemente um momento muito bom, com cinco ou seis títulos consecutivos da Série A. Agora, a Juventus vive um grande momento. Eles passaram por mudanças, formaram um time vencedor e conseguiram colher bons frutos. É preciso plantar para colher. Não dá para colher sem antes plantar. Volto a dizer: o futebol é momento. E você precisa aproveitar os momentos de vitórias. Estamos motivados para fazer a roda girar. A roda precisa girar.

Recentemente, o ídolo alemão Lothar Matthäus, que jogou na Itália, disse que a Inter vive um “momento medíocre”...

A palavra talvez seja um pouco forte. Creio que ficamos aquém do que se é esperado da Inter de Milão. A gente sabe o que o clube representa. Ele representa muito mais, pode fazer muito mais. Ficamos aquém, mas cada um usa a palavra que quiser. Sabemos onde queremos chegar.

Ainda nessa linha de raciocínio, por que o futebol da Itália perdeu tanto espaço para outros os centros? O que houve?

O futebol italiano começou a voltar a ser protagonista. A Juventus disputou a final da Liga dos Campeões, com chance de ser campeã. O Napoli foi longe na última Liga Europa. A Itália perdeu espaço porque os outros países começaram a contratar mais, os clubes ficaram mais fortes. Mas vamos mudar isso, precisamos mudar.

Desbancar a Juventus faz parte dessa mudança, certo?

Não só a Juventus. A rivalidade existe, é verdade, mas eu, particularmente, não fico olhando só para Juventus. Quero ganhar de todos, trabalho para vencer todos. Queremos fazer uma grande temporada. Nossa expectativa é muito boa, mas precisamos ter os pés no chão.

Juventus sem Tevez, Vidal, Pirlo... Essa é a hora certa de atropelar a Juventus?

Não. Independentemente de quem sair e quem ficar, a Juventus é sempre um adversário forte, um rival que precisa ser respeitado. O mais importante é concentrarmos o foco no nosso trabalho, na nossa capacidade de se organizar, de se estruturar como time, para vencer quem quer que seja. A Juventus será sempre forte, mas nós temos que nos fortalecer ainda mais.

A Inter de Milão passou por uma reformulação, se fortaleceu e trouxe grandes reforços. Você ficou e se firmou como um dos líderes do time. Como vê essa liderança?

Eu tenho crescido dentro do grupo, é verdade. Mas prefiro fazer o meu trabalho, conquistar as coisas com o meu trabalho. Besteira minha falar sobre liderança. Quero sempre demonstrar o quanto posso ser útil e importante para o time. Valorizo o que conquistei aqui na Inter, mas quero ser ainda mais importante para o clube. Quero títulos.

Miranda, que jogou contigo no São Paulo, foi um dos jogadores contratados pela Inter de Milão. Acha que isso pode facilitar sua volta à Seleção? Ele foi o capitão do time de Dunga na Copa América...

Eu acredito no meu trabalho. E só quero conquistar coisas que estejam relacionadas ao meu trabalho. Na minha cabeça, penso só em entrar em campo e arrebentar.

Você vem de boas temporadas na Itália. Enquanto isso, jogadores que atuam na China e em outros centros com menos prestígio no futebol têm ganhado espaço na Seleção. Se revolta com isso?

Cada treinador tem as suas preferências. Por isso, o jogador que está no melhor momento é convocado, cada um deles com as suas características. O maior desafio é você provar para o treinador que é o jogador ideal para ser convocado.

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