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Mundial de Atletismo começa em Pequim sob a sombra do doping

21 ago 2015 - 07h14
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Em Pequim, não se fala em outra coisa. Às vésperas da 15ª edição do Campeonato Mundial de Atletismo, que terá suas primeiras provas na noite desta sexta-feira (horário de Brasília) na capital da China, o tema de entrevistas, reportagens e conversas de bastidores foi quase  unânime: doping.

Justin Gatlin
Justin Gatlin
Foto: Emmanuel Dunand / AFP

O evento começará após um mês conturbado dentro da modalidade, principalmente após denúncias de veículos da mídia internacional sobre acobertamento de casos, e novos testes positivos.

A maior bomba caiu no início de agosto sobre a Associação Internacional das Federações de Atletismo (Iaaf), entidade máxima da modalidade no planeta.

Em reportagem da emissora alemã ADR e do jornal inglês “Sunday Times”, a Iaaf teria escondido resultados positivos de atletas medalhistas (146 nomes) em Campeonatos Mundiais e Olimpíadas entre 2001 e 2012. No entanto, outras notícias semelhantes chacoalharam o atletismo (leia mais abaixo).

Com tudo isso, o Mundial de Atletismo em Pequim começará sob uma nuvem de ceticismo, desconfiança e até mesmo de crise.

O impacto do doping sobre a modalidade é tão grande que algumas comparações com o ciclismo, esporte em que inúmeros casos de doping aparecem anualmente, já começaram a ser feitas.

– Nós não somos o ciclismo. Não temos lições a aprender de outras modalidades – falou nesta semana Lamine Diack, que está de saída da presidência da Iaaf para dar lugar ao britânico Sebastian Coe, eleito na quarta-feira para o cargo.

Coe, inclusive, também teve de se posicionar sobre o tema.

– A tolerância é zero a respeito de doping em meu esporte, e manterei isso com o máximo nível de vigilância – falou o novo presidente.

Todas essas notícias sobre doping ofuscaram as expectativas de recordes mundiais e quem são os favoritos às medalhas no Mundial. Até mesmo o retorno de um grande evento ao icônico estádio Ninho de Pássaro, símbolo da Olimpíada de 2008, acabou em segundo plano.

Maratona abre competição

 A primeira medalha de ouro do Campeonato Mundial de Atletismo em Pequim sairá já na noite desta sexta-feira.

Às 20h30 (de Brasília), será dada a largada para a maratona masculina, em que 68 atletas percorrerão 42,195 km pelas ruas da capital da China. O Brasil terá três atletas: Solonei da Silva, Gilberto Lopes e Edmilson Santana.

No primeiro dia de competições, outras duas finais serão realizadas: arremesso de peso feminino, e 10.000m masculino, com a presença do astro britânico Mo Farah. O Mundial de Pequim será disputado até o dia 30.

A LINHA DO TEMPO DO DOPING NO ATLETISMO RECENTEMENTE

Dezembro de 2014

A emissora alemã ARD publica um documentário denunciando um esquema de corrupção e doping sistemático na Rússia em diversas modalidades, entre elas o atletismo. Autoridades esportivas, entre elas a Agência Antidoping Russa (Rusada), acobertariam casos positivos de atletas locais. O caso ganhou repercussão mundial. 

2 de agosto de 2015

A TV alemã faz novas denúncias, ao lado do jornal inglês “Sunday Times”. Desta vez alvo é a Associação Internacional das Federações de Atletismo (Iaaf). Um terço das medalhas em Mundiais e Olimpíadas entre 2001 e 2012 (146 pódios) teriam sido obtidas por atletas dopados, mas que tiveram seus casos encobertos.

11 de agosto de 2015

Encurralada após as denúncias, a Iaaf tenta mostrar serviço e que está preocupada com o combate ao doping. A entidade anuncia que reavaliou exames dos Mundiais de Helsinque-2005 e Osaka-2007, e detectou 32 novos casos positivos. Nenhum nome de competidor flagrado, no entanto, foi divulgado pela associação.

17 de agosto de 2015

A turca Asli Cakir Alptekin é suspensa por oito anos e tem sua medalha de ouro obtida na Olimpíada de Londres-2012 nos 1.500m cassada pela Corte Arbitral do Esporte (CAS) – a Iaaf recorreu após a absolvição da atleta em seu país. Em 2013, ela apresentou níveis sanguíneos alterados em seu passaporte biológico.

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