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Nelsinho Piquet luta contra tabu na busca pelo título da Fórmula E

26 jun 2015 - 22h23
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Chegar ao último fim de semana do campeonato na liderança e com boas chances de ser campeão logo na temporada de estreia. De quebra, acabar com um jejum de 11 anos sem conquistar um título. Nem o próprio piloto acreditaria se alguém cogitasse tal possibilidade alguns meses atrás. Mas é justamente isso que está prestes a acontecer com Nelsinho Piquet, hoje e amanhã, na rodada dupla em Londres (ING), nas últimas corridas do primeiro ano da Fórmula E.

Nelsinho Piquet celebra a vitória em Moscou
Nelsinho Piquet celebra a vitória em Moscou
Foto: Divulgação / FIA Formula E

– Se tivessem me falado no começo do ano que terminaríamos o campeonato entre os três primeiros, com certeza assinaria embaixo em qualquer lugar. Não esperava, realmente. A temporada começou difícil para a gente, e nunca imaginei por conta das dificuldades que tivemos. Não sabíamos se iríamos participar do campeonato até duas semanas antes do início. Então, nunca esperava estar em uma posição dessa – afirmou o brasileiro, da Nextev TCR ao LANCE!Net.

Após um início não muito animador, com um oitavo lugar na primeira corrida, na China, e um abandono em seguida, na Malásia, Nelsinho embalou uma sequência de bons resultados. A partir da terceira etapa, foram duas vitórias e outros três pódios. Sua pior colocação desde então, foi um quinto lugar. O resultado: a liderança entre os pilotos, com 128 pontos. Seu compatriota Lucas di Grassi aparece em seguida, com 111.

– Depois da primeira corrida, tivemos muito tempo para trabalhar as coisas. Na estreia, percebi que a gente estava literalmente perdido, não sabíamos o que era economia de bateria, como economizá-la... Tinham mil coisas que a gente tinha perdido. Depois da China, a gente se reestruturou, um patrocinador entrou com o suporte técnico que mudou bastante as coisas – avaliou.

Com experiência em diversas categorias do automobilismo mundial, algumas como convidado – Fórmula 1, Nascar, Stock Car, Indy Lights, Global RallyCross (na qual ainda corre atualmente) –, Nelsinho está perto de, enfim, quebrar um jejum. Ele não conquista um título desde 2004, quando faturou a Fórmula 3 britânica. Então, que seja dada a largada para o brasileiro levantar a taça de campeão.

A TEMPORADA

A primeira temporada da Fórmula E teve 11 provas, as duas últimas em Londres (ING), neste fim de semana. Após nove etapas, Nelsinho Piquet lidera, com 128 pontos. Lucas di Grassi está em segundo, com 111. Em seguida, aparecem Sebastien Buemi (SUI), com 105, e Nicolas Prost (FRA), com 82. O brasileiro Bruno Senna é o 12, com 28.

NELSINHO PIQUET

O brasileiro teve duas vitórias e outros três pódios na temporada. Confira:

– 8º na China;

– Abandono na Malásia;

– 2º no Uruguai;

– 3º na Argentina;

– 5º em Miami (EUA);

– 1º em Long Beach (EUA);

– 3º em Mônaco;

– 4º na Alemanha;

– 1º na Rússia.

Confira um bate-bola com Nelsinho Piquet:

LANCE!Net: Há muito tempo, o Brasil não tem um piloto campeão em um fórmula em competições mundiais da FIA. Como você vê a possibilidade de quebrar esse jejum?

Nelsinho Piquet: Seria ótimo ter um campeão brasileiro de um campeonato da FIA. Mas obviamente, ainda mais (importante) para mim mesmo. Faz 11 anos que eu não ganho um campeonato. Para um piloto, ganhar corrida e campeonato é pelo o que a gente trabalha e batalha. Para mim, vai ser realmente muito importante conseguir isso e provar para todo mundo que em uma situação dessa, com carros iguais e chances iguais para todos, consigo me destacar em comparação aos outros pilotos.

L!Net: Você corre em um time chinês na Fórmula E. Como surgiu o convite da equipe e como é sua relação com as pessoas?

NP A equipe China não foi a primeira com quem conversamos. Falamos com a Renault e a Venturi. Mas tiveram forças políticas contra nessas equipes para me contratar. Então, recebi um convite da China Racing para um treino. Prometeram que não teria nenhuma força política (contra). Então, falei tudo bem, e equipe gostou. Por isso, foi tudo de última hora. Isso que dá um gosto maior para vencer o campeonato, tivemos tantas dificuldades no início.

L!Net: Você já renovou o contrato para a próxima temporada. Quais as expectativas?

NP: A gente tem de manter o mesmo café com leite. Teremos umas partes novas do carro ano que vem. Mas o essencial que é a bateria, não vai mudar. Temos de continuar dando passos pequenos para frente e não perder muito a cabeça. Estamos prestes a ganhar o campeonato, mas temos de melhorar. Precisamos ter um bom companheiro de equipe no próximo ano para ajudar nos resultados da equip e me auxiliar a trazer ideias novas e achar como melhorar mais o carro. Tem várias coisas que dá para melhorar. Precisa continuar trabalhando, lembrar sempre de manter a cabeça baixa e trabalhar do mesmo jeito. Não achar que as coisas serão fáceis.

L!Net: A Fórmula 1 atualmente é muito criticada pela falta de interação com os fãs. Já a Fórmula E adota uma postura completamente diferente, com muita interação e proximidade. Qual agrada você mais?

NP: É difícil comparar Fórmula 1 com a Fórmula E. A Fórmula 1 tem um histórico muito grande. Um dos motivos de estarmos fazendo isso é que a gente quer que a categoria cresça o mais rapidamente possível. E uma maneira de fazer isso é envolvendo os fãs para ter mais gente seguindo. São dois conceitos diferentes. A Fórmula 1 não precisa disso. Essa é minha opinião como piloto, não sou um promotor. Mas acho que a gente precisa de tudo o que pudermos no momento: de imprensa, mídia social...

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