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Novo eldorado! Tailândia e Vietnã seguem a China para atrair craques

7 ago 2015 - 13h11
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Durante décadas, o futebol asiático conviveu com dois grandes pólos, que comandaram o esporte no continente: o eixo Japão-Coreia do Sul e o Oriente Médio. Contudo, a China, impulsionada por uma economia forte, entrou no circuito e já compete em igualdade de condições com os rivais como grande atrativo financeiro da Ásia. Na crista da onda, paga fortunas e atrai grandes nomes, como o marfinense Drogba, o francês Anelka, o argentino Conca e Ricardo Goulart, que jogava na Seleção.

Diogo é o artilheiro do Campeonato Tailandês pelo Buriram
Diogo é o artilheiro do Campeonato Tailandês pelo Buriram
Foto: ivulgação

Na esteira do sucesso chinês, outros países menos tradicionais no futebol chegam com tudo para abocanhar espaço e conseguir montar uma liga capaz de ser um atrativo para grandes jogadores. A Tailândia, conhecida por ter lindas praias e pelo Muay Thai, tem sido o novo reduto do futebol na Ásia.

O atacante Diogo, ex-Flamengo, e Palmeiras, é o artilheiro do campeonato local e um grande exemplo dessa nova cultura. O jogador atua pelo Buriram, atual campeão local. Ele revelou que o lado financeiro o atraiu para esse novo mercado.

– O lado financeiro agradou, não tinha ouvido nada sobre o futebol daqui. Me surpreendi pela estrutura do Buriram. É de alto nível – disse o atacante, ao LANCE!

Apenas a 140º do ranking da Fifa

A Tailândia não está bem ranqueada na Fifa. A seleção ocupa apenas a 140º posição, entre 209 filiadas na entidade. A falta de tradição, no entanto, não afasta o gosto do público pelo futebol.

– A torcida gosta muito. Tem um amor incrível pela seleção. Em Buri Ram, onde moro, a 500 km da capital, colocam telão para assistir. O estádio fica cheio – comentou o atacante

Além de Diogo, mais 23 jogadores brasileiros atuam na Primeira Divisão da Tailândia.

NA TERRA DO ESCORPIÃO...

Na Ásia, os habitantes têm o costume de apreciar algumas iguarias incomum, principalmente para os brasileiros. E o brasileiro Diogo tem convivido com essas especiarias quase que diariamente na Tailândia.

O atacante revela que teve um pouco de dificuldade com a culinária do país, mas diz que os tailandeses têm um prato comum no Brasil.

- Tem grilo, escorpião, barata. Mas não tive coragem de comer. A comida é bem apimentada, tudo eles colocam muita pimenta. Eles comem arroz, frango... É parecida com a do Brasil, mas sem feijão.

Comer escorpião na Tailândia é comum (Foto: Reprodução / Internet)

VIETNÃ SE RECONSTRÓI E APOSTA NO FUTEBOL

Conhecido por impor a maior derrota bélica dos Estados Unidos na história, o Vietnã vive um período completamente diferente do que há 40 anos, quando o conflito contra os norte-americanos, em meio à Guerra Fria, teve fim, com a queda de Saigon, ex-capital do Vietnã do Sul.

A reconstrução, com a unificação entre o Vietnã do Norte e Sul, trouxe uma nova perspectiva, apesar de grande inflação e crise política.

Passado o turbilhão, mas ainda com alguns problemas, a economia vem em franco crescimento e estimulou o crescimento em algumas áreas, como o futebol. O investimento no esporte vem aumentando e jogadores de diversas partes do mundo chegam ao país asiático.

É o caso do meia-atacante Rafael Lima, que atua no Dong Tam Long An, atual quarto colocado no Campeonato Vietnamita. Ele foi revelado pelo Goiás, em um time que tinha Paulo Baier e Iarley.

Rafael Lima é cercado por torcedores no Vietnã (Foto: Divulgação)

– É um clube grande daqui do país, que busca voltar a jogar a jogar a Liga dos Campeões da Ásia. Ficamos em segundo na BTV Cup. Estávamos para brigar contra o rebaixamento, mas a situação agora é outra - comentou Rafael Lima.

O meia passou uma temporada no Ps Bangka, da Indonésia, antes de chegar ao Vietnã. O jogador considera ser uma grande chance na carreira jogar em ambos os países.

BATE BOLA: Diogo, atacante do BURIRAM, ao LANCE!

O Buriram é um dos principais times do país, é bicampeão tailandês. Como é a estrutura do time? Os investimentos são grandes?

Gostei da estrutura do clube, é um diferencial para mim. Não tenho noção de como é o dia a dia dos outros times. Mas o Buriram deve ser o principal time em termos de estrutura, o estádio é muito bom.

E a relação com os outros jogadores, em sua maioria nascidos na Tailândia? É fácil a convivência?

É fácil a convivência com eles, mas não dá para falar sobre tudo. Temos tradutor, no elenco também já jogadores brasileiros, como o Rafael coelho e o Gilberto, além da nossa comissão técnica, comandada pelo treinador Alexandre Gama, ser brasileira. Isso ajuda demais a nossa adaptação. E ainda há alguns atletas que falam fluentemente o inglês. Mas os tailandeses são muito tranquilos, nunca vi discussão entre eles aqui. Pelo contrário. Se você dá uma chegada mais forte, são eles que perguntam se você está bem.

E com relação à cultura?

A cultura é bem diferente. Toda vez antes dos jogos, os tailandeses vão em um tradicional lugar para fazer a oração, fazem a reza deles, enquanto os estrangeiros ficam no ônibus. Não é comum no Brasil. No Olympiacos também não era assim. O Budismo é a principal religião, tem muitos templos, mas não costumo frequentar.

Templo budista na Tailândia (Foto: Divulgação)

E a questão da língua? Ter o Alexandre Gama como técnico facilita?

Alguns jogadores falam inglês. O tradutor também fala inglês. QUalquer dúvida, pedimos ajuda a ele. Ter o Alexandre Gama como treinador facilita bastante. Não só ele, mas os brasileiros também são. O preparador de goleiros é sérvio, mas fala português. Todos os jogadores gostam do Alexandre Gama, o presidente gosta dele, comparece nos treinos. Ele fala com a gente sempre. Isso ajuda na convivência.

Jogos do Buriram têm sempre grande público. Na temporada passada, foram 22 mil de média. Como você vê a paixão do tailandês pelo futebol? É assim com os outros times?

O Buriram é um dos maiores times daqui. Ele ganha títulos e arrasta mais torcedores aos estádios. Em um jogo em uma cidade vizinha daqui, que se chama Korat, deu 35 mil pessoas. Eles gostam muito de futebol.

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