Opinão Diário Olé: A AFA que não queremos
Diário argentino diz que a federação jogou fora um momento histórico e que a situação mostrou ainda ter força para continuar no comando
A conferência de imprensa na AFA logo após a eleição esdruxula pouca coisa se salva, a não ser admitir que ocorreu um erro infantil. O candidato oposicionista Marcelo Tinelli parecia, por trás de sua compostura, quente como uma brasa. A segurança que irradiava, a certeza de que que esmagaria Luis Segura e seria presidente da AFA com contundência e a certeza que lhe conferiam as pesquisas do Ibope tinha acabado. Ele não ganhou 45 ou 48 votos. Nem sequer sabe se ganhou.
Bem rápido, já traçava uma estratégia: minutos após o anúncio de que o resultado da eleição era nulo porque os mesários não sabiam contar, seu time propôs outra votação sem segredo para deixar claro que havia traidores e que estes ficariam com medo de não votar nele numa eleição às claras. Poderiam votar sem angústia. Segura convocava a lista de unidade. A hipótese de ser estigmatizado como uma pessoa de passado grondonista (dois homens de confiança do velho chefe, Meiszner e Deluca, haviam sido indiciados nos EUA por corrupção poucas horas antes), tornou-se interlocutor próximo passo necessário. De quase fora, ele passa a estar bem perto da presidência.
Quando perguntado se havia um consenso para uma terceira via, ambos foram claros: não.
Luis Segura e sua turma continuará na AFA? Não seria incomum. O ato ridículo desta quinta-feira foi um festival da AFA não queremos, que nos envergonha.
Tinelli talvez têm muito a repensar se ele acreditava que poderia encabeçar uma grande mudança. Com metade dos votos contra e uma AFA onde 1 + 1 = 3? Que mudança ele acreditava possível?