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OPINIÃO: O apito inimigo e como a CBF poderia agir

5 set 2015 - 07h14
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Com a arbitragem em destaque, surgiram duas teses procurando explicar asfalhas que têm sido graves e frequentes:

1- Erra-se contra todo mundo e então o prejuízo é igual para todos;

2- O problema seria a não profissionalização dos árbitros. De responsáveis passam a vítimas. Ambas são simplistas. Não justificam e não contribuem para a resolver a questão. São espécies de "não soluções", comuns ao nosso futebol, onde se prefere uma resposta imediatista, uma panaceia de ocasião, ao trabalho com profundidade.

Por não haver nenhum indício de algo armado, os erros, de fato, acontecem atingindo a todos. Mas não de maneira uniforme. É impossível estatisticamente. Uns são mais prejudicados do que os outros.

Caberia ver, desde o início do campeonato, quais os erros havidos que são praticamente consensuais e levantar o resultado. Com certeza, haverá uma classificação decrescente dos beneficiados. Se olharmos apenas para as rodadas recentes, o Corinthians é o mais favorecido. Independentemente de estar atuando bem, e ter méritos.

Não há intenção deliberada. Os árbitros são honestos. Só que erros cometidos ao acaso não se distribuem de forma equilibrada.

Já a profissionalização não é uma solução no curto prazo. Ela é complexa, ao envolver questões de aposentadoria, demissões no meio da carreira e forma do vínculo empregatício. Portanto, agora, não resolve. E também não é fator que mais pesa nos erros graves ocorridos.

A questão fundamental é que a CBF não prioriza a questão da arbitragem, que é antiga, e procura sempre uma forma de resvalar para longe do problema.

Erros sempre acontecerão. Todavia, o que se pode fazer é diminuí-los significativamente. A Fifa colabora com o enrosco porque não trabalha decididamente para a implantação de recursos eletrônicos, mantendo o compromisso com o erro. Um desastre.

Contudo, a CBF poderia agir de forma eficaz. Reunir os árbitros mais vezes, discutir os lances, para:

1-diminuir a diferença de interpretação, que é o que mais revolta atualmente;

2- formar uma opinião em conjunto com os árbitros sobre os lances polêmicos, de modo que não se repitam.

A simples suspensão não vai corrigir ninguém, pois os erros não são intencionais. É preciso aprimorar a técnica.

A CBF age sempre de forma defensiva, diversionista, distante, corporativa. Não se envolve com o coração. Eis a questão.

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