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Os títulos, as polêmicas, os gols: a 'era Valdivia' no Verdão em dez tópicos

25 jun 2015 - 16h14
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O Al Wahda, dos Emirados Árabes Unidos, anunciou nesta quinta-feira que entrou em acordo com Valdivia e agora espera que ele se desvincule do Palmeiras - tem contrato até 17 de agosto - para a realização de exames médicos e assinatura do contrato. A iminente saída do chileno encerrará um período que dividiu a torcida do Verdão entre os defensores de Valdivia e os críticos de Valdivia.

Valdivia e torcida do Palmeiras
Valdivia e torcida do Palmeiras
Foto: Ari Ferreira / LANCE!Press

Destaque em sua primeira passagem pelo Palestra Itália, que durou de 2006 a 2008 e terminou justamente com transferência a um clube dos Emirados Árabes, o Al Ain, Valdivia virou um figura controversa depois que voltou ao clube, em 2010. Teve mais lesões (19) do que gols (17) nesta segunda passagem, mas foi importante na conquista da Copa do Brasil em 2012. Acumulou polêmicas, foi acusado de não se dedicar como deveria, mas jogou machucado para salvar o Palmeiras do rebaixamento em 2014.

Veja abaixo, em dez ítens, porque Valdivia consegue ser tão amado por uns e tão odiado por outros:

1 - O PRIMEIRO TÍTULO

Em 2008, o Mago foi o melhor jogador no título do Paulistão, com direito a gol na vitória por 5 a 0 sobre a Ponte Preta, na decisão. Antes, na semifinal, já havia marcado o gol da vitória por 2 a 0 sobre o São Paulo. Na primeira fase, marcou gols contra Corinthians (triunfo por 1 a 0) e São Paulo (vitória por 4 a 1). Ao todo, foram 20 jogos e nove gols na campanha.

(Valdivia faz o famoso chororô contra o Corinthians, em 2008 - Ari Ferreira)

2 - O SEGUNDO TÍTULO

Em 2012, já em meio a polêmicas, o Mago marcou um importante gol contra o Grêmio, no empate por 1 a 1 da semifinal, e repetiu a dose na primeira partida da final, contra o Coritiba, vencida pelo Palmeiras por 2 a 0. Expulso neste mesmo jogo, foi desfalque no empate por 1 a 1 que deu o título ao clube em Curitiba. Fez três gols em seis jogos neste torneio.

(Valdivia, de bigode, festeja gol na Copa do Brasil de 2012 - Arquivo L!)

3 - O TERCEIRO TÍTULO

Em 2013, ano de reconstrução para o clube, Valdivia foi submetido a um cronograma especial para evitar lesões e conseguiu jogar praticamente metade dos jogos da Série B (18 de 38). Quase sempre como destaque, ele conduziu o time em uma campanha que terminou com título facilmente conquistado. Fez três gols.

(Valdivia em ação durante a Série B de 2013 - Gil Leonardi)

4 - AS LESÕES

Os primeiros meses de Valdivia em seu retorno ao Palmeiras foram marcados pela famosa fibrose - "cicatriz" de lesões antigas. Em 2014, ele concedeu entrevistas dizendo que jogava machucado a pedido do técnico Luiz Felipe Scolari, o que acabou prejudicando sua condição física. Esta segunda passagem terminou com 19 lesões, a maioria delas na coxa esquerda: nove. Veja abaixo:

Coxa esquerda: 9 (outubro/2010, novembro/2010, março/2011, maio/2011, março/2012, julho/2012, fevereiro/2013, março/2013, novembro/2014)

Coxa direita: 5 (setembro/2011, fevereiro/2012, setembro/2012, agosto/2013, agosto/2014)

Joelho esquerdo: 3 (outubro/2012, outubro/2013, maio/2015)

Tornozelo esquerdo: 1 (janeiro/2013)

Tornozelo direito: 1 (março/2014)

(Valdivia sofreu com dores por todo o corpo - Tom Dib)

5 - OS JOGOS

Ao todo, Valdivia defendeu o Palmeiras em 241 partidas. Considerando só a segunda passagem, que começou no segundo semestre de 2010, foram 148 jogos, sendo que o time fez 338. Isso significa que o chileno participou de 43,7% dos jogos desde que voltou ao clube. Suas 19 lesões no período o tiraram de 132 jogos, e as outras 58 ausências se dividem entre convocações (contando a atual Copa América), suspensões e opção do técnico. Em 2015, ele entrou em campo pelo Alviverde em dez ocasiões. O recorde foi em 2012: 35 jogos do chileno.

6 - OS GOLS

Considerando suas duas passagens, Valdivia marcou 41 gols pelo Palmeiras - desde 2010, foram 17 redes balançadas e 30 assistências. Seu último gol pelo clube saiu em 27 de fevereiro do ano passado, em uma vitória por 2 a 0 sobre o São Bernardo.

7 - A MARCA HISTÓRICA

Nenhum outro estrangeiro da história do Palmeiras venceu mais partidas do que Valdivia: 122, sendo a última contra o Corinthians, por 2 a 0, no Brasileirão deste ano. O vice-líder é o ex-lateral Arce, paraguaio, que acumulou 115 triunfos. O Mago ficou perto de atingir outra marca entre os estrangeiros: a de maior números de jogos. O camisa 10 atuou em 241, duas a menos que o próprio Arce.

8 - O PRIMEIRA SUPERAÇÃO

Valdivia e a esposa, Daniela Aranguiz, foram vítimas de sequestro-relâmpago na capital paulista em junho de 2012. Dani deu entrevista no Chile dizendo que não gostaria de retornar ao Brasil, mas acabou convencida pelo marido. Resultado: Valdivia foi decisivo na reta final da Copa do Brasil e ainda amenizou o clima bélico com o técnico Luiz Felipe Scolari. Os dois não se gostavam, mas Felipão deu força ao jogador após o problema e foi abraçado após o gol marcado por ele contra o Grêmio, na semifinal.

(Valdivia concede entrevista para falar do sequestro - Arquivo L!)

9 - A SEGUNDA SUPERAÇÃO

Valdivia jogou 17 partidas no Campeonato Brasileiro do ano passado e acabou sendo fundamental para evitar o rebaixamento. Ele foi decisivo em vitórias importantes, como contra Botafogo (1 a 0), Grêmio (2 a 1) e Bahia (1 a 0). Uma lesão na coxa esquerda quase o tirou da reta final da competição, o que poderia ser fatal para o clube. Mas o Mago jogou machucado duas vezes: suportou só 45 minutos contra o Coritiba, na antepenúltima rodada, e não evitou a derrota por 2 a 0, mas foi valente para jogar por 90 minutos no empate por 1 a 1 com o Atlético-PR, na rodada final, e ajudar a salvar o time. Ele tomou duas injeções analgésicas para conseguir jogar e acabou agravando a lesão: só voltou em abril deste ano.

(Valdivia salvou o Palmeiras da queda à Série B - Miguel Schoncariol)

10 - AS POLÊMICAS

No fim de 2010, Valdivia se recusou a assinar uma carta de recomendações elaborada pelo clube antes das férias de fim de ano. O então diretor de futebol, Wlademir Pescarmona, e o técnico Luiz Felipe Scolari não gostaram da atitude. Em maio de 2011, o então presidente do Palmeiras, Arnaldo Tirone deu entrevista dizendo que Valdivia "só quer saber de cair na noite". O meia se manifestou pelo Twitter, dizendo que responderia "na bola".

Em 2013, Valdivia apresentou-se para a pré-temporada com quatro dias de atraso. Ele voltou dizendo que estava fazendo um tratamento especial para se recuperar fisicamente, já que vinha de lesão no joelho, e justificou a falta de satisfação à diretoria: ninguém acreditaria. No mesmo ano, ele fez um gesto obsceno para um torcedor na Argentina e foi perseguido pela Mancha Alviverde no Aeroparque de Buenos Aires - Fernando Prass ficou ferido na confusão, que motivou Paulo Nobre a romper com as organizadas.

No ano passado, o meia acertou sua transferência para o Al Fujairah, dos Emirados Árabes. Viajou, vestiu a camisa, posou para fotos e foi para a Disney passar férias. Durante o período de descanso, os árabes anunciaram que o negócio estava cancelado. O Palmeiras solicitou o retorno do jogador, mas ele demorou a responder. Quando voltou, disse que foi enganado pelo clube que o contrataria. Meses depois, ele bateu boca com o goleiro Bruno durante um treino, e ambos foram contidos pelos companheiros.

Em 2015, as polêmicas giraram em torno da negociação para renovar contrato. Valdivia e o diretor de futebol Alexandre Mattos não se dão bem. O meia utilizou o Twitter para dizer que jamais se colocou acima do clube, minutos depois de o dirigente dizer que "ninguém é maior que o Palmeiras". Depois, deu entrevista dizendo que se o Palmeiras realmente quisesse renovar, não demoraria tanto para fazer proposta.

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