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Perto de bater marca de Kelly Slater, Filipe Toledo quer conquistar o mundo aos 20 anos

Próximo de se tornar o surfista mais jovem na história a ser campeão, ao LANCE!, Filipinho desafia Mick Fanning e promete luta para desbancar o dono de três títulos mundiais

9 dez 2015 - 07h14
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Filipe Toledo está perto de superar recorde do maior surfista da história.

Atualmente na segunda colocação do Circuito Mundial, a somente 200 pontos do líder Mick Fanning (AUS), Filipinho depende de si para se tornar o campeão mais jovem da história na elite do surfe.

A etapa do Havaí, a última da temporada, que começou na última terça-feira, tem data marcada para terminar em 20 de dezembro. Se o ubatubense conquistar o título neste dia, terá 20 anos, 8 meses e 4 dias de vida.

O atual detentor do recorde é Kelly Slater. Em 1992, no Rio de Janeiro, o americano ganhou seu primeiro título aos 20 anos, 8 meses e 14 dias. Ou seja, se Filipinho levantar o caneco em Pipeline, será dez dias mais novo que o dono de onze títulos da elite do surfe mundial.

Em sua terceira temporada no Circuito, Filipe Toledo chega confiante para a decisão, afinal ganhou a penúltima etapa do ano, em Peniche (POR), com direito a um belo aéreo que lhe rendeu a nota 10 na final. O brasileiro também conquistou as etapas de Gold Coast (AUS) e a do Rio de Janeiro.

No Havaí, o ubatubense deverá adaptar seu repertório às ondas tubulares de Pipeline. Em 2015, quando Filipinho se deparou com os tubos, não foi bem, como quando terminou na 25ª colocação em Margareth River (AUS), e em 9º no Taiti.

Apesar da pouca idade, o jovem de 20 anos mostra-se ousado dentro e fora da água. Nesta entrevista ao LANCE!, Toledo afirma que quer, sim, enfrentar o tricampeão mundial Mick Fanning, 14 anos mais velho, no homem a homem. Afinal, "não tem nada a perder" nesta decisão que pode colocá-lo na história do surfe.

Kelly Slater também começou a contagem do número um para se tornar o maior de todos os tempos...

Confira a entrevista exclusiva com Filipinho:

Como é para você estar perto de bater o recorde de um cara como o Kelly Slater?

Na verdade, nem sabia disso (risos). Mas foi muito legal saber que poderei conquistar algo como o recorde do mega ídolo do surfe.

Você já chegou a falar com o Kelly sobre a marca?

Não, na verdade nem o vi ainda aqui no Havaí.

Como é ter 20 anos e estar disputando o título?

Me sinto muito feliz por ser o mais jovem surfista a ter esta chance. Quero muito vencer o Circuito e sair do Havaí campeão mundial.

Quais são os pontos negativos e positivos em ter só 20 anos?

De negativo, talvez seja minha inexperiência nesta onda (do Havaí). De positivo, é que não tenho nada a perder. Vou com muita vontade de vencer. Pode acreditar.

Você leva o número 77 na sua camisa. Já que você é corintiano, remete ao título paulista de 1977. Você imagina uma final heroica como aquela no Havaí?

O número 77 não foi por causa do Corinthians. Ele significa o número perfeito, segundo a Bíblia. Mas calhou de estar relacionado com aquela vitória do Timão, ano de 1977, com o Basílio fazendo o gol da vitória. Queria muito vencer alguma bateria importante e me consagrar campeão. Acho que seria uma forma honrosa.

Sua preparação para o Havaí foi a mesma ou mudou algo?

Time que está ganhando não se mexe. Então, estou pronto. Não adianta chegar aqui e se matar de treinar. O que tinha de ser feito, já foi feito. Agora é relaxar.

Acha que o celular te atrapalha em alguma situação? Você disse que até desativou Facebook e Instagram após Taiti...

Todos atletas têm essa relação com as redes sociais, mas tem uma pessoas realmente intragáveis. Parece que vivem para querer tentar difamar os outros, mas já passou.

O Fanning disse ao LANCE! que o Medina é quem mais o preocupa na final. O que você achou dessa declaração?

Acho que quanto menos falarem de mim, melhor. Quero que achem que estou morto e quando me perceberem, já pode ser tarde (risos).

Dá um friozinho na barriga enfrentar o Fanning na decisão pelo título?

Espero mesmo que eu possa enfrentá-lo no homem a homem. Talvez apenas nas finais. Mas, antes, teremos boas batalhas pelo título.

O Fanning é o favorito?

Sem dúvidas! O cara é um monstro e tem três títulos mundiais.

No ano passado, em Pipeline, você e o Medina se enfrentaram. Ele precisava ganhar para seguir brigando pelo título e você não facilitou. Por que você não o deixou ganhar? Como foi essa decisão?

Perguntei ao meu pai o que tinha de fazer e se devia ajudá-lo. Nem ele sabia o que me dizer. Foi então que disse para mim mesmo que ia ser profissional. Ninguém me procurou para falar sobre isso, então decidi que se ele quisesse ser campeão, teria que vencer de forma honrosa. E é assim que espero vencer também.

E agora, se vocês estiverem na mesma situação, sendo que você está na frente dele no ranking, você aceitaria pedir alguma ajuda?

Ele está disputando o título, isso não vai rolar. Esqueçam. Agora é cada um por si e Deus por todos.

Como será competir contra dois brasileiros pelo título? Vocês já conversaram sobre a final? A relação está igual a antes?

Cada um quer fazer a sua. Todos querem o título, então apenas nos pertimos juntos e nem procuramos falar sobre isso. Quem está há mais tempo no tour, tem um peso maior. Isso é claro.

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