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Popularidade do futebol americano cresce no Brasil e expande mercado esportivo

14 jul 2015 - 13h26
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A participação inédita da seleção brasileira no Mundial de Futebol Americano, disputado em Ohio (Estados Unidos), entre os dias 9 e 18 de julho, revela que, no país do futebol, nem sempre a bola é redonda. Com 19,7 milhões de brasileiros apaixonados pelo futebol americano, o Brasil só fica atrás do México em número de fãs da National Football League (NFL) fora dos EUA, revelapesquisa feita por Global Web Index e Statista. O diretor de marketing da Confederação Brasileira de Futebol Americano (CBFA) Fernando Fleury projeta que, em cinco anos, “seremos o primeiro país em número de fãs“. Essa popularidade, inclusive, levou o porta-voz da NFL, Michael Signora, a confirmar o interesse da liga em colocar o Pro Bowl no Brasil, em 2017. Para Fleury, “não é uma tarefa simples e depende de diversos fatores, mas é uma questão de tempo para que algo do gênero aconteça aqui”. Em entrevista a O Negócio é Esporte,o especialista em marketing e economia do esporte ressalta: “nossa meta é popularizar o futebol americano no país, aumentando o número de praticantes e torcedores, além da formação de atletas. Também faz parte de nosso planejamento investir e incentivar o futebol americano de praia e o flag football”. Quanto ao Mundial,Fleury destaca que a participação da seleção brasileira “vem para coroar a primeira geração vitoriosa de atletas e comissão técnica”. No domingo passado (12), a equipe venceu sua primeira partida na história da competição, atropelando a Coreia do Sul por 28 a 0. Agora, sonha com a disputa do quinto lugar no torneio. Para tanto, precisará vencer a Austrália na próxima quarta-feira (15), às 13h.

O Negócio é Esporte: Em termos de negócio, como está o cenário do futebol americano no Brasil?

Fernando Fleury: O futebol americano no Brasil está em claro crescimento. Não estamos falando apenas da transmissão da National Football League (NFL), mas do futebol americano praticado aqui. Os números jogam a nosso favor e permitem projetar um futuro muito bom para o esporte. Em nosso país, há cerca de 20 milhões de fãs declarados desse esporte, além da mídia estar dando um espaço cada vez maior de divulgação. Este mês tivemos as finais de diversos campeonatos estaduais e regionais, quando os times tiveram média de público superior a 3.000 pessoas por partida. Além disso, no ano passado, alguns times venderam mais de 30 mil camisas e, apenas nesta semana, quando lançamos o uniforme da seleção brasileira - em conjunto com a nova parceira Traktor -, tivemos um resultado 100% acima do esperado na pré-venda.

O Negócio é Esporte: De que forma o marketing esportivo da Confederação Brasileira de Futebol Americano (CBFA) atua nesse mercado?

Fleury: Neste primeiro semestre, a CBFA focou em um plano estratégico para os próximos anos. Trabalhamos no desenvolvimento de alguns produtos objetivando o crescimento do esporte no país. Isso significa uma preocupação não apenas com o futebol já praticado e seu fortalecimento, mas também com a base, isto é, a formação do atleta e do futuro fã do esporte. Além disso, os times estão desenvolvendo projetos para estimular, entre outras coisas, a presença do público nos estádios e novas arenas. No ano passado, por exemplo, na final do campeonato nacional entre Coritiba Crocodiles e João Pessoa Espectros, que ocorreu na Arena Itaipava (Pernambuco), houve uma série de ativações de nossos patrocinadores. O resultado geral foi extremamente positivo para todos: público, patrocinadores, arena e o próprio esporte.

O Negócio é Esporte: Fora dos Estados Unidos, o Brasil só fica atrás do México em número de fãs da NFL. Na sua avaliação, o que explica o crescimento de torcedores desse esporte no país?

Fleury: Hoje somos o segundo país em números de fãs fora dos Estados Unidos, mas tenho certeza de que, em cinco anos, seremos o primeiro. O crescimento da TV paga no Brasil é um dos fatores que explicam essa questão, pois são os canais fechados, como a ESPN, que transmitem o futebol americano. Além disso, nos últimos anos, o esporte tem sido visto como um negócio, que faz parte da indústria do entretenimento. Neste conceito, os esportes americanos, de maneira geral, destacam-se. Dentre as principais ligas norte-americanas, a NFL tem um produto único no mundo: o Super Bowl. A final do campeonato ajuda a vender o esporte para o Brasil e para outros países. Inclusive, o porta-voz da NFL, Michael Signora, já confirmou o interesse da liga em colocar o Pro Bowl no Brasil, em 2017.Dessa forma, mantemos contato com todas as entidades interessadas neste evento e temos total interesse em trazer o Pro Bowl para o país. Não é uma tarefa simples e depende de diversos fatores, mas é uma questão de tempo para que algo do gênero aconteça aqui.

O Negócio é Esporte: Por outro lado, a seleção brasileira só tem um patrocinador e convive com falta de investimentos. Quais são as estratégias para ajudar no desenvolvimento e divulgação do futebol americano praticado no Brasil, que possa seduzir um maior número de torcedores e patrocinadores?

Fleury: A falta de patrocinadores não é exclusividade do futebol americano. O futebol brasileiro (soccer) também passa por um momento em que vários times grandes encontram dificuldades com patrocinadores. Isso é fruto de um modelo que vem sendo aplicado no Brasil e que é péssimo para o esporte e para o patrocinador. Todos só olham para um único tipo de resultado: o retorno de imagem. Neste modelo, o futebol consegue entregar bons resultados porque é o que mais tem abertura na grande mídia. Por isso, compete a nós atuar em alguns aspectos distintos. Com os patrocinadores, por exemplo, apresentamos um projeto de longo prazo, mostrando como vamos trabalhar o futebol americano no país, atuando com os torcedores e fazendo a base de fãs crescer. Dessa forma, as marcas conhecem as possibilidades de estarem conosco desde o início. Por outro lado, conversamos com emissoras de TV, rádio e grandes sites para desenvolver um projeto que permita expandir a exposição do futebol americano praticado no Brasil. Assim, nossa meta é popularizar o esporte, aumentando o número de praticantes e torcedores, além da formação de atletas. Também faz parte de nosso planejamento investir e incentivar o futebol americano de praia e o flag football.

O Negócio é Esporte: O Brasil está participando pela primeira vez do Mundial de Futebol Americano. Em sua visão, que expectativas podemos ter em relação a essa inédita participação brasileira?

Fleury: A participação do Brasil no Mundial é fruto de um trabalho que começou há alguns anos e vem para coroar essa primeira geração vitoriosa de atletas e comissão técnica. Apesar de todas as adversidades para a prática do esporte aqui, a participação no Mundial ajuda a mostrar aos brasileiros e às entidades internacionais que o esporte vem sendo praticado de maneira séria. Estamos enfrentando diversas seleções e isso possibilita um grande aprendizado. Além disso, estamos nos reunindo com as delegações e também com a Federação Internacional de Futebol Americano (IFAF) para apresentarmos o plano de crescimento do esporte no Brasil e a recepção tem sido a melhor possível. Acredito que nossa seleção sairá do Mundial de cabeça erguida, com muitos jogadores sendo ídolos para as futuras gerações, já que todos estão construindo a história do futebol americano brasileiro.

* Acompanhe notícias sobre marketing esportivo, em O Negócio é Esporte. No rádio, na web e no Diário Lance!

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