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Punição? Marciel ressurge no Corinthians após voltar para base

4 set 2015 - 07h11
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O que parecia uma punição virou um dos trunfos para o garoto Marciel ser um dos destaques do Corinthians na última quarta-feira. Semanas antes de ser titular e fazer o gol da vitória por 2 a 0 sobre o Fluminense, o volante "desceu" para a base e disputou alguns jogos do Paulistão pela equipe sub-20. Sem espaço no setor que conta com Bruno Henrique e Elias, além dos reservas medalhões Ralf e Cristian, ele achou que dificilmente jogaria. Elias foi para a Seleção, Bruno estava lesionado e a brecha estava aberta. Tite ouviu do técnico do sub-20, Osmar Loss, que o garoto estava "voando" e então fez a aposta.

– Isso nada mais é do que a integração da base com o profissional. O principal é manter o ritmo de jogo e aprimorar a parte técnica e tática. Tite só apostou no Marciel para começar e jogar 90 minutos porque, há algumas semanas, ele fez três, quatro jogos pelo sub-20 atuando os 90 minutos. Ele nunca teria conseguido jogar essa partida se tivesse ficado só treinando por seis meses. Não é punição voltar para a base. E também não é prêmio ficar no profissional. Isso é parte do trabalho de desenvolvimento do jogador – explicou Osmar Loss, em entrevista ao LANCE!.

Marciel, 20 anos, tem estilo irreverente e sem papas na língua. Nas redes sociais, já tirou sarro de rivais e já mostrou insatisfação por ter tido poucas oportunidades. Tudo isso foi motivo para bronca de Loss e seu estafe, que o orientaram a ter paciência e adotar postura mais humilde.

– No começo, eu fiquei um pouco chateado, mas depois conversaram comigo, falaram por que eu desci. E agora eu tive a oportunidade, estou muito feliz e emocionado – disse o volante, que pode ter chance contra o Palmeiras, no clássico de domingo, no Allianz Parque, uma vez que Bruno Henrique segue como dúvida.

Na última quarta, o Corinthians lançou o uniforme laranja, em alusão ao Terrão, com quatro titulares e cinco reservas oriundos das categorias de base. O processo para os atuais garotos também foi demorado. Yago e Guilherme Arana tiveram que sair emprestados para, depois, voltarem e serem mais aproveitados. O meia Matheus Pereira, de apenas 17 anos, também disputou alguns torneios da base após ter sido promovido no início deste ano. O mesmo acontece com os meias Gustavo Viera e Matheus Vargas. Tite vai pedindo informações para saber como estão. Neste processo, a base do Corinthians tem a chance de ser protagonista da campanha do almejado Hexa...

Com a palavra: 'É mais legal que título da Copinha'

Osmar Loss, Técnico do Sub-20 do Timão

"Fiquei muito feliz pelo Marciel, mas não me surpreendeu. Ele fez o que fez em 2014 no sub-20, o que fez na Copinha, nos jogos deste ano... Ele teve a maturidade e a humildade que a gente espera. Ele tem de manter os pés no chão, porque a expectativa aumenta agora, pelo fato de ter tido boa atuação. É natural que todos, da imprensa, do clube, da torcida, esperem mais a partir de agora... Ele sabe disso.

Eu falo para todos os meninos que chegar ao profissional é um recomeço. Tudo que foi feito na base foi só a chave para a porta de entrada. Mas depois tem de repetir tudo o que fez na base, mostrar todo dia que é competente, que pode responder à altura que esperam... Se eles voltam, não é punição. Também não é prêmio se são mantidos no profissional. Tudo faz parte do trabalho de formação. É bom às vezes eles voltarem para a base, lembrarem de onde surgiram, serem exemplos para os outros. E o principal: quando voltam, são tratados e cobrados da mesma forma que os demais. Ninguém tem qualquer regalia. 

A camisa lançada em homenagem ao Terrão é um reconhecimento ao passado histórico do clube e também a nós, atuais profissionais da base, que obtivemos uma enorme evolução nos últimos anos. Vibrei muito com o gol do Marciel e de ver tantos jogadores que estavam na base no jogo e no banco. Essa vitória foi como se fosse da minha equipe, eram jogadores que estavam na base há pouco tempo. É mais legal que título da Copinha!"

GAROTOS DA BASE QUE (RE)NASCERAM

Yago

Havia jogado um minuto com Tite em 2013 e, sem espaço, foi emprestado ao Bragantino. Ficou até o início deste ano, quando foi chamado para voltar. Foi uma boa surpresa no Paulistão de 2015.

Guilherme Arana

Subiu em 2014, com Mano, mas não teve chances. Sem espaço também com Tite, foi emprestado para o Atlético-PR neste ano. Voltou logo depois após a saída de Fábio Santos e virou a opção de Uendel na lateral.

Matheus Pereira

Meia de 17 anos foi para a pré-temporada nos EUA mas, sem espaço, voltou para a base. Depois, ganhou nova chance de Tite e foi titular no clássico contra o Santos.

Malcom

Titular com Mano, começou o ano na reserva de Sheik e até preterido por Stiven Mendoza. Aos poucos, voltou a ter chances e se firmou como titular do ataque alvinegro.

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