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Retomando histórias vitoriosas, Juventude e Brasil de Pelotas duelam

1 ago 2015 - 12h44
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Juventude e Brasil de Pelotas transbordam tradição. O Papo já foi campeão da Copa do Brasil, em 1999, e disputou Libertadores. O Xavante, conhecido nacionalmente pela força e fidelidade de sua torcida, já alcançou semifinal de Campeonato Brasileiro, em 1985. Neste sábado, a partir das 19h, os dois times voltam a ser rivais pela Série C do Campeonato Brasileiro, desta vez no Alfredo Jaconi, em jogo válido pela décima rodada da competição. Jogo que colocará frente a frente vice-líder e líder, respectivamente, os únicos invictos da Terceirona e clubes que buscam seguir se recuperando após anos difíceis.

Juventude e Brasil terminaram o turno com 17 pontos no Grupo B da Terceirona. A liderança é, graças ao saldo de gols, do time de Pelotas. O jogo de logo mais será o primeiro do returno. Os quatro melhores de cada chave avançam às quartas de final da competição.

A dupla, semfinalista no Campeonato Gaúcho deste ano, que se enfrentará pela quarta vez no ano – empates por 1 a 1 em jogos do Gauchão e desta Série C e vitória do Brasil, por 1 a 0, em amistoso – representa a possibilidade de o futebol gaúcho deixar de apenas Grêmio e Internacional como protagonistas. O primeiro passo, ainda "humilde" é garantir um representante do Rio Grande do Sul na Série B, o que não acontece desde 2009, com o Juventude. Em contrapartida, o futebol catarinense ostenta quatro times na Série A, além do Criciúma na B.

JUVENTUDE TÉCNICO TÉCNICO QUE FEZ HISTÓRIA COMO JOGADOR

Mandante do duelo de logo mais, o Juventude está longe da elite do Brasileirão desde 2007. Ao ser rebaixado da Série C para a D em 2010, o Ju chegou ao terceiro descenso em um intervalo de apenas quatro anos. A temporada, que já havia começado para o Papo com o 13º lugar no Gauchão – quase sendo rebaixado pela primeira vez na história – terminou com apenas três vitórias em 23 partidas para o time de Caxias do Sul 

Apenas em sua terceira Série D, em 2013, o Alviverde conquistou o acesso, graças ao vice-campeonato na oportunidade. Após uma Terceirona irregular no ano passado, a invencibilidade nesta edição, apesar dos problemas com atrasos salariais – que devem ser resolvidos em breve –, o Ju caminha para voltar à Série B. E sob o comando de Picoli, o zagueiro que foi o capitão alviverde na conquista da Copa do Brasil de 99.

Na história como jogador, Picoli está em segunda passagem como técnico do Ju (Foto: Divulgação)

Em sua segunda passagem à frente do Papo – havia sido o técnico durante 1 ano e 46 dias entre 2011 e 2012 –, ele completou mais um ano comandando o clube pelo qual fez história como atleta na última sexta, um dia antes do clássico estadual contra o Brasil.

Picoli sabe da missão que tem em conduzir o Juventude à Série B, dando sequência à retomada do Alviverde após período de rebaixamentos e campanhas sofríveis.

– Me sinto horado de ter participado de um dos melhores momentos do clube e, hoje, o Juventude passar por uma situação difícil. Precisamos devolver o Juventude aos seus melhores momentos. Transporto essa necessidade para o dia a dia. Todos estão cientes da responsabilidade que carregam – destacou o treinador, ao LANCE!, antes de citar como é ter tido um passado vitorioso como atleta do Ju:

– Ajuda, mas, ao mesmo tempo, faz com que eu tenha mais responsabilidade. Sou mais cobrado e, também, me cobro ainda mais.

BRASIL: TÉCNICO DESDE 2012 NO CARGO, ACESSOS EM SÉRIE E MOMENTO DE DESTAQUE

A história do Brasil de Pelotas pode ser dividida entre antes e depois do acidente com o ônibus no qual estava a delegação do time, em 15 de janeiro de 2009. O Brasil retornava de um amistoso preparatório para o Gauchão daquele ano, quando um acidente em Canguçu provocou a morte do zagueiro Régis, do preparador de goleiros Giovani Guimarães e do atacante uruguaio Cláudio Millar, um dos maiores ídolos da história do clube.

Após cogitar não disputar o Gauchão, o Brasil de Pelotas participou da competição, disputando oito partidas no intervalo de 15 dias. O rebaixamento à Divisão de Acessso (Segundona) não foi evitado. O Rubro-Negro só retornaria à elite estadual no ano passado. O Xavante ainda permaneceu na Série C por três temporadas, mas uma punição no STJD por escalação irregular, ainda contestada pelo clube, resultou na queda do time à Série D, em 2011, o que agravou a situação do clube.

O Brasil iniciaria sua recuperação em 2012, com o retorno do técnico Rogério Zimmermann, que havia comandado o time em 127 oportunidades durante 2004 e 2006, no dia 21 de maio. Aquela temporada terminou com o time na Série D, mas, a partir do ano seguinte, o Brasil só celebraria feitos. O título da Divisão de Acesso do Gauchão veio em 2013. Novamente classificado para a Quarta Divisão, o Brasil voltou à Série C com o vice da competição no ano passado, após já ter sido o terceiro colocado no Estadual, faturando o título do Interior. Feito que foi repetido no Gauchão deste ano, com nova terceira posição.

Rogério Zimmermann soma 300 jogos à frente do Brasil (Foto: Carlos Insaurriaga/Brasil)

Zimmermann alcançou a marca de 300 partidas à frente do Brasil, somando as duas passagens, no empate diante do Tupi, no último domingo. Marca que garante satisfação ao técnico.

– Evidente que, para um treinador de futebol, atingir 300 jogos não é fácil. Não somente pelos 300 jogos, mas pelo número de conquistas. Foram dois acessos à elite do Gauchão, fomos duas vezes campeões do Interior e, no ano passado, finalistas da Série D – disse o treinador, ao LANCE!.

Parte da retomada do Brasil desde 2013, Zimmermann destaca a evolução do clube desde então. Evolução que vem sendo construída com as dificuldades já conhecidas para clubes do interior.

– O Brasil é um clube que está nessa batalha. Estamos trabalhando muito para colocar o clube em uma situação estável em termos de resultados dentro de campo, com, por exemplo, o acesso à Série C e participações de destaque no Gauchão – destacou, antes de completar:

– Muitas vezes acontece de o time aqui no Rio Grande do Sul não ter o mesmo investimento do Gauchão para a sequência da temporada, para uma competição nacional. Esse investimento precisa ser mantido ou ampliado. Desde o ano passado, a gente fez a leitura de que, se não é possível aumentar, é necessário mantê-lo. E esses resultados não são apenas graças ao meu trabalho. Estamos mantendo uma base, com jogadores há dois anos, um ano e meio no clube. Se o elenco mudar a cada seis meses, o trabalho do técnico não aparece.

Leandrão é, com sete gols, o vice-artilheiro da Série C pelo Brasil (Foto: Carlos Insaurriaga/Brasil)

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