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Teixeira se defende de acusações sobre voto no Qatar: 'Estapafúrdio'

17 jun 2015 - 13h26
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As acusações de que teria suspeito recebido dinheiro e um relógio de ouro para votar no Qatar como sede da Copa de 2022, em congresso realizado pela Fifa, em 2010, fizeram o ex-presidente da CBF (Confederação Brasileira de Futebol), Ricardo Teixeira, deixar o ostracismo de lado e vir a público se defender. Em entrevista ao "Portal Terra", o ex-mandatário da entidade máxima do futebol brasileiro negou veementemente estes fatos. Teixeira afirmou serem estapafúrdias as suspeitas sobre ele.

- Não recebi nada, rigorosamente nada disso. Esse negócio do Qatar é completamente estapafúrdio. Como presidente da CBF, e membro do comitê executivo da Confederação Sul-Americana e da Fifa, recebi a visita de todas as candidaturas, tanto para o Mundial de 2018 (na Rússia) quanto para o de 2022. Recebi Bélgica e Holanda, uma candidatura conjunta. Recebi a Rússia. Recebi a Espanha. Recebi os EUA. E também recebi o (então) emir do Qatar. Ele veio ao Brasil porque tinha um encontro oficial com o presidente Lula. Fui anfitrião de todos - contou Teixeira.

Ricardo Teixeira, que presidiu a CBF de 1989 a 2012, quando renunciou ao cargo, que passou a ser ocupado por José Maria Marin, preso na Suíça recentemente, acusado de corrupção, confirmou ter recebido o emir do Qatar, Hamad bin Khalifa Al Thani, no Rio de Janeiro, na época da disputa para as sedes dos Mundiais, mas garantiu que isto foi feito com todos os demais representantes de outras candidaturas.

- Fomos ao restaurante do Itanhangá (Itanhangá Golf Club, na Zona Oeste do Rio). No restaurante cheio de gente, de sócios do clube, cheio de policiais federais, que estavam lá tomando conta dele, cheio de funcionários, os garçons do restaurante, tinha imprensa também. Como é que deu relógio? O Emir não me deu relógio, não me deu picolé, não me deu nada. Nem ali nem fora do clube. Isso é absolutamente ridículo - reafirmou o ex-dirigente, justificando o voto no Qatar em detrimento às demais candidaturas:

- As pessoas dizem que eu votei no Qatar, que a CBF votou no Qatar. Por que eu? Não é bem assim. É mais claro dizer que a América do Sul votou no Qatar (para 2022). É preciso contextualizar isso. Voltemos para a escolha da sede de 2018. Você tem alguma dúvida de quem os países da América do Sul apoiariam (para o Mundial de 2018)? Claro que seria o Villar (Angel Maria, presidente da Real Federação Espanhola de Futebol ). Argentina e Paraguai (que integravam o comitê executivo da Fifa) estavam fechados com a Espanha. Quem estava coligado na candidatura da Espanha? Não era Portugal? Sim, eles pleiteavam uma Copa compartilhada. Então, com Portugal na disputa, lógico que o voto do Brasil (também do comitê executivo da Fifa) seria para eles. Aí que entra a questão. A Espanha precisava de votos. Tinha os três da América do Sul, o dela e possivelmente mais um da Europa. Mas era muito pouco. Então fizemos uma reunião. Eu, Villar e o Grondona (Julio, então presidente da federação de futebol da Argentina, falecido em 2014), reunião em que conseguimos mais alguns votos da Ásia, graças ao Qatar. E qual foi o acordo? O Qatar votaria conosco (com a candidatura Espanha/Portugal) para 2018 e em troca receberia nosso apoio em 2022. Foi esse o acordo. Foi somente esse o acordo. E o que se viu? A Espanha conseguiu chegar à última rodada de votação, mas perdeu para a Rússia. A história não difere um milímetro disso aí.

De acordo com a reportagem do "Terra", Teixeira entrou em contato com a reportagem do Portal na terça-feira à noite para dar sua versão sobre os fatos. No entanto, pediu apenas para falar sobre o envolvimento do nome dele nas denúncias sobre o voto na candidatura do Qatar.

As acusações sobre Ricardo vieram à tona na última segunda-feira, quando a revista "World Soccer", dos Estados Unidos, publicou reportagem afirmando que o ex-presidente da CBF teria recebido 30 milhões de euros (cerca de R$ 105 milhões) para votar nos catarianos.

A acusação de que Teixeira teria recebido o relógio de ouro do emir do Qatar foi publicada em reportagem do jornal "Folha de S. Paulo". As suspeitas sobre irregularidades nas escolhas das sedes das duas próximas Copas do Mundo estão investigadas. Caso se confirmem, os países sedes poderão ser mudados.

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