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Termômetro: sobe e desce da Seleção Brasileira na Copa América

29 jun 2015 - 13h36
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A eliminação precoce do Brasil na Copa América coloca em xeque o trabalho de Dunga no comando técnico e aumenta a pressão para um rendimento melhor nas Eliminatórias para a Copa do Mundo de 2018 na Rússia. O que esperar da Seleção nos próximos jogos? O LANCE! fez uma rápida avaliação dos principais jogadores do time na competição realizada no Chile.

Coletiva Dunga Miranda
Coletiva Dunga Miranda
Foto: FotoCleber Mendes / LANCE!Press

A tabela das Eliminatórias será divulgada no próximo dia 25, em São Petersburgo, na Rússia. Vale lembrar que o Brasil não terá Neymar nos dois primeiros compromissos do torneio, ainda por causa da suspensão (quatro jogos) que o craque recebeu por ter xingado o árbitro Enrique Osses.

A próxima convocação da Seleção Brasileira será no início de agosto, quando a equipe de Dunga disputará duas partidas nos Estados Unidos, uma delas contra a Argentina.

TERMÔETRO DA SELEÇÂO NA COPA AMÉRICA

EM ALTA

Daniel Alves

Convocado às pressas para o lugar de Danilo, cortado, assumiu a titularidade assim que se juntou ao grupo e não decepcionou. Foi o jogador mais regular do Brasil na primeira fase da Copa América.

Miranda

Com a suspensão de Neymar, ganhou a braçadeira de capitão. Mostrou liderança dentro e fora de campo. Foi o jogador que melhor atendeu a imprensa depois da eliminação.

Fred

Depois de realizar bons amistosos contra México e Honduras, foi titular nas duas primeiras partidas da Copa América. Começou bem, caiu um pouco de rendimento, mas provou que pode brigar por vaga.

Philippe Coutinho

Perdeu lugar no time titular por causa de uma lesão, mas recuperou espaço e foi regular. Também não brilhou, mas mostrou que pode ser bastante útil na Seleção Brasileira.

Robinho

Provou que ainda tem lenha para queimar com a camisa amarelinho. Substituiu bem Neymar e foi o melhor jogador nas partidas contra Venezuela e Paraguai. Não pode ser reserva de Tardelli e Firmino.

REGULAR

Jefferson

Falhou na estreia contra o Peru, mas se recuperou na sequência da competição. Tem moral de sobra com a comissão técnica, que dificilmente pensará em tirá-lo do time nas Eliminatórias.

Filipe Luís

Não fez uma competição brilhante, é verdade, mas foi eficiente. Com Daniel Alves na direita, ficou mais preso no setor defensivo e pouco atacou. Cumpriu o que Dunga pediu e não decepcionou.

Elias

Não atacou como de costume, mas nem por isso teve a vaga de titular ameaçada, até porque a concorrência no setor está longe de ser acirrada. Também deve continuar no time nos próximos jogos.

Willian

Com a saída de Neymar, foi cobrado como o jogador que precisava resolver no ataque. Resolveu contra a Venezuela, mas deixou a desejar contra o Paraguai. Tem postura e qualidade para seguir na equipe.

Douglas Costa

Perdeu um dos pênaltis na decisão contra o Paraguai, mas ganhou pontos durante a Copa América com Dunga, que o vê como jogador versátil. Participou de três dos quatro jogos da Seleção Brasileira.

EM BAIXA

David Luiz

Mesmo sendo o segundo jogador mais festejado pelos chilenos (atrás de Neymar), perdeu a titularidade para Thiago Silva durante o torneio, e só voltou ao time para ser testado como volante.

Thiago Silva

Começou a competição como reserva, mas ganhou a vaga de Thiago Silva. Estava bem ao lado de Miranda até fazer o pênalti infantil que recolocou o Paraguai na disputa para eliminar o Brasil nas quartas de final.

Roberto Firmino

Fez apenas um gol na competição e desbancou Diego Tardelli. Mas fez muito pouco para um atacante que foi comprado pelo Liverpool (ING) por R$140 milhões. Não levou perigo no setor ofensivo.

Diego Tardelli

Também se esperava mais do que atacante que era tido quase como titular absoluto ao lado de Neymar. Perdeu a titularidade para Roberto Firmino, não fez gol e deixou a competição bastante criticado.

Neymar

Não foi o capitão que todos esperavam. Mostrou descontrole dentro e fora de campo. Foi expulso contra a Colômbia e acabou suspenso por ter xingado o árbitro Enrique Osses de “filha da p...”.

OPINIÃO DOS ENVIADOS ESPECIAIS AO CHILE

Psicológico pesou contra mais uma vez (Por Bernardo Cruz)

"Muito se discutiu após a eliminação sobre qual foi o fator mais preocupante em um novo fracasso da Seleção Brasileira. Poderia enumerar qualquer um para sustentar o motivo da queda nas quartas de final. No entanto, ao meu ver, existe um que, acima de tudo, está muito latente: o psicológico dos atuais convocados de Dunga.

Nos quatro jogos que disputou no torneio sul-americano, o desequilíbrio em diferentes esferas apareceu no time armado por Dunga e foi determinante na construção dos resultados finais. Mesmo os mais experientes sentiram quando a pressão começava a incomodar.

O caso mais evidente foi o de Neymar. No jogo contra o Peru, a cada falta não marcada, o capitão mostrava uma irritação acima do normal. O ápice aconteceu contra a Colômbia, que rendeu os quatro jogos de gancho e saída do camisa 10 da Copa América pela porta dos fundos.

A partida da eliminação, contra o Paraguai, é o melhor exemplo deste cenário. Jogadores com pouca rodagem, como Douglas Costa e Everton Ribeiro, sentiram na hora das penalidades. Até Thiago Silva mais uma vez viu o lado psicológico o trair no lance do pênalti. Nem mesmo a presença de Robinho foi suficiente para deixar os nervos mais controlados.

É preciso, literalmente, colocar a Seleção Brasileira no divã. A impressão que fica é que os ecos do 7 a 1 do último Mundial ainda chegam mesmo naqueles que não participaram daquela tragédia. Nas Eliminatórias, Dunga terá pressão ainda maior. O discurso de grupo "cru", utilizado no Chile, não vai rolar."

Risco de ficar fora da Copa não é pequeno (Por Bruno Andrade)

"Dunga pode ser ranzinza, falar bobagens, ter relação conturbada com a imprensa e pecar por falta de experiência no cargo, mas é um bom treinador. Um bom treinador que. no entanto, deixa a Copa América do Chile como o principal culpado pelo fracasso da Seleção Brasileira.

Antes mesmo de perder Neymar, suspenso merecidamente por se achar acima do bem e do mal, o time já dava sinais de que estava longe do rendimento ideal e teria de trabalhar duro para não decepcionar. Willian e Philippe Coutinho são belíssimos jogadores, mas não são armadores. Roberto Firmino e Diego Tardelli são apenas bons reservas.

A equipe até teve bom toque de bola nos quatro jogos, mas deixou a desejar no setor de criação e, principalmente, sentiu falta de um centroavante, alguém que prendesse de fato a atenção dos adversários. Dunga insistiu em Coutinho como criador e tentou fazer de Firmino um goleador. Não funcionou. O primeiro, como de costume, caiu mais pelas pontas, enquanto o segundo pouco foi visto dentro da área.

A “arma” usada pelo treinador para tentar driblar os próprios foi a mesma: colocar Douglas Costa no segundo tempo. A estratégia só deu certo contra o Peru, e muito por conta da genialidade de Neymar.

Chega até a soar estranho, mas o Brasil, se não encontrar rapidamente alternativas táticas e técnicas, corre sério risco de ficar fora de uma Copa do Mundo pela primeira vez na história. Há anos não se via as seleções sul-americanas tão preparadas. E há anos não se via uma Seleção Brasileira tão frágil."

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