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Tite justifica novas mudanças, torce por padrão e pede à Fiel: 'Me ajudem'

Técnico do Corinthians completa 55 anos nesta quarta e pede paciência à torcida neste processo de remontagem no Brasileirão. 'Aqui não tem vagabundo', brada o aniversariante

25 mai 2016 - 13h17
(atualizado em 7/6/2016 às 16h11)
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Caso não vença a Ponte Preta nesta quinta-feira, na Arena Corinthians, Tite atingirá seu maior período sem vitórias nas três passagens pelo clube. Apesar do jejum de cinco partidas sem vencer e do momento de instabilidade que vive a equipe no Brasileirão, o treinador sorriu nesta quarta, durante sua entrevista coletiva no CT Joaquim Grava. Tite completa 55 anos, e fez um pedido especial à torcida alvinegra por ocasião de seu aniversário: tenham paciência com o processo de reconstrução que vive o Timão.

- Para o torcedor digo que se tivesse algum vagabundo aqui dentro, seguramente a direção e o técnico botariam o dedo na ferida por toda a dignidade que têm. Respeito e apoio é o que nós precisamos. Atleta e técnico são seres humanos, e quando vier o apoio, aplauso na hora do erro vai ajudar o atleta e o técnico, ajudar a instituição Corinthians. E quando vier de forma diferente a essa traz prejuízo, porque não tem vagabundo, sem vergonha, cara que se acomoda com conquistas. Se eu fosse acomodado com conquistas não teria voltado ao Corinthians. Remontar time é complicado. Talvez o próprio histórico e meu próprio trabalho mostrem o que eu peço: me ajudem. Não na hora que ganha, porque é fácil. Mas o verdadeiro torcedor corintiano se caracteriza por apoiar no momento difícil. Respeitem o nosso trabalho e ajudem o nosso trabalho, para retribuirmos com o nosso trabalho - disse Tite, que vê a torcida impaciente com a equipe em 2016, diferentemente do que presenciou nos últimos anos.

Tite fez 55 anos  e ganhou bolo após o treino (Foto: Daniel Augusto Jr)

- O torcedor está mais impaciente que nos anos anteriores. Não falo isso com gosto, mas com sentimento. Não sei se foi pelas conquistas que teve. Também não sei se o torcedor vai ficar chateado, mas estou sendo sincero. Primeiro e segundo erro o torcedor já não absorve. Nunca tinha visto substituição com vaia... São alguns, não a grande maioria, e não digo isso com gosto. É o meu coração que diz o que está sentindo - explicou Tite, que viu André e Rodriguinho serem bastante vaiados no jogo de estreia do Corinthians no Brasileirão, empate em 0 a 0 com o Grêmio.

Coincidentemente, nenhum dos vaiados será titular nesta quinta-feira, na volta do Timão a Itaquera. Para reagir no Brasileirão e espantar o jejum de vitórias, Tite definiu o Corinthians com mudanças em relação ao time que perdeu para o Vitória no fim de semana e ainda ficou desfalcado de Balbuena e Elias, convocados para a Copa América. A maior mudança da equipe, entretanto, é tática, com a variação do esquema para o 4-2-3-1 no momento defensivo, com Cristian fechando ao lado de Bruno Henrique. Segundo Tite, a escolha é para dar liberdade ao trio criativo que atua ao lado de Luciano.

- Cristian é um jogador de primeira função mais posicional, e deixa o Bruno com uma função um pouco mais de saída e retorno. Isso permite ao Guilherme ficar mais próximo do Luciano. Quanto à entrada deste jogador, o André aguarda. Pelas entradas boas que têm tido, pelo bom comportamento nos treinos, agora vai entrar o Luciano. Já o Bruno Henrique vai ser Bruno Henrique, não vai ser Elias, que tem mais velocidade e infiltrações. São duas linhas de quatro, sendo que o Guilherme está solto em termos táticos - argumentou o treinador, antes de explicar a razão de utilizar a 25ª escalação diferente em apenas 31 jogos nesta temporada.

- Eu fico na expectativa de que a equipe possa manter padrão e regularidade. E isso é acerto e erro. Agora vamos ter três jogadores de articulação, mas também um jogador que ataca espaço, faz facão, Luciano é mais assim. André é mais pivô. A verticalidade e profundidade que o Luciano dão melhores. Esses ajustes são fundamentais, mas a ideia de futebol permanece a mesma. Não vou mandar time fazer ligação direta, por exemplo. É triangulação, posse de bola, ter amplitude, organização de bola parada, agredir a marcação de onde está... eu sou isso. Muda-se peças, mas a ideia de futebol permanece - sentenciou.

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