Michael Oliveira vê injustiça e ainda quer revanche contra Popó
Com o boxe brasileiro em baixa atualmente, apenas uma luta foi capaz de levar a atenção do público e da imprensa para o esporte recentemente: o ex-campão mundial Acelino Popó Freitas voltou aos ringues e nocauteou Michael Oliveira, promessa nacional. Antes do combate, aconteceram polêmicas e provocações. Depois, apesar dos boatos sobre uma revanche, a rivalidade esfriou. Pelo menos até Michael reclamar, em entrevista exclusiva ao Terra, que a derrota foi injusta e pedir mais uma vez a possibilidade de vingança.
Michael foi superado de forma inapelável na luta contra Popó. O baiano mostrou uma técnica superior e venceu a maioria dos rounds até conseguir o nocaute técnico no nono assalto. Mesmo assim o jovem ainda reclama das condições que enfrentou naquela oportunidade: "depois da derrota, eu tive todo dia o apoio da minha família e dos meus amigos, porque acho que aquela vitória dele não foi justa. Mas você tem que enfrentar as coisas como elas são", afirmou Michael, que não quis dar muitos detalhes sobre sua reclamação.
Questionado mais uma vez sobre o motivo da suposta injustiça, Michael deu mais alguns indícios, mas preferiu olhar para o futuro: "Tem várias coisas que ficaram falando, como o tamanho das luvas dele não ser certo. Mas deixa pra lá, porque às vezes você aprende mais com uma derrota".
| SOBRINHO DE POPÓ PEDE AJUDA A MICHAEL |
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Sobrinho de Popó, Vitor Jones Freitas foi pego no exame antidoping recentemente, após vencer sua primeira luta profissional. Em entrevista ao Terra, ele disse que uma das suas esperanças na carreira era treinar na academia de Michael Oliveira, a American Top Team. Porém, segundo o pai do pugilista, Carlos Oliveira, as negociações para que isso acontecesse nem exisitram. "O que aconteceu foi que o irmão do Popó (Luís Cláudio Freitas) entrou em contato comigo, perguntando se eu poderia dar uma assistência para o Vitor. Mas isso já faz mais de seis meses e não teve continuidade", contou Carlos. Desde que foi pego no exame antidoping, Vitor parou de treinar e trabalha atualmente como vendedor para ajudar a família, que costuma pedir esmola em Salvador. Mas Carlos acredita que o sobrinho de Popó deveria voltar aos ringues: "ele tem que procurar treinar no Brasil, porque tem potencial, é bom lutador e jovem". |
No boxe as luvas têm praticamente o mesmo tamanho interno, mas variam pelo peso e tamanho externo. Chamada de "onça", essa variação pode fazer com que a percepção de um soco seja alterada. Por isso nas lutas oficiais há uma padronização dessas "onças". Portanto, é possível entender que Michael acusa Popó de usar luvas fora deste padrão para se beneficiar.
Além desta crítica, Carlos Oliveira, pai de Michael, também já tinha reclamado do estado de saúde do seu filho durante a luta. "Um dia antes da luta com o Popó, ele estava com 39 graus de febre. No dia mesmo ele foi examinado pelo médico e foi constatado que ele ainda estava febril", contou na época Carlos, que é empresário e cuida da carreira do filho.
Tanto Michael quanto Popó queriam fazer uma revanche. Muitas informações foram especuladas sobre esta luta, mas nada foi acertado oficialmente até agora. Michael seguiu sua carreira, venceu três combates seguidos e agora já mira um título mundial, mas não se esquece da possível vingança contra Popó, que atualmente é deputado federal (PRB-BA)
"No momento estou com uma oportunidade que pode vir só uma vez, então tenho que aproveitar. Mas ninguém está descartando essa revanche. É uma questão de data e de bolsa (financeira)", afirmou, antes de resgatar o tom provocativo que marcou a primeira luta entre os dois: "a vida vai fazer com que a gente se encontre de novo", prometeu.
