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Boxe

Treinador pede ajuda e conta com ex-rival para salvar "novo Popó"

6 fev 2013 - 11h36
(atualizado às 12h48)
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Vitor pode ser ajudado pelo pai de Michael Oliveira
Vitor pode ser ajudado pelo pai de Michael Oliveira
Foto: Divulgação

"Eu venho preparando ele para ser um Popó da vida". A frase é do treinador e ex-atleta Luís Cláudio Freitas, irmão de Popó e responsável pela formação do último grande talento brasileiro no boxe. Agora ele estava envolvido na formação de Vitor Freitas, sobrinho-neto do ex-campeão mundial. Porém, um doping na luta de estreia atrapalhou esses planos e tem obrigado Luís a pedir ajuda ao jovem. Até mesmo o apoio de um ex-rival de Popó, Michael Oliveira, é vista com bons olhos.

Vitor Jones foi flagrado no teste antidoping em agosto do ano passado, após a vitória contra o americano Rocco Espinoza, por uso de testosterona sintética. Ele diz ter tomado a substância escondido de Popó e Luís Cláudio, que o acompanharam nos Estados Unidos. A notícia caiu como uma bomba para a família, que apostava no garoto para manter a tradição no boxe e salvar parentes de uma vida difícil: atualmente Vitor mora com avôs e mãe, que pedem esmolas em Salvador para sobreviver.

Toda esperança virou tristeza e preocupação na família Freitas: "eu fiquei arrasado e estou até hoje, porque eu treinei ele desde cedo. Ele começou no amador, mas depois eu treinei ele para o profissional, expliquei como dar golpes mais duros. Eu fiquei ensinando como queria que ele lutasse. E na luta ele fez tudo que a gente treinou. E deu tudo certo. Então é uma pena", lamentou Luís, que admite o pessimismo com a carreira de Vitor daqui para frente: "estou no boxe há muito tempo e vou ser sincero: acho que essa história de doping vai complicar a vida do Vitor".

Já planejando como será a carreira de Vitor após a suspensão, o treinador pede compreensão aos patrocinadores e empresários: "quem conhece o Popó e eu sabe que a gente não faz isso. Foi uma infelicidade do destino. Ele saiu e tomou escondido. Ele devia ter perguntado para a gente 'posso tomar isso?'. A gente ia perguntar para o empresário e para a Comissão (Atlética de Nevada, responsável pelos exames antidoping), mas não, ele tomou sozinho", contou.

Luís inclusive desconfia que Vitor já foi vítima do golpe de um empresário. Arthur Pelullo, que agenciou a carreira de Popó, foi quem "casou" a primeira luta de Vitor. Porém, quando ficou sabendo do doping, ele informou que a multa seria de 250 mil dólares (cerca de RS 497.000,00) e, se esse valor não fosse pago, a suspensão seria de dois anos. Porém, na verdade a punição era de apenas 600 dólares (R$ 1.194,00) e nove meses de suspensão. "O Pelullo já tinha gastado 10 mil reais de passagem com a gente, então acho que por isso não quis pagar a multa. Porque doping é algo que pode envolver até o nome dele, então nunca mais ele entrou contato", suspeitou Luís.

Ajuda do ex-rival

Principal esperança que surgiu no boxe profissional desde que Popó se aposentou, Michael Oliveira se tornou rival de Popó ao desafiá-lo no ano passado. O ex-campão voltou à ativa, contou com a ajuda do sobrinho Vitor nos treinos e venceu o combate, que foi cercado por muita polêmica. Agora as duas famílias podem se encontrar novamente, mas de uma maneira diferente.

"A gente estava querendo conversar com o pai do Michael Oliveira para ele ser o empresário do Vitor. Ele tinha interesse em fechar contrato, mas ia viajar agora e disse que depois do Carnaval nós vamos conversar", contou Luís. A ideia seria levar Vitor para treinar em Miami até que seja encerrada a suspensão por doping e ele possa lutar nos Estados Unidos. Com as dificuldades causadas pelo doping, essa é a única ajuda que Vitor pode ter no momento para realmente se tornar um "Popó da vida".

Fonte: Terra
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