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Lutas

EUA e Irã se unem para defender a luta olímpica

21 fev 2013 - 20h31
(atualizado às 21h01)
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As tensões diplomáticas entre Irã e Estados Unidos não impediram os dois países de se unirem para protestar contra a decisão do Comitê Olímpico Internacional (COI) de tirar a luta, do programa dos Jogos de 2020.

<p>"Sábado eles foram lá (no sambódromo), e a Nawal (chefe da comotiva do COI) disse: 'a cerimônia de abertura está pronta'", brincou Paes</p>
"Sábado eles foram lá (no sambódromo), e a Nawal (chefe da comotiva do COI) disse: 'a cerimônia de abertura está pronta'", brincou Paes
Foto: Daniel Ramalho / Terra

O diretor executivo da USA Wrestling (Confederação de Luta dos EUA), Rich Bender, está em Teerã, que sedia um torneio masculino de luta livre a partida desta quinta-feira.

"Precisamos do apoio do Irã e da Rússia para preservar a luta, e isto vai além da política. O Irã é uma das potências na luta e pode defender a credibilidade do esporte", disse Bender citado pela agência de notícias iraniana Isna.

O diretor da USA Wrestling falou em uma cerimônia promovida pela federação de luta iraniana e defendeu uma "ampla união" entre as potências mundiais na luta para convencer o Comitê Olímpico Internacional (COI) a voltar atrás da sua decisão.

Já presidente da federação iraniana, Hojatollah Khatib, reforçou que esta "união sem precedente" pode, de fato, mudar a cabeça do COI.

"Dessa forma, mostramos para o COI que estamos unidos. Estou feliz por Khatib e Bender terem tido um encontro amigável. Isto mostra que falamos a mesma língua, a da luta", comentou Hegedus Csaba, membro da Federação Esportiva Internacional de Lutas Associadas (International Federation of Associated Wrestling Styles, ou Fila),

Na última semana, o conselho executivo do COI decidiu retirar a luta do programa Olímpico a partir de 2020.

Para tentar voltar ao programa olímpico, a Federação Internacional de Luta está condenada a se juntar a outros sete esportes que brigam para integrar os Jogos Olímpicos (squash, escalada, caratê, wushu - uma arte marcial chinesa-, beisebol/softbol, wakeboard e patinação sobre rodas).

O conselho voltará a se reunir em maio para analisar as apresentações de seus defensores e escolher um esporte para recomendar ao Comitê para tomar a decisão em setembro.

É improvável que o Comitê vote contra o conselho executivo, aumentando a perspectiva de que uma das poucas modalidades que sobreviveram desde as Olimpíadas originais da antiga Grécia até a era moderna poderá desaparecer do maior evento esportivo do planeta.

O esporte surgiu em 708 a.C. e foi deixado pela primeira e única vez fora do programa olímpico em 1900. A Fila prometeu lutar contra esta decisão e o presidente da Academia Olímpica Internacional, Isidoros Kouvelos, pediu para que o COI respeitasse as raízes históricas das Olimpíadas e não removesse a luta.

O Irã foi um dos primeiros países a criticar o abandono do esporte definindo como um "grande golpe" ao esporte do país que é medalhista. A luta tem uma história antiga no Irã, datando do período em que os reis persas combatiam seus adversários em duelos épicos. O esporte atrai milhões de fãs em todo o país.

As relações diplomáticas dos EUA com o Irã foram interrompidas em 1980 no episódio da invasão da embaixada americana, em Teerã, que fez 52 diplomatas americanos reféns por estudantes islâmicos. Desde então, os EUA tem sido criticados pela República Islâmica como sendo o "Grande Satã".

Esta atitude de se unir com um objetivo comum no mundo da luta é particularmente significativa, dado que os governos dos dois países vivem um tenso confronto sobre uma série de questões.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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