Ídolo, Anderson Silva tem dia de superstar, mas enfatiza simplicidade
- José Edgar de Matos
- Direto de São Paulo
Rei no Japão. Rei nos Estados Unidos. Rei, agora, no Brasil. O paulista Anderson Silva, enfim, ganhou o reconhecimento e popularidade dentro do território nacional. Toda a fama ocorreu graças ao espetacular nocaute sobre o compatriota Vítor Belfort, no UFC 126, disputado em Las Vegas, onde o "Spider" manteve o cinturão dos médios ao sentenciar a vitória no primeiro round. Nesta quinta-feira, o lutador de MMA (Mixed Martial Arts) participou da gravação do programa Altas Horas, da Rede Globo, e conviveu com flashes, gritos de idolatria e o paparico do apresentador Serginho Groisman.
A pose de marrento, comum dentro do octógono, não entrou nos estúdios. Anderson Silva fez pose para fotos, conversou com adolescentes, relembrou imagens da carreira e foi ovacionado. Todos estes itens caracterizam um ídolo, uma estrela pop. Entretanto, enraizado em sua origem humilde, o lutador procurou não se associar a uma grande celebridade, concentrando as atenções no desenvolvimento do esporte.
"Eu não sou um superstar, longe disso, mas não posso negar que fiquei muito mais conhecido depois da luta contra o Belfort. Quando desci no aeroporto, vindo de Las Vegas, demorei três horas para sair, isso jamais tinha acontecido comigo. Eram pessoas tirando fotos, pedindo autógrafo", recordou Anderson Silva, antes de contar outro episódio que flagram o nascimento de mais um mito do esporte nacional.
"Cara, eu cheguei em casa e tinha um cara em cima do muro, ele poderia cair e se machucar feio. Ele ficava gritando: 'Anderson, sou seu fã, preciso tirar uma foto com você'. E, eu, nervoso com a situação, falava: 'calma aí, eu tiro uma foto, mas desce daí, por favor", disse o atleta, sempre expressando um largo sorriso em cada resposta.
Anderson, mesmo não se considerando um popstar, é um dos nomes mais falados do esporte no País. O chute que derrubou Vítor Belfort no último evento do UFC marcou o estilo de luta do paulista. "Na verdade, não esperava que meu pé entrasse para a história deste jeito. Porém, graças a Deus, deu tudo certo e ganhei a luta de um adversário muito duro", discursou.
Campeão e consagrado, Anderson assegurou não desejar a fama para aparecer em capas de revistas de fofoca. Humilde, o lutador espera ter se tornado um espelho para o surgimento de novos lutadores de MMA.
"É uma nova fase no esporte e também quero servir para incentivar a criação de novos talentos. Temos grandes nomes no gatilho e ainda mais e mais precisaremos de empresas para isso", analisou Anderson, antes de prever um futuro ainda maior para a modalidade. "Estamos no caminho certo para crescermos ainda mais. Agora, tudo depende de trabalharmos mais", completou
Anderson Silva e o moonwalk
Centro das atenções no programa de Serginho Groisman, Anderson Silva despertou a curiosidade popular. Fotos da infância do lutador, das primeiras atividades no muay thai, até o vídeo do nocaute sobre Belfort foi mostrado. No entanto, outro talento do lutador recordista de vitórias consecutivas no UFC com 13, acabou externado: a dança, inspirada no Rei do Pop, Michael Jackson.
Anderson Silva relembrou no telão as famosas entradas de quando lutava no Pride, grande evento japonês já extinto - acabou comprado por Dana White e incorporado ao UFC. Antes das lutas no oriente, o lutador, devidamente trajado com sapatos extremamente lustrados, calças brilhantes, uma jaqueta igualmente iluminada e um chapéu preto. Toda a preparação ao som de You Don't Stop To Get Enough, de Michael Jackson.
Durante a gravação do programa, Anderson recebeu das mãos de Serginho Groisman uma luva prateada e um chapéu preto, intimando a plateia a pedir para o atleta dançar. Tímido, ao contrário de quando está no octógono, o lutador vestiu os acessórios e desfilou o gingado por alguns segundos. Envergonhado, rapidamente sentou-se na cadeira. Mesmo com a rápida atuação, acabou extremamente aplaudido pelo público.
A rápida apresentação como Michael Jackson apenas flagrou o perfil de ídolo de Anderson. Extremamente carismático e sempre ressaltando o público em suas falas, o brasileiro, enfim, pode comemorar o fato de ser reconhecido pela maioria das pessoas nas ruas. No entanto, o paulista pouco se importa com isso e direciona toda fama para tornar o MMA um esporte cada vez mais reconhecido no País.
