Irmãos Nogueira são liberados por médicos e já programam retorno
25 abr2012 - 20h44
(atualizado às 21h53)
Compartilhar
Longe do UFC nos últimos meses por conta de lesões, os irmãos Nogueira retornarão em breve ao octógono da maior organização de MMA do mundo. O peso-pesado Rodrigo Minotauro recuperou-se de uma fratura no úmero do braço direito, sofrida no UFC 140, que foi realizado em dezembro de 2011. Já o meio-pesado Rogério Minotouro se encontra em plenas condições após passar por uma cirurgia por conta de uma lesão no joelho, que o impediu de disputar o UFC Suécia, no último dia 14.
"Os dois estão com o aval para inciar a preparação física e os treinos. O Rodrigo, inclusive, já está treinando jiu-jitsu normalmente e se mostra completamente recuperado da lesão no braço", garantiu a fisioterapeuta Angela Côrtes, que cuida da recuperação dos atletas.
A relação entre Angela e os Nogueira vai muito além da profissional. Após submeter-se a uma cirurgia na bacia, Rodrigo foi apresentado à fisioterapeuta e tornou-se o primeiro paciente oriundo do MMA. Com o tempo de convivência as famílias tornaram-se amigas e passaram a frequentar lugares em comum.
"Houve uma integração muito grande entre o profissional da saúde e o paciente. Por intermédio do Minotauro eu pude ingressar no mundo do MMA. Sempre acreditei desde o primeiro dia que conseguiríamos realizar um bom trabalho", contou.
Devido ao estreito laço de amizade, ela confessou que foi muito dificil assistir a contusão de Big Nog (como é carinhosamente apelidado Minotauro nos Estados Unidos) contra o norte-americano Frank Mir.
"Foram duas situações de conflitantes. Em agosto, tivemos uma alegria muito grande com o nocaute sobre o Schaub. Já na luta em seguinte, em dezembro, aconteceu aquilo (fratura no úmero), é triste, mas fazer parte do esporte", concluiu.
Retorno ao octógono
Enquanto Rogério Minotouro aguarda uma decisão do Ultimate Fighting Championship para conhecer o próximo adversário, Minotauro descobriu nesta quarta-feira o próximo final dentro do evento mais popular de lutas do planeta.
O experiente atleta brasileiro encarará no dia 21 de julho, em Calgary, no Canadá, o também veterano Cheick Kongo. Minotauro entrará no octógono pressionado por conta da derrota contra Frank Mir, em dezembro do ano passado, justamente quando obteve a fratura no úmero, que o afastou das atividades.
O pugilista Roberto Custodio de Queiroz, 25 anos, é oriundo da favela Complexo da Maré, na Zona Norte do Rio Janeiro. Ele começou a praticar boxe dez anos atrás, depois que seu pai, um motorista de ônibus, foi morto a tiros por chefes do tráfico de drogas
Foto: Bruno Santos / Terra
A tragédia foi o ponto de virada na vida de Roberto. Por meio do boxe, ele pôde usar a ira e a adrenalina que resultaram da violenta perda do pai e canalizar todo seu foco no esporte
Foto: Bruno Santos / Terra
"Com a morte do meu pai eu direcionei muito (a raiva), foquei muito no boxe. Às vezes estava com raiva, ia para academia, treinava, batia saco", diz o pugilista em entrevista ao Terra
Foto: Bruno Santos / Terra
Hoje o atleta faz parte da Seleção Brasileira de boxe, que tem sede no bairro de Santo Amaro, em São Paulo, onde mora há quatro anos
Foto: Bruno Santos / Terra
Sua família toda, inclusive a mulher e a filha, ainda vivem no Rio de Janeiro, e sempre que pode ele vai à cidade natal visitá-las
Foto: Bruno Santos / Terra
"Saudade dá, mas é a minha profissão", afirma
Foto: Bruno Santos / Terra
Custodio, como é conhecido na Seleção, dificilmente irá disputar os Jogos de Londres. Ele é a segunda opção da Confederação Brasileira de Boxe no seu peso (até 69 kg), e cada País só pode levar um atleta por categoria para a Olimpíada
Foto: Bruno Santos / Terra
"O boxe é cruel, só tem uma vaga para um. Então por isso que é essa matança aqui. Quando tem luta da mesma categoria, é um querendo matar o outro", diz Custodio
Foto: Bruno Santos / Terra
Com esta perspectiva, Roberto Custodio vive um dilema: esperar mais quatro anos e tentar a classificação para os Jogos do Rio ou ingressar no boxe profissional
Foto: Bruno Santos / Terra
"A esperança é 2016, mas tenho outros objetivos. Tenho uma proposta, até mesmo do Luke, de investir em mim no boxe profissional", afirma o pugilista
Foto: Bruno Santos / Terra
A proposta à que ele se refere é do antropólogo inglês Luke Dowdney, fundador da academia e centro educacional Luta Pela Paz, local onde Custodio começou a treinar. "Como é um cara que já me conhece, sabe como funciona minha cabeça, estou acreditando muito nessa proposta dele"
Foto: Bruno Santos / Terra
Outra opção que já passou pela cabeça de Roberto Custodio é o MMA (artes marciais mistas), que ele admite ser a "bola da vez". "Teria que começar do zero. Começar a fazer jiu-jitsu, muay thai, mas tudo é uma questão de possibilidade. Acho que coragem e determinação eu tenho", diz o pugilista
Foto: Bruno Santos / Terra
Na modalidade, seu lutador favorito é Anderson Silva: "o cara é miserável. Ele luta ali na brincadeira e pega os caras"
Foto: Bruno Santos / Terra
A paixão de Roberto pelo boxe é tanta que influenciou até no nome de sua filha, que tem 3 anos
Foto: Bruno Santos / Terra
Ele e a mulher, Alexandra, escolheram o nome Rillary, em homenagem à atriz americana Hilary Swank, que interpretou a pugilista Maggie Fitzgerald no filme "Menina de Ouro", dirigido por Clint Eastwood