Jones improvisa português e manda mensagem de apoio a Lyoto
13 dez2011 - 06h54
(atualizado às 07h04)
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A mudança de comportamento de Jon Jones para angariar mais fãs atingiu a rede social Twitter na madrugada desta terça-feira. Depois de defender pela segunda vez o cinturão da categoria dos meio-pesados, no último final de semana, o lutador americano utilizou o micro-blog para elogiar e demonstrar grande respeito justamente pelo desafiante derrotado, o brasileiro Lyoto Machida. Dono do título, "Bones" até improvisou ao escrever em português.
"Cintos Lyoto não fazem homens como você campeões, você é um verdadeiro guerreiro e um campeão na vida. Foi uma honra estar na mesma gaiola que você. abençoar (Lyoto, cinturões não fazem campeões como você, que é um verdadeiro guerreiro e um campeão na vida. Foi uma honra estar na mesma 'gaiola' que você. Benção)", escreveu o lutador americano, que finalizou o brasileiro de uma maneira espetacular no UFC 140, realizado no último sábado, na cidade de Toronto, no Canadá.
Um dos novos fenômenos do MMA mundial, Jon Jones recebeu um tratamento hostil por parte do público canadense no último final de semana. Embora tenha entrado no octógono como campeão e com o status de melhor lutador de 2011 no MMA Awards, o americano recebeu vaias da torcida, que durante todo o combate gritou a favor de Machida.
Após a finalização que apagou o brasileiro no segundo round, Jon Jones recebeu uma "ordem" do técnico Greg Jackson: "vá ver se o Machida está bem e ganhe alguns fãs". Logo em seguida à recomendação, o campeão dos meio-pesados se aproximou do lutador brasileiro, preocupado com o estado do desafiante, e o cumprimentou.
O flagra do técnico recomendando a solidariedade ao adversário pegou mal na imprensa americana, que repercutiu com o próprio Greg Jackson sobre o pedido para o pupilo. "Não era minha intenção. Não queria manipulá-lo, queria lembrá-lo após a luta, quando está naquela adrenalina, para fazer a coisa certa", disse, em entrevista ao MMA Hour.
O The Ultimate Fighter é o reality show promovido pelo UFC que divide lutadores desconhecidos em duas equipes, comandadas por atletas mais famosos. No final, o vencedor ganha contrato com o maior evento de MMA do mundo. Com a final da 14ª edição do programa marcada para este sábado, e a confirmação de uma versão brasileira para 2012, o Terra recapitula todos os 19 vencedores até aqui - e avalia se suas carreiras são (ou foram) sucessos ou fiascos
Foto: Getty Images/Getty Images / AP
Diego "Nightmare" Sanchez: campeão dos médios na primeira edição do TUF em abril de 2005, ao vencer Kenny Florian por nocaute técnico logo no 1º round, Sanchez se firmou como um dos principais lutadores do UFC. Todas as suas quatro derrotas foram para nomes fortes, como Josh Koscheck, Jon Fitch e John Hathaway. Seu auge foi quando mudou para a categoria dos leves e enfrentou B.J. Penn pelo título, em 2009 - perdeu por nocaute técnico, ao ter um corte aberto na testa no 5º round
Foto: AP
Forrest Griffin: um dos maiores nomes dos meio-pesados do UFC, Griffin é sem dúvida um sucesso. Sua vitória por decisão unânime sobre Stephan Bonnar na final do TUF 1 é considerada uma das melhores lutas da história - tanto que Dana White concedeu um contrato também ao perdedor. Apesar do histórico recente de três derrotas em cinco lutas (para os astros Rashad Evans, Anderson Silva e Maurício Shogun), o americano foi campeão em 2008 ao bater Rampage Jackson
Foto: Getty Images
Joe "Daddy" Stevenson: promessa não cumprida, Stevenson não conseguiu brilhar após triunfar no TUF 2, em 2005, quando bateu Luke Cummo na final dos meio-médios. O americano estreou com derrota e resolveu baixar de peso para os leves; engatou boas vitórias e teve chance de disputar o cinturão, mas foi massacrado pelo campeão B.J. Penn. Desde então, foram apenas três vitórias em nove combates, e a demissão do UFC se concretizou em 2011 após quatro derrotas seguidas
Foto: AP
"Sugar" Rashad Evans: se Stevenson não vingou, o TUF 2 deu ao UFC outro grande destaque da categoria meio-pesado. Com seu wrestling agressivo, Evans reinou de 2006 a 2008, com sete vitórias, um empate e o título, conquistado após bater Forrest Griffin por nocaute técnico. A invencibilidade e o cinturão caíram contra o brasileiro Lyoto Machida, na única derrota da carreira. O curioso é que "Sugar" venceu o TUF na categoria pesado, superando Brad Imes apenas por decisão dividida
Foto: Getty Images
Kendall "Da Spyder" Grove: a inconstância sempre foi a marca do "Aranha" menos conhecido do octógono. Após vencer Ed Herman na final dos médios pelo TUF 3, em 2006, Grove nunca engatou uma sequência convincente e sempre esteve distante da briga pelo título. Foram 12 lutas no UFC, com seis vitórias e seis derrotas; o auge foi o triunfo sobre o ex-campeão Evan Tanner, já debilitado pelo alcoolismo. Depois de perder para Demian Maia e Tim Boesch, foi demitido em 2011
Foto: AP
Michael "The Count" Bisping: o inglês é um dos principais nomes da divisão dos médios, mas convive com críticas por não vencer adversários de elite. Desde que superou Josh Haynes na final do TUF 3, foram 10 vitórias no UFC e três derrotas: para os incontestáveis Rashad Evans (que o fez perder a invencibilidade e baixar dos meio-pesados para os médios), Dan Henderson e Wanderlei Silva. Ainda assim, Bisping bateu oponentes respeitáveis como Chris Leben e Yoshihiro Akiyama
Foto: Getty Images
Travis Lutter: a passagem de Lutter foi tão rápida quanto desastrosa. Após vencer o TUF 4 - que teve regras especiais, contando com lutadores que já estavam no UFC - ele recebeu sua grande chance de enfrentar Anderson Silva pelo título dos médios. Porém, não conseguiu bater o peso necessário para a luta, e o cinturão não entrou em disputa; para completar, o brasileiro triunfou facilmente. Depois de um ano lesionado, Lutter perdeu para o ex-campeão Rich Franklin e foi demitido
Foto: AFP
Matt "The Terror" Serra: a carreira de Serra é marcada por altos e baixos. Vencedor do especial TUF 4, que contou com lutadores já do UFC, ele foi premiado com um combate contra o campeão dos meio-médios, Georges St. Pierre. Em uma das maiores zebras da história, Serra nocauteou o favorito no 1º round; o cinturão, porém, foi recuperado por St. Pierre logo na luta seguinte. No geral, o cartel do "Terror" no UFC (sem contar a final do TUF) é de seis vitórias e sete derrotas
Foto: AP
Nate Diaz: apesar de ser nome conhecido no octógono, Nate Diaz é outro vencedor do TUF que não rendeu o esperado. Campeão da 5ª edição do reality show em 2007, o especialista em jiu-jitsu começou no UFC com quatro vitórias, mas perdeu para Clay Guida justo em sua estreia no pay-per-view do evento. Após mais duas derrotas, subiu dos leves para os meio-médios; desde então, três vitórias em cinco lutas ainda o deixam longe de almejar o cinturão de Georges St. Pierre
Foto: AP
Mac Danzig: campeão do TUF 6 em dezembro de 2007 pelos meio-médios, Danzig também não disse ainda a que veio no UFC. Lutando pelos leves, ele soma só três vitórias em oito lutas no evento. Uma de suas derrotas pode ter sido controversa - no UFC 115, Matt Wiman o tinha preso em uma guilhotina e o árbitro Yves Lavigne encerrou a luta sem que Danzig pedisse ou desmaiasse - mas, na revanche entre os dois, Wiman voltou a levar a melhor, desta vez por decisão unânime
Foto: Getty Images
Amir Sadollah: descendente de iranianos, Sadollah tem uma carreira muito peculiar: antes de vencer o TUF 7, em 2008, ele era um lutador amador. Portanto, todos os seus combates profissionais no MMA aconteceram dentro do UFC. E não se pode dizer que sua carreira é brilhante - foram quatro vitórias e três derrotas. Com tanta inconstância, é difícil vislumbrar um grande futuro para ele entre os meio-médios
Foto: AP
Ryan "Darth" Bader: visto como promessa após brilhar no TUF 8 entre os meio-pesados, Bader vive momento instável. O wrestler de mão pesada começou no UFC com quatro boas vitórias (incluindo sobre Rogério Minotouro), mas viu sua invencibilidade cair diante do fenômeno Jon Jones. Depois, uma zebra: perdeu para o veterano Tito Ortiz, adiando a aposentadoria do ex-campeão. Com sede de vingança, atropelou Jason Brilz em sua última luta para tentar fazer a carreira decolar de novo
Foto: AP
Efrain "Hecho en México" Escudero: o jovem mexicano foi outro ganhador de TUF a ter uma passagem infeliz pelo UFC. Após triunfar entre os leves na 8ª edição do reality, ele estreou com um nocaute espetacular sobre Cole Miller. Porém, uma derrota para Evan Dunham colocou em xeque seu status na categoria. Ele ainda venceu Dan Lauzon, mas quando falhou em bater o peso necessário para enfrentar o brasileiro Charles do Bronx e mesmo assim perdeu a luta, foi demitido logo na sequência
Foto: Getty Images
Ross "The Real Deal" Pearson: o leve Ross Pearson teve um início arrasador após vencer a final do TUF 9. O inglês atropelou Aaron Riley na estreia e depois superou o alemão Dennis Siver, mas uma derrota para Cole Miller quebrou sua sequência e o manteve longe do topo da lista de desafiantes. Desde então, Pearson venceu Spencer Fisher e perdeu para o brasileiro Edson Barboza, mantendo seu cartel no UFC em três vitórias e duas derrotas. No balanço geral, a carreira não decolou
Foto: AP
James "Lightning" Wilks: outro inglês a triunfar no TUF 9, que opôs britânicos e americanos, Wilks ainda não conseguiu nada de destaque entre os meio-médios. Em sua estreia, foi massacrado por Matt Brown, que quebrou seu osso orbital no 1º round, o derrubou no 2º e o nocauteou no 3º. Após vencer Peter Sobotta, o inglês foi novamente derrotado, desta vez pela sensação canadense Claude Patrick, há mais de um ano. Desde então, seguidas lesões impedem sua volta ao octógono
Foto: UFC / Divulgação
Roy "Big Country" Nelson: facilmente reconhecido pela avantajada barriga, Roy Nelson se tornou um dos lutadores mais carismáticos do UFC. Após triunfar no TUF 10, ele estreou com um nocaute da noite sobre o gigante Stefan Struve. Contra Júnior Cigano, Nelson perdeu por pontos, mas foi o 1º a aguentar o boxeador brasileiro até o final. Após outra derrota para um nome de elite (Frank Mir), ele aposentou a lenda Mirko "Cro Cop" com um nocaute, e segue bem cotado entre os pesados
Foto: AP
Court "The Crusher" McGee: ex-viciado em heroína, McGee venceu o TUF 11 quase "por acaso": eliminado nas preliminares, voltou nas quartas de final após um dos concorrentes se lesionar, e prosseguiu para ser campeão entre os médios. No UFC, o americano soma duas vitórias em dois combates: finalizou Ryan Jensen e superou o sul-coreano Yang Dong-Yi por decisão unânime. Para almejar o cinturão, porém, ainda falta um triunfo convincente contra um adversário de peso
Foto: UFC / Divulgação
Jonathan Brookins e Tony "El Cucuy" Ferguson: os vencedores das edições número 12 e 13 do TUF, respectivamente, ficaram de fora da análise por conta do pouco tempo de UFC. Os dois fizeram apenas uma luta no evento, ambas em setembro de 2011: o peso pena Brookins, após voltar de lesão, perdeu para Erik Koch por decisão unânime; já o leve Ferguson venceu Aaron Riley após quebrar o queixo do rival no 1º round. Ambos devem ganhar mais oportunidades de subir no ranking em 2012