Bronze em Atenas, judoca Flávio Canto anuncia aposentadoria
5 fev2012 - 12h01
(atualizado às 16h07)
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O judoca Flávio Canto, medalha de bronze na Olimpíada de Atenas 2004, anunciou neste domingo, na TV Globo, a aposentadoria do esporte. O medalhista, que já trabalhava como apresentador do canal Sportv, agora também participará do programa global Corujão, que atualmente tem a apresentação do ex-jogador de vôlei Tande.
"Chega um momento, aos 36 anos, em que as dores passam a ser mais frequentes, e esse novo desafio está me deixando muito motivado para seguir um novo rumo", disse o agora ex-atleta, que é responsável pelo Instituto Reação, ONG que atua em comunidades pobres do Rio de Janeiro, ajudando a promover a inclusão social de crianças e adolescentes por meio do judô e outras atividades culturais.
Filho de um físico nuclear, Flávio nasceu em Oxford (Inglaterra), mas veio ao Brasil ainda criança e também passou período da infância morando nos Estados Unidos. Teve começo tardio no judô, aos 14 anos, inspirado pela conquista de Aurélio Miguel, ouro nos Jogos Olímpicos de Seul, em 1988.
Aos 19 anos, o judoca venceria sua primeira seletiva nacional. Logo depois, conquistaria sua primeira medalha defendendo o Brasil, a medalha de bronze nos Jogos Pan-Americanos de Mar Del Plata (Argentina), em 1995, na categoria até 81 kg. No ano seguinte, participou da Olímpiada de Atlanta, onde foi sétimo.
Heptacampeão sul-americano (1995, 1996, 1997, 1998, 2000, 2002 e 2004), Canto ainda conquistaria mais duas medalhas em Pans: a prata, em Winnipeg 1999 e o ouro na edição seguinte, em Santo Domingo.
Sem vaga olímpica para a Olimpíada de Sydney, em 2000, o judoca se classificou aos Jogos de Atenas, quatro anos depois, em luta polêmica com o então promissor Tiago Camilo na final da seletiva brasileira. A poucos segundos do fim, ele provocou uma punição ao adversário, que chegou a ir aos tribunais para reverter a decisão, mas sem sucesso.
Após boa estreia nos Jogos gregos, Canto caiu ante o russo Dmitri Nossov e foi para a repescagem, onde conquistou o bronze após vencer, por ippon, o sul-coreano Young Woo Kwon em apenas 25s. E ele reconhece 2004 como o ano mais importante de sua carreira. "Atenas foi o grande momento da minha vida, não pela medalha, mas porque estava a familia estava toda reunida"
Após títulos como medalha de bronze e outra de ouro nas etapas na Copa do Mundo de judô de Madri e Lisboa, em 2010, o judoca sofreu série de lesões, entre elas, uma infecção crônica no joelho que o obrigou a sofrer quatro cirurgias em cinco meses. Flávio não conseguiu manter o ritmo e acabou fora do Pan de Guadalajara. Pouco antes, havia sido eliminado do Mundial de Judô, em Paris, pelo russo Ivan Nifontov.
O experiente judoca ainda cogitava disputar os Jogos Olímpicos de Londres, mas decidiu por "pendurar a faixa" para se dedicar à ONG e aos trabalhos na TV Globo.
Nações com problemas políticos, falta de estrutura, crises financeiras, recém-criadas e devastadas por guerras e conflitos também disputam a Olimpíada. Para isso, seus atletas desafiam as possibilidades em busca de classificação. O jornal This is London listou oito desses países "problemáticos" que devem enviar representantes a Londres
Foto: Getty Images
Coreia do NorteO ditador Kim Jong-un - assim como seu pai e antecessor, Kim Jong II - permite que o país envie representantes à Olimpíada. A delegação, no entanto, ocupa um espaço separado e isolado da Vila Olímpica, é proibida de fazer turismo e só deixa o local para treinar, competir ou participar das cerimônias de abertura e encerramento
Foto: Getty Images
GanaGhana foi suspenso pelo Comitê Olímpico Internacional (COI) em 2011 sob alegação de interferência governamental em seu Comitê Olímpico - houve interferência na eleição que elegeu o ex-atleta olímpico do salto triplo Francis Dodoo como presidente da entidade. A punição foi retirada após novo pleito, que continua sob suspeitas de fraude. A situação do esporte olímpico no país é instável
Foto: Getty Images
AfeganistãoApesar de devastado por guerras e disputas internas, o Afeganistão mandou representantes aos Jogos de Atenas 2004 e Pequim 2008. No evento grego, permitiu que mulheres competissem pela primeira vez. Em Londres, deve marcar presença apesar continuar ocupado pelos Estados Unidos
Foto: Getty Images
Sudão do SulCriado em julho de 2008, o Sudão do Sul ainda não estabeleceu um Comitê Olímpico e corre contra o tempo para poder envitar representantes a Londres. Caso não consiga se adequar às normas do COI, seus atletas devem competir como neutros representante a bandeira olímpica. Em caso de medalha, ouvirão o hino olímpico no pódio. Na foto, partida de futebol é disputada em comemoração à criação do país
Foto: Getty Images
Antilhas HolandesasAs Antilhas Holandesas fizeram sua última competição nos Jogos Pan-Americanos de Guadalajara. O País foi dissolvido em 2010: Curaçao e San Martin se tornaram países independentes, enquanto outras três ilhas viraram municípios holandeses. Assim como o Sudão do Sul, terá atletas competindo como neutros. Aruba (foto), que também fazia parte do país, se separou em 1986 e compete de forma independente desde 1988
Foto: Getty Images
PalestinaApesar não ser reconhecida como país por muitos governos, a Palestina tem status olímpico independente desde 1996. Desde então, tem se aproximado de Israel. Seus atletas contam com ajuda de israelitas para treinamento visando a Olimpíada de Londres, o que tem ajudado na obtenção de vistos para competições internacionais
Foto: Getty Images
KuwaitOs atletas do Kuwait não têm ideia se poderão disputar a Olimpíada de Londres. O país foi suspenso pelo COI devido à interferência governamental em seu Comitê Olímpico. A expectativa, segundo o jornal This is London, é de que a decisão seja revogada a tempo para os Jogos londrinos
Foto: Getty Images
ZimbábueRobert Mugabe e seu séquito não poderão ir a Londres acompanhar a Olimpíada porque estão banidos da União Europeia, decisão tomada diante das denúncias de fraude no processo eleitoral do Zimbábue e de violação dos direitos humanos. Com a crise financeira do país africano, seus atletas passam dificuldades para competir fora do país. A presença nos Jogos é dúvida