Decisão controversa em luta de boxe causa confusão nos Jogos Asiáticos

1 out 2014 - 10h20

A decisão dos juízes em uma das semifinais da categoria até 60kg de boxe feminino causou polêmica e gerou revolta na 17ª edição dos Jogos Asiáticos, que está sendo realizada na cidade de Incheon, na Coreia do Sul. A confusão aconteceu após os juízes determinarem a vitória da anfitriã Jina Parker, mesmo que sua adversária, a indiana Laishram Sarita Devi, tenha dominado grande parte do confronto, nesta terça-feira.

A decisão causou a indignação de Sarita Devi, da imprensa indiana e de diversas pessoas que acompanharam a luta. De acordo coma imprensa local, Sarita Devi realmente perdeu o primeiro round, mas foi muito superior no decorrer do confronto, chegando a deixar a oponente com o nariz sangrando.

Indignada com o resultado final da luta, a indiana não escondeu sua insatisfação com os juízes. "Eu não aceito essa. É errada. Todo o treinamento não significa nada quando essas coisas acontecem. Não sabia se ria ou chorava", afirmou.

Nesta quarta-feira, na cerimônia de premiação, a pugilista chorou muito ao subir no pódio, recusou-se a aceitar sua medalha e, posteriormente, chegou a colocar o bronze no pescoço da sul-coreana, que se abaixava para fazer o tradicional gesto de cumprimento. Quem também manifestou seu descontentamento foi Chongtham Thoiba Singh, marido de Sarita Devi, que teve de ser contido por seguranças quando tentava levar sua mulher ao ringue como forma de protesto. "Você matou o boxe", disse ele, referindo-se a um dos juízes.

Após a luta, a delegação indiana apresentou um protesto e exigiu uma revisão do resultado final da luta entre sua atleta e a pugilista sul-coreana. O treinador cubano BI Fernandes, da equipe indiana, ainda fez acusações de que Jina Parker só venceu porque é anfitriã.

"Foi pré-decidido, o veredicto de 3 a 0 é uma indicação clara. A coreana merecia ter recebido muitas contagens, julgando pelo o que aconteceu no ringue, e a luta deveria ter sido interrompida. Sarita era um vencedora clara, mas o dinheiro tem falado aqui. Foi o que aconteceu em Seul, durante os Jogos Olímpicos de 1988. Está acontecendo agora de novo. Nada parece ter mudado. As novas regras não têm feito a diferença", apontou o treinador.