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MMA

Defensores do MMA dizem que proibir é exagero, mas admitem mudar regras

13 dez 2013 - 15h57
(atualizado às 16h18)
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<p>Lyoto Machida pede moderação nas regras sobre cotoveladas</p>
Lyoto Machida pede moderação nas regras sobre cotoveladas
Foto: MEI João Paulo Bezerra Di Medeiros - Especial para o Terra

Há uma luta na Câmara dos Deputados atualmente: enquanto tramita um projeto de lei que pode proibir a transmissão de eventos de MMA, os defensores do esporte tentam combatê-lo. Visto como exagerada, a ideia pelo menos criou um debate que pode ser positivo. Afinal, pelo menos no Brasil existem tentativas de criar regras que amenizem as lesões criadas nas lutas.

A principal oposição ao projeto de lei vem de Elisio Cardoso Macambira, presidente da Confederação Brasileira de MMA (CBMMA). "Essa ideia de proibir é um exagero e tem coisas absurdas", afirmou ao Terra.

Elisio acusa o criador do projeto, José Mentor (PT-SP), de falar "coisas absurdas" para despertar atenção e assim ganhar apoio. "Acredito que o projeto tem chances de ser votado e quem sabe aprovado porque ele fica fazendo apelos dramáticos", afirmou, rebatendo críticas do deputado, que costuma comparar o MMA com rodeios e rinha de galos. "Os animais não podem se ferir, mas os humanos podem? Por que?", questionou ele, também em entrevista exclusiva ao Terra.

Mas Elisio não está sozinho na defesa ao MMA. Além de contar com apoio de quem ganha dinheiro com o esporte, como a Rede Globo, os lutadores também têm se envolvido na discussão. Em sua passagem por Goiânia recentemente, Lyoto Machida comentou a polêmica e abominou o projeto de lei, dizendo que o MMA já ultrapassou a barreira do preconceito de boa parte da população brasileira.

<p>Elisio é contra cotoveladas e sangramento no octógono</p>
Elisio é contra cotoveladas e sangramento no octógono
Foto: Facebook / Reprodução

"Em que fundamento está sendo colocado isso (o projeto de lei)? Por causa da violência? Violência é diferente e você pode encontrá-la em outros esportes. No futebol, por exemplo, tem carrinho por trás. No futebol americano tem cabeçadas que podem causar lesões na coluna cervical", citou ele, lembrando depois toda a preparação que os lutadores fazem antes de subir no octógono. "São pessoas que estão preparadas e treinadas para estar ali. E o evento dá todo suporte para elas".

Mudança de regras

Os defensores do MMA, porém, não são radicais. Tanto Elisio quanto Lyoto Machida e outros lutadores admitem que mudanças nas regras podem fazer com que o MMA seja visto com menos críticas. O presidente da CBMMA inclusive tenta fazer adaptações das regras para os eventos que acontecem no Brasil.

"Nós somos contra cotoveladas, por exemplo. Entendo que machuca com muita força, muita contundência. Quando um atleta tem sangramento, poderia sempre parar para ele ser atendido, ter uma parada técnica para estancar o sangramento", analisou ele, que admite suas limitações para conseguir a aprovação das regras: "não podemos obrigar ninguém a fazer isso, mas a gente está tentando. Temos uma equipe inteira para verificar a segurança dos eventos e das lutas".

Lyoto concorda principalmente com a sugestão sobre cotoveladas: "acho que as cotoveladas poderiam ser proibidas quando o atleta está no chão, porque é muito fácil e cria um dano muito grave. Mas para dar um cotovelada em pé é preciso mais técnica, é mais difícil, então tudo bem", opinou o lutador.

Um passo importante para a implementação dessas regras pode ser dado com a criação de um Campeonato mundial do esporte, já que a CBMMMA tem tomado atitudes para criá-lo no Brasil e assim instituir essas regras cautelosas. Talvez seja o "golpe" fatal para afastar os "ataques" do deputado e ainda conquistar um público que é resistente contra o MMA. 

Fonte: Terra
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