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MMA

Deputado diz que recebeu até apoio de lutadores para proibir MMA na TV

13 dez 2013 - 15h57
(atualizado às 16h17)
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<p>José Mentor fica assustado com chutes, joelhadas e cotoveladas</p>
José Mentor fica assustado com chutes, joelhadas e cotoveladas
Foto: Divulgação

Na busca pela proibição do MMA na televisão aberta brasileira, o deputado José Mentor (PT-SP) diz ter ganhado um apoio inusitado: lutadores de outras modalidades entendem que a transmissão dos combates deveria ser proibida. Já existe um projeto de lei para conseguir isso e, de acordo com Mentor, até mesmo os ex-boxeadores Adilson Maguila e Éder Jofre já apoiaram sua ideia.

Mentor admitiu que, dada a popularidade do MMA atualmente, ele não esperava muito apoio ao seu projeto de lei. "Pensei que fosse ficar isolado. Mas eu vi duas chamadas de lutas na TV e, em uma delas, um lutador virava o outro de cabeça para baixo e o jogava no tatame, como se fosse um pilão. E na outra um sujeito imobilizado levava cotoveladas e jorrava sangue para todo lado. Tive que fazer alguma coisa", contou ele, que afirma já ter visto lutas completas de MMA para analisar o esporte. "Mas nem precisava assistir mais de uma", completou, em entrevista ao Terra.

De acordo com o Mentor, após a criação do projeto, que aconteceu há quatro anos, a repercussão foi surpreendente: "tenho recebido apoio até de profissionais de educação física e lutadores de artes marciais, como o taekwondo. Éder Jofre e Maguila também e ainda o Ted Boy Marinho, quando estava vivo", afirmou, apontando que alguns profissionais de caratê e judô também não consideram o MMA como uma arte marcial.

Presidente da Confederação Brasileira de MMA (CBMMA), Elisio Cardoso Macambira duvida que exista esse apoio relatado por Mentor. Ele só admite um problema: "alguns atletas de boxe têm inveja do MMA, porque cresceu muito e muitas pessoas estão saindo do boxe para o MMA", analisou, já minimizando: "é normal. Sempre que uma modalidade começa a crescer muito, ela tira espaço de outra".

Em busca desses apoios, o deputado tem apostado em opiniões fortes e polêmicas. Diz que o MMA não é esporte e nada tem a ver com as artes marciais: "essas lutas do UFC só pegam o que há de pior nas artes marciais. Não tem uma cultura milenar, uma filosofia, como tem outros esportes. Artes marciais existem para defender, não para atacar".

Mentor explica que a violência vista no octógono é o que mais lhe espanta: "tem chutes fortíssimos, joelhada no rosto e até cotovelada na cabeça. Quando tem um lutador 'grogue', ele continua levando bordoadas. Quando o sujeito dá uma chave de braço, ele quebra o braço. Podem deixar alguém tetraplégico". O deputado lembrou ainda de declarações do senador americano John McCain, comparando o MMA com uma rinha de galos humana.

Lutadora acerta soco avassalador e destrói rival:

Elisio ataca essa comparação e outras declarações polêmicas de Mentor: "ele está exagerando. Ninguém está subindo no octógono despreparado ou sem saber o que vai acontecer. Ele só está dizendo essas coisas para aparecer e criar polêmica", minimizou.

Principais debatedores do assunto, Mentor e Elisio já se encontraram em diversas oportunidades, tanto na Câmara quanto fora dela. O presidente da CBMMA admitiu que fica incomodado com as críticas do deputado, mas se controla para manter o clima pacífico: "ele é altamente nervoso, mas mantenho a postura de lutador, calmo, sereno e respeitando ele. Ele tem uma opinião dura a respeito da modalidade, mas com palavras a gente tenta combater e mostrar que ele está errado".

Mentor sempre parece estar convicto de sua opinião, promete lutar pela aprovação do projeto até o fim - isso ainda precisa passar por comissões antes de ser votado - e refuta todas críticas. Sempre com polêmica: "tem o argumento de que o MMA é muito popular e por isso não pode ser proibido. Mas na Roma Antiga você tinha luta de gladiadores, e o povo também gostava. Mas hoje é proibido", concluiu.

Fonte: Terra
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