Renan Barão muda treinos e estratégia para revanche no UFC
Brasileiro terá revanche contra o americano TJ Dillashaw, que lhe roubou não só o cinturão dos galos (até 61,2 kg), como uma invencibilidade de quase 10 anos. O UFC 177 ocorre no dia 30 de agosto, em Sacramento, nos EUA
Acordar às 7h (de Brasília), café da manhã e treino. Almoço, rápido descanso e mais uma sessão de treino antes de nova alimentação. Mais uma última atividade da noite. Isso praticamente todos os dias. Com o “sangue nos olhos”, tem sido esta a rotina de Renan Barão na tentativa de recuperar o cinturão do peso galo (61,2 kg) na revanche contra o americano TJ Dillashaw, dia 30 de agosto, em Sacramento, nos EUA, no combate principal do UFC 177.
“Nunca treinei tanto na minha vida”, afirmou o brasileiro, que não só perdeu o cinturão na luta realizada em maio (nocaute técnico no quinto round), como também uma invencibilidade que já durava quase 10 anos e envolveu 33 lutas. “Acho que agora a história vai ser diferente”, resumiu ele, ao atender os jornalistas para falar da revanche logo após mais uma sessão de treinos.
Por questões óbvias, nem Barão, tampouco o seu treinador Dedé Pederneiras, revelam detalhes da mudança de tática para esse esperado combate, que pode devolver mais um cinturão ao Brasil – atualmente, apenas José Aldo detém um título da maior franquia de MMA, no peso pena (até 66 kg). Mas é nítido que a preparação foi diferente: mais tempo, e uma nova estratégia para o octógono.
“Mudamos muito. Demos uma intensificada na parte de preparação física, trouxemos atletas de muay thai e estamos muito focados”, explicou Barão. “O que eu vou mudar eu não posso dizer hoje, mas vão ter mudanças com certeza e as pessoas vão perceber isso nessa próxima luta”, completou Dedé.
“Posso falar isso e ele tomar um soco no primeiro segundo e cair, mas a gente espera que a luta seja bem diferente da última. O TJ veio com uma estratégia boa na última luta e hoje não vejo ele conseguindo mudar muito. Pode ser que ele tente levar para o chão no início para enganar e depois ficar em pé. Então estamos treinando tudo”, complementou ainda o treinador brasileiro.
No combate realizado em maio deste ano, em Las Vegas, nos EUA, Renan Barão esteve irreconhecível no octógono e foi massacrado por TJ ao longo de todo o combate. Ele culpa uma desatenção que lhe custou um knockdown logo no primeiro round.
“Levei essa pancada muito forte no começo e depois fiquei totalmente no automático. Eu fiquei lento e não estava raciocinando. O Dedé pedia para eu fazer as coisas e eu não conseguia, não conseguia pensar”, relembrou, com a concordância do treinador. “É difícil você fazer algo para receber a orientação que você quer. No quarto round, ele chegou ao cúmulo de perguntar quem estava ganhando a luta. Ele estava em Marte. Você tenta, mas tem uma hora que não dá para mudar o que está acontecendo”, disse Dedé.