UFC usa evento no Texas para chamar atenção de mexicanos e argentinos
Era fevereiro de 2011. Anderson Silva ia enfrentar Vitor Belfort, naquela que é considerada por muitos a "luta do século". Em Las Vegas, antes do combate, grande parte da mídia esportiva brasileira recebeu atenção especial. Pronto para trazer os eventos do UFC de volta para o País, o presidente Dana White atendeu os jornalistas separadamente e explicou que rapidamente o Brasil se tornaria um mercado importante para a organização, o que de fato aconteceu. Quase três anos depois, foi a vez de mexicanos e argentinos passarem pela mesma situação. O UFC busca novos alvos na América Latina e por isso tem dado atenção especial a jornalistas latinos durante esta semana.
O evento ideal para atrair mexicanos e argentinos acontecerá neste sábado, em Houston, no Texas. O UFC 166 terá dois atletas latinos na luta principal, sendo que o protagonista é o adversário do brasileiro Junior Cigano, Cain Velasquez - apesar de ser americano, ele tem ascedência mexicana e costuma inclusive mostrar a bandeira do país no octógono. O fato de ele ser o atual campeão dos pesos pesados e estrelar a maior trilogia recente do MMA faz do UFC 166 um evento fundamental para a expansão do esporte no México.
Mas e a Argentina? Qual é o interesse de um país que possui pouca tradição nas lutas e tem apenas um atleta contratado pelo UFC até agora? A imprensa presente em Houston nesta semana, que foi convidada em peso pela organização, explica que o público argentino tem acompanhado o crescimento do MMA, torcido muito por Cain e até por atletas brasileiros, sem repetir a rivalidade que existe no futebol, por exemplo. "O Anderson Silva é uma lenda lá e todos ficaram frustrados e revoltados com a derrota dele", comentou um jornalista.
Atento a esse crescimento, o presidente do UFC, Dana White, não quer deixar a oportunidade passar. Nesta quinta-feira, ele atendeu separadamente os jornalistas latino-americanos e respondeu a todas perguntas semelhantes àquelas que já tinham sido feitas por brasileiros em 2011: quando o México receberá o primeiro evento do UFC? Quem serão os lutadores? A Argentina terá um reality show The Ultimate Fighter (TUF) para revelar talentos? Quanto vai ser investido nesses mercados?
As respostas de Dana White a essas questões vieram com muitas promessas, mas sempre evasivas, sem precisão nem definição. Era esperado algum anúncio importante, mas não aconteceu. Ele explicou que não chegou o momento certo para que essa expansão vire realidade, principalmente por falta de um acordo: "a televisão é um elemento fundamental para o nosso negócio e precisamos encontrar um acerto que seja bom para os dois lados nesse caso. Isso ainda não aconteceu", comentou, para tristeza dos jornalistas - que mais tarde foram "consolados" com um jantar bancado pela organização do UFC.
A esperança agora é que o UFC 166 realmente faça sucesso e assim convença a televisão a outros patrocinadores argentinos e principalmente mexicanos a investirem no MMA. Porém, uma derrota de Cain Velasquez pode colocar tudo a perder neste sábado.
UFC para argentino ver
Ainda falta um astro argentino no MMA, mas pelo menos agora há um candidato: Santiago Ponzinibbio participou da segunda temporada do TUF brasileiro e chamou atenção tanto por suas qualidades quanto pelo carisma. Brincalhão, ele costumava dizer que, apesar de ser argentino, era "gente boa".
A imprensa argentina acompanhou a participação de Ponzinibbio, que poderia ter disputado a final do TUF, mas uma lesão o impediu. Mesmo assim ele foi contratado e enfrentará o americano Ryan LaFlare em Goiânia, no dia 9 de novembro. É outra luta que será fundamental para que a intenção de Dana White realmente dê certo.
* O repórter viajou a convite do UFC
