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MMA

Vitor Belfort: biografia, maiores lutas, vídeos, UFC e mais

6 abr 2015 - 14h41
(atualizado às 14h42)
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Ninguém ganha o apelido de "Fenômeno" à toa. No caso de Vitor Belfort, a alcunha foi conquistada com uma das ascensões mais meteóricas da história do MMA, e mantida com uma carreira que o tornou uma das figuras mais influentes do esporte em todo o mundo. Desde o título (aos 19 anos!) do torneio peso pesado na época em que lutadores do UFC ainda faziam mais de um combate por dia, passando pelo cinturão dos meio-pesados da organização, o carioca já escreveu seu nome nas páginas das artes marciais.

Precoce e talentoso

Belfort nasceu em 1º de abril de 1977, no Rio de Janeiro. Foi o segundo filho do casal José Marcos e Maria Jovita, que já tinha a pequena Priscila, de dois anos. Sempre ativo esportivamente durante a infância, ele se arriscou em modalidades como bicicross e futebol – jogou nas categorias de base do Flamengo e fez dupla de zaga com Juan, que jogou duas Copas do Mundo pela Seleção. Mas foi aos 12 anos que o garoto encontrou sua vocação verdadeira: lutar. Começou no jiu-jitsu, e logo passou a ser treinado pela lenda Carlson Gracie.

Como todo fenômeno, Vitor foi precoce. Com 19 anos, ele já estava nos Estados Unidos para fazer sua estreia no MMA – à época, um esporte ainda marginalizado, bem mais brutal e longe dos holofotes da mídia tradicional como é hoje. Sua primeira luta oficial foi em um evento no Havaí, o Superbrawl, e o garoto nocauteou o americano Jon Hess em apenas 12 segundos. Detalhe: Hess era oito anos mais velho, 45 kg mais pesado e tinha uma vantagem de 18 cm na envergadura.

No UFC, nasce o Fenômeno

Em 1997, Belfort foi chamado para lutar no UFC. Naquele tempo, o evento era apenas uma sombra da organização multimilionária e poderosa de hoje – os lutadores participavam de um minitorneio disputado em um único dia. Vitor derrotou os americanos Tra Telligman e Scott Ferrozzo e, ainda aos 19 anos, tornou-se o vencedor mais jovem da história do Ultimate, recorde mantido até hoje. Nascia o apelido "The Phenom".

O jovem seguiu fazendo história no UFC: derrotou o wrestler Tank Abbott e, aos 20 anos, teve a chance de disputar o recém-criado cinturão dos pesos pesados contra o mito Randy Couture – perdeu por nocaute técnico no 1º round, sua primeira derrota oficial. No ano seguinte, na primeira edição do UFC no Brasil, ele venceu Wanderlei Silva de forma arrasadora, nocauteando o rival em 44 segundos. Foi a despedida de Vitor, que depois rumou para o Japão para lutar pelo Pride.

Estrela no Pride... e na Casa dos Artistas

Apesar da estreia com derrota para o japonês Kazushi Sakuraba – luta na qual o brasileiro quebrou a mão, mas foi até o fim –, Belfort consolidou no Pride o status de estrela do MMA. Foram quatro triunfos seguidos entre 2000 e 2001, e nesse meio tempo, o lutador começou a namorar a modelo Joana Prado, que na época brilhava na TV como a personagem Feiticeira. O relacionamento durou apenas três meses, mas, assim como a história de Vitor no Pride, ainda haveria tempo para um segundo capítulo.

<p>Belfort retomou o namoro com Joana Prado durante o reality show Casa dos Artistas</p>
Belfort retomou o namoro com Joana Prado durante o reality show Casa dos Artistas
Foto: TV Globo

De volta ao UFC em 2002, Vitor enfrentaria Tito Ortiz, mas se lesionou e acabou tendo a luta cancelada. Sua reestreia foi diante de Chuck Liddell, e o brasileiro perdeu por decisão unânime depois de ser derrubado no terceiro round. O ano foi mais importante no âmbito pessoal: Belfort participou do reality show Casa dos Artistas, do SBT, onde reatou o relacionamento com Joana Prado. Ele foi o sexto eliminado entre 14 participantes. No fim do ano seguinte, casou-se com a modelo, com quem vive até hoje e tem três filhos.

Um cinturão em meio à tragédia

O ano de 2004 representou dois extremos opostos na vida do lutador. Em 9 de janeiro, sua irmã Priscila foi sequestrada no Rio de Janeiro quando saía do trabalho para almoçar. Apesar de uma mulher confessar o envolvimento no crime anos depois e dizer que Priscila foi assassinada, o corpo nunca foi encontrado. O sofrimento pelo caso fez Belfort, cristão desde a infância, aprofundar ainda mais sua relação com a religião. O triste episódio, porém, não impediu que Vitor vencesse a revanche com Randy Couture e conquistasse o cinturão dos meio-pesados do UFC apenas 22 dias depois do desaparecimento da irmã.

<p>Priscilla, irmã mais velha de Vitor, nunca foi encontrada após ter sido sequestrada em 2004</p>
Priscilla, irmã mais velha de Vitor, nunca foi encontrada após ter sido sequestrada em 2004
Foto: Reprodução

A pior fase da carreira de Vitor, com três derrotas seguidas, veio logo depois: ele perdeu o título em um terceiro combate com Couture, foi derrotado por Tito Ortiz graças a uma polêmica decisão dos juízes e, em luta isolada pelo Pride, foi batido pelo holandês Alistair Overeem. No dia da luta com Ortiz, que aconteceu em Las Vegas, Joana deu à luz o primeiro filho do casal, Davi – uma grande alegria em meio a um dos momentos mais complicados da vida do atleta.

O doping e a "luta do século"

Após um período "nômade" em que bateu Antony Rea pelo Cage Rage, perdeu a revanche com Overeem no Strikeforce e venceu Kazuo Takahashi no Pride, Vitor se viu envolvido em uma polêmica de doping pela primeira vez na carreira. Em exames feitos após sua derrota para Dan Henderson no Pride, ele testou positivo para níveis elevados de testosterona. Em sua defesa, o brasileiro afirmou que o hormônio foi resultado de injeções para se recuperar de uma lesão no joelho, mas acabou suspenso por nove meses e multado em US$ 10 mil.

<p>O chute de Anderson Silva no queixo de Vitor Belfort ficou eternizado na história do UFC - e transformou o MMA em febre no Brasil</p>
O chute de Anderson Silva no queixo de Vitor Belfort ficou eternizado na história do UFC - e transformou o MMA em febre no Brasil
Foto: Getty Images

De volta aos combates em abril de 2007, Belfort venceu quatro lutas seguidas, foi chamado de volta ao UFC e reestreou nocauteando o ex-campeão Rick Franklin nos pesos médios. Foi a senha para aquela que se tornou a luta que impulsionou o MMA como um esporte realmente popular no Brasil: o histórico duelo com Anderson Silva, em fevereiro de 2011. Belfort foi derrubado com um chute espetacular do "Spider" no primeiro round, mas foi tão fundamental quanto o adversário para dar às artes marciais mistas um espaço gigantesco na grande imprensa brasileira.

Confusões no TUF e title shot contra Jones

Mais astro do que nunca no Brasil, Belfort surfou bem na onda da explosão do MMA no País. Ainda em 2011, foi um dos treinadores da primeira edição brasileira do The Ultimate Fighter, reality show do UFC que premia os melhores lutadores com contratos com a organização. Sua participação foi marcada pelas rusgas constantes com o técnico rival, Wanderlei Silva, e por algumas polêmicas: um pôster de Vitor foi vandalizado pelos atletas da equipe adversária, e Belfort causou revolta na casa quando definiu que dois amigos, Rony Jason e Anistávio Gasparzinho, se enfrentariam nas quartas de final.

Após tantas provocações, Belfort quebrou a mão em um treino e não pôde enfrentar Wanderlei no que seria a luta final do TUF Brasil. Mas o Fenômeno continuou em alta no UFC, com triunfos convincentes sobre Yoshihiro Akiyama e Anthony Johnson, antes de desafiar Jon Jones pelo cinturão dos meio-pesados e quase finalizar o campeão, mas perder no quarto round.

TRT: a última polêmica

As vitórias seguintes foram avassaladoras, com Vitor mostrando uma forma explosiva aos 36 anos e nocauteando Michael Bisping, Luke Rockhold e Dan Henderson. Porém, ficaram manchadas pela polêmica do TRT: um tratamento de reposição de testosterona que foi acusado de "injusto" por alguns de seus adversários, por dar ao brasileiro uma vantagem física desproporcional. A Comissão Atlética de Nevada resolveu banir o TRT antes de uma luta pelo título dos médios contra Chris Weidman, fazendo Belfort desistir do combate.

Atualmente, Vitor vive com Joana e os três filhos do casal em Miami, nos Estados Unidos, para onde a família se mudou em julho de 2012. A esperada luta com Weidman pelo cinturão dos pesos médios está marcada para 23 de maio de 2015.

Fonte: Terra
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