A. Silva nega rótulo de lenda e avisa: "talvez eu seja a próxima vítima"
15 abr2011 - 17h54
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Invicto desde janeiro de 2006 após 14 combates, o lutador brasileiro Anderson Silva tenta minimizar o status que alcançou com suas vitórias no UFC. Em bate-papo com internautas através de Twitcam nesta sexta-feira, ele negou o rótulo de "lenda" do esporte, descartou ser invencível e até avisou: talvez, acabe sendo a "próxima vítima" no octógono.
"Talvez eu seja a próxima vítima. A luta está marcada com o Okami em agosto e vamos lá. UFC Rio", disse, ao responder pergunta sobre seu próximo adversário. Anderson terá pela frente o japonês Yushin Okami, justamente o último a derrotá-lo, durante evento de MMA no Havaí chamado Rumble on the Rock.
"Com certeza não sou imbatível. Às vezes, a gente passa por situações que demonstram isso. A gente treina muito para fazer um bom trabalho, mas a qualquer momento posso perder. O que fica é o que construímos como história. O que a gente já fez ficará na história. Esse negócio de ser imbatível é uma coisa muito vaga", afirmou o lutador, direto de Los Angeles.
Por isso, o rótulo de "lenda" atribuído ao lutador após o impressionante nocaute em Victor Belfort em fevereiro, não serve para Anderson Silva. Ele prefere continuar conhecido como o "Homem Aranha", escalando o ringue do octógono a cada vitória. "Falta muito para eu me tornar lenda viva", complementou.
Sem clima de revanche
O reencontro com Yushin Okami não será encarado por Anderson Silva como uma revanche pela última derrota que sofreu na carreira: "nada a ver. Vamos fazer nosso trabalho. É uma grande oportunidade ter o UFC de volta ao Brasil e uma grande chance para o Japão, que passa por uma fase complicada. A luta é importante para o Okami também. Vai ser um clima bacana, clima de Copa do Mundo".
Jon Jones (2011): voltando de lesão, Maurício "Shogun" não foi páreo para a sensação Jon "Bones" Jones em sua primeira defesa de cinturão, ocorrida em março deste ano. O americano tomou a iniciativa e dominou o brasileiro nos primeiros rounds, finalizando a luta no terceiro por nocaute técnico, com uma joelhada. Agora, Jones tentará ser o 1º campeão dominante dos meio-pesados desde Chuck Liddell: sua primeira defesa será contra um ex-detentor do cinturão, Rashad Evans.
Foto: AP
Frank Shamrock (1997-1999): o americano se tornou em 1997 o 1º campeão da divisão dos meio-pesados do UFC - que havia acabado de ser criada e levava o nome de médios. Shamrock venceu o compatriota e favorito Kevin Jackson em apenas 14 segundos, finalizando-o com uma chave de braço. Após defender seu título quatro vezes com vitórias sobre Igor Zinoviev, Jeremy Horn, John Lober e Tito Ortiz, saiu do UFC em 1999 por "falta de competição" e deixou o título sem dono.
Foto: Getty Images
Tito Ortiz (2000-2003): após a saída de Shamrock, a divisão recebeu a denominação atual - meio-pesados - e o UFC designou dois lutadores para a disputa do cinturão sem dono: Tito Ortiz e Wanderlei Silva. O "Huntington Beach Bad Boy" venceu por decisão unânime em abril de 2000 e defendeu seu título por 5 vezes, conseguindo um recorde na divisão: vitórias sobre Yuki Kondo, Evan Tanner, Elvis Sinosic, Vladimir Matsyushenko e Ken Shamrock - de quem Frank Shamrock é irmão adotivo.
Foto: Getty Images
Randy Couture (2003-2004): com as constantes recusas do campeão Tito Ortiz em defender seu título pela 6ª vez contra o desafiante número 1, Chuck Liddell, o UFC criou um "título interino" dos meio-pesados: na disputa, Liddell perdeu por nocaute técnico para Randy Couture, ex-campeão dos pesados que havia acabado de mudar de divisão. Ainda em 2003, Couture venceu Ortiz por decisão unânime na unificação dos títulos, tornando-se o 1º campeão em duas categorias diferentes
Foto: AP
Vitor Belfort (2004): em sua primeira defesa de título, em janeiro de 2004, Couture, então com 40 anos, encarou Vitor Belfort, 26. O brasileiro foi declarado vencedor quando uma parte de sua luva abriu um corte feio no americano ainda no 1º round, impedindo o campeão de continuar. O "Fenômeno" ficou pouco com o cinturão: em agosto do mesmo ano, em revanche com Couture, foi dominado por três rounds e perdeu o título após o combate ser paralisado por interferência dos médicos.
Foto: Josh Hedges/Zuffa/LLC / Divulgação
Chuck Liddell (2005-2007): o último lutador a manter uma dose de hegemonia na divisão dos meio-pesados foi o "Homem de Gelo" Chuck Liddell. Ele bateu seu rival Randy Couture com um nocaute no 1º round em abril de 2005 para ganhar o cinturão, e defendeu o título em abril do mesmo ano contra Jeremy Horn. Em 2006, foram mais três defesas bem-sucedidas: vitórias no "tira-teima" com Couture e sobre o brasileiro Renato "Babalu" Sobral e o ex-campeão Tito Ortiz.
Foto: AP
Forrest Griffin (2008): Griffin entrou no octógono como "azarão" para desafiar o campeão Quinton Jackson em julho de 2008 e passou por apuros no primeiro round, sendo derrubado por um uppercut do adversário. Porém, reagiu nos rounds seguintes e acabou saindo vencedor por decisão unânime dos juízes, tomando para si o cinturão. O resultado da luta gerou certa polêmica e nem todos os fãs consideraram justa a vitória concedida a Griffin.
Foto: AFP
Quinton Jackson (2007-2008): usando um boxe agressivo, "Rampage" Jackson quebrou o reinado de Liddell em maio de 2007, com um nocaute técnico ainda no 1º round. O novo campeão ainda defendeu seu título em setembro do mesmo ano ao superar o veterano Dan Henderson por decisão unânime, mas logo deu início à série de "campeões-relâmpago" da categoria dos meio-pesados.
Foto: AFP
Rashad Evans (2008-2009): até então invicto, "Sugar" Rashad Evans foi o primeiro desafiante pelo cinturão de Forrest Griffin. O campeão dominou os dois primeiros rounds na luta em pé, mas Rashad conseguiu derrubar Griffin no terceiro e finalizou o embate com golpes no chão, mantendo a invencibilidade e conquistando o disputado título dos meio-pesados.
Foto: AFP
Lyoto Machida (2009-2010): em um combate de lutadores invictos, Rashad Evans perdeu seu cinturão para o brasileiro Lyoto "The Dragon" Machida em maio de 2009. O carateca brasileiro dominou o primeiro round e acertou uma sequência brutal de golpes no segundo, nocauteando o campeão. Lyoto defendeu seu título em outubro do mesmo ano com uma polêmica vitória por decisão unânime sobre o compatriota Maurício "Shogun" Rua - tão polêmica que uma revanche foi marcada para o ano seguinte
Foto: AP
Maurício "Shogun" (2010-2011): criticado por seu estilo mais cauteloso, baseado em esquiva e contra-ataque, Lyoto tentou ser mais agressivo na revanche com Shogun em maio de 2010. O campeão até começou melhor e derrubou o curitibano duas vezes, mas caiu após levar um potente soco na cabeça ainda no primeiro round e acabou nocauteado ao receber mais golpes no chão, sofrendo a primeira derrota da carreira.