Com dívida de R$ 33 mi, Holyfield coloca cinturões e carros à venda
12 out2012 - 11h37
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Tetracampeão mundial dos pesos pesados nos anos 1990, o americano Evander Holyfield vive uma crise financeira tão grande que colocou à venda alguns cinturões de boxe que havia conquistado. Segundo informa nesta sexta-feira o diário britânico Daily Mail, o lutador está "desesperado" por causa de uma dívida de 10 milhões de libras (quase R$ 33 milhões).
De acordo com o periódico, Holyfield, que completa 50 anos de idade em 19 de outubro, já teve uma fortuna avaliada em 350 milhões de libras (R$ 1,15 bilhão). Como grande parte de seu dinheiro é gasta para manter os 11 filhos que ele teve com cinco mulheres diferentes, o pugilista vive crise financeira.
Em julho, o americano vendeu uma mansão de 109 quartos e 17 banheiros localizada perto de Atlanta por 5 milhões de libras (R$ 16,4 milhões) em meio ao risco de ser despejado devido às dívidas com o fisco e com os bancos.
Agora, Holyfield promoverá "uma das maiores vendas de pertences da história do esporte", negociando 20 pares de luvas, além de botas e trajes que usou em algumas de suas lutas. Ele também colocou à venda relógios de ouro e diamantes e cinturões da WBC (Conselho Mundial de Boxe), da WBA (Associação Mundial de Boxe) e da IBF (Federação Internacional de Boxe) e também alguns carros de luxo, incluindo um Chevrolet Corvette vermelho de 1962.
Parado desde 2004, Holyfield retornou ao boxe em 2006 tentando retomar o título mundial dos pesos pesados. Ele foi derrotado de forma polêmica em dezembro de 2008, em Zurique, pelo russo Nikolai Valuev, então campeão da divisão pela WBA, em um placar definido por pontos. O último combate do americano ocorreu em maio de 2011, em Copenhague, em uma vitória por nocaute técnico sobre o dinamarquês Brian Nielsen.
Enquanto o UFC sofria com graves problemas financeiros e ainda engatinhava rumo ao sucesso, o MMA possuía outro grande evento. O Pride reuniu as grandes estrelas da modalidade durante a primeira década deste século e promoveu combates épicos, mas faliu e acabou comprado pelo Ultimate. Com diferenças nas regras, como a permissão do famoso "tiro de meta" (chute na cabeça do rival caído no chão), a marca japonesa era a grande febre do esporte. Relembre algumas grandes lendas:
Foto: Getty Images
Antônio Rodrigo Nogueira é um dos nomes brasileiros mais conhecidos no Japão por conta da trajetória no Pride. Vencedor do primeiro cinturão da categoria dos pesados, Minotauro protagonizou épicos combates no evento japonês, como a vitória por finalização sobre o americano Bob Sapp. Dentro do ringue oriental, "Big Nog" se firmou como uma das maiores lendas da história do MMA (Artes Marciais Mistas, em inglês)
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Assim como o irmão, Antônio Rogério Nogueira também acumulou um grande número de fãs no Japão, especialmente depois de um duelo que entrou para a história do evento (e do MMA). Minotouro somou vitórias expressivas sobre Dan Henderson, Alistair Overeem, Kazushi Sakuraba e Kazuhiro Nakamura. Entretanto, o "Little Nog" é notabilizado pela épica batalha contra Maurício Shogun, na qual perdeu na decisão dos juízes
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Ex-campeão dos meio-pesados do UFC, Maurício Rua pode ser apontado como uma das maiores revelações da história do Pride. Irmão do também lutador Murilo Ninja, Shogun estreou no grande evento japonês em 2003, com apenas 21 anos, como um novo nome oriundo da tradicional Chute Boxe. No ano de 2005, se consagrou ao conquistar o GP, passando por Quinton Jackson, Rogério Minotouro, Alistair Overeem e Ricardo Arona, apresentando-se de uma maneira agressiva, pouco vista anteriormente
Foto: Getty Images
Talvez o maior nome do Brasil no Pride. Talvez o maior lutador da história do evento. Wanderlei Silva alcançou o auge da carreira sob a tutela da marca japonesa. Poucos na história conquistaram vitórias sobre adversários tão notáveis quanto Wand no oriente. Campeão do GP e do cinturão do peso médio, o curitibano apresentou sua agressividade (muito baseada nas devastadoras joelhadas no clinch de muay-thai aprendidas na Chute Boxe) contra Dan Henderson, Sakuraba, Rampage e Ricardo Arona
Foto: Getty Images
O fluminense Ricardo Arona era um dos líderes da Brazilian Top Team, equipe que rivalizava com a Chute Boxe, dentro do Pride. Dono de um estilo agressivo e com forte base no grappling (é um dos grandes destaques da história do ADCC), Arona foi finalista do GP do peso médio de 2005, sendo derrotado na decisão por Maurício Shogun.
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Lenda no UFC. Lenda no Pride. Royce Gracie também se posicionou entre os grandes no Japão. Embora tenha entrado no ringue somente em três combates, Royce protagonizou um dos duelos mais históricos do evento, e que iniciou uma enorme rivalidade. No Grand Prix de 2000, em noite na qual as regras acabaram modificadas e o tempo limite de luta extinto, o brasileiro foi obrigado a desistir do duelo contra o japones Kazushi Sakuraba depois de 90 minutos de um épico combate
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Poucas pessoas ameaçaram o clã Gracie nas artes marciais. Apenas um homem conseguiu o apelido de "Caçador dos Gracie". O japonês Kazushi Sakuraba se notabilizou dentro do evento japonês pelas vitórias sobre os integrantes da família mais famosa das artes marciais brasileiras. Royler, Royce (em combate marcado pela inédita atitude dos brasileiros de jogar a toalha, após 90 minutos de duelo), Renzo e Ryan caíram para o nipônico dentro do ringue do evento oriental
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A cara de mal, a grossa corrente e os uivos característicos de Quinton Jackson encantaram os japoneses. Ovacionado pelo estilo exótico, Rampage fez história também dentro do ringue do Pride. Dono de um jogo agressivo, o americano se impôs contra nomes como Chuck Liddell, Igor Vovchanchyn e Ricardo Arona, este, último, nocauteado após sofrer um bate-estaca. O carismático atleta protagonizou no oriente também uma forte rivalidade com Wanderlei Silva, no posto de grande estrela da marca
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O neozelandês Mark Hunt subiu pelas primeiras vezes no ringue justamente no evento japonês. Apesar da pouca experiência, rapidamente o kickboxer se credenciou entre os principais nomes do Pride, especialmente depois das vitórias sobre Wanderlei Silva e Mirko Cro Cop. Hunt chegou a disputar o cinturão da divisão dos pesos pesados, mas parou no temido russo Fedor Emelianenko
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Embora tenha entrado no ringue do Pride em apenas duas oportunidades, Rickson Gracie se tornou um dos grandes ídolos dos japoneses. Um dos poucos atletas a encerrar a carreira de maneira invicta (11 lutas e 11 finalizações), o carioca foi um dos grandes responsáveis por difundir um Brazilian Jiu-Jitsu no oriente. Por intermédio das técnicas aprendidas com a família, o lutador venceu em ambas as oportunidades o japonês Nobuhiko Takada por chave de braço
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Dan Henderson é um dos lutadores mais vitoriosos da história do MMA mundial. No Pride, não foi diferente. O wrestler americano conquistou dois cinturões no evento japonês, e diante de dois brasileiros. Em 2005, Murilo Bustamante viu Hendo comemorar o título da categoria meio-médio. Dois anos depois, o lutador venceu a divisão dos médios com um nocaute sobre nada mais, nada menos, do que Wanderlei Silva
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Membro de qualquer lista dos maiores lutadores de MMA, Fedor Emelianenko permaneceu invicto entre 2000 e 2010. Grande parte deste reinado do russo teve como palco justamente o Pride Fighting Championship. No Japão, o lutador de sambo, arte marcial de grappling desenvolvida pelas Forças Armadas Soviéticas no início do século XX, se consagrou campeão dos pesados e do GP da mesma categoria, superando nomes notáveis como Rodrigo Minotauro, Mirko Cro Cop, Mark Hunt e Mark Coleman
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O americano Mark Coleman escreveu seu nome na história do Pride ao conquistar o GP absoluto no ano 2000. Já com história no MMA por conta do título da divisão dos pesados no Ultimate Fighting Championship, o "Hammer", como ficou conhecido, superou na decisão o ucraniano Igor Vovchanchyn, um dos grandes atletas da história do evento japonês
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Com 27 lutas no Pride, Igor Vovchanchyn é um dos lutadores que mais entraram no ringue do grande e finado evento japonês. Vice-campeão do GP absoluto em 2000, o lutador peso pesado soma vitórias contra nomes como o canadense Gary Goodridge, o americano Mark Kerr, o holandês Gilbert Yvel e a lenda japonesa Kazushi Sakuraba. O ucraniano se aposentou em 2005, com derrota para Kazuhiro Nakamura
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Takanori Gomi se tornou um dos grandes ídolos dos japoneses, tanto que esteve presente no UFC 144, edição realizada em Saitama, em fevereiro deste ano. Dono do nocaute mais rápido da história do Pride (6s contra Ralph Gracie) e campeão da categoria dos leves do evento, o lutador oriental dominou o peso dentro do evento. Gomi foi agraciado em 2005, pelo site especializado Sherdog, como o lutador do ano
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"Perna direita, hospital. Perna esquerda, cemitério". A célebre frase de Mirko Filipovic era comprovada a cada edição na qual "Cro Cop" entrava no ringue. O auge da carreira do recém-aposentado lutador ocorreu justamente no Japão, em que o kickboxer croata fez muitas vítimas por intermédio dos chutes. Nomes como Wanderlei Silva, Igor Vovchanchyn e Alexander Emelianenko não tiveram mais condições de luta após receber o característico golpe do europeu, campeão absoluto em 2006
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Esqueça o peso pesado suspenso por doping da atualidade. Então membro da categoria médio, Alistair Overeem assombrou o mundo das lutas com um estilo agressivo, baseado no kickboxing. O lutador somou vitórias históricas dentro do Pride, como os dois triunfos sobre Vitor Belfort
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Ex-jogador de futebol americano, Bob Sapp impressionava pela aparência e porte. Com 1,96 m e 150 kg, o americano subiu no ringue do Pride em três oportunidades e iniciou a carreira dentro do evento japonês de uma maneira meteórica: vitórias por nocaute sobre os representantes da casa Yoshihisa Yamamoto e Kiyoshi Tamura, tudo em menos de 3min (somando os dois duelos). A despedida veio de maneira épica na derrota para Minotauro, em um dos duelos mais reverenciados da história
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Don Frye possuía o bigode e a potência nos socos como marca registrada dentro do Pride. O lutador americano, que embalou vitórias contra Gilbert Yvel e Ken Shamrock nas duas primeiras exibições em solo japonês, protagonizou um dos combates mais brutais do evento. Em 2002, o "Predador" levou a melhor contra Yoshihiro Takayama depois de quase seis minutos de troca intensa de socos, em cena lembrada até os dias de hoje como uma das marcas da antiga referência da modalidade