Para ingleses, falta de segurança impediu Silva x Sonnen no Brasil
1 mai2012 - 19h11
(atualizado às 19h20)
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O presidente do UFC, Dana White, anunciou na última semana que o esperado confronto entre Anderson Silva e Chael Sonnen seria transferido do Brasil para Las Vegas. De acordo com o dirigente, a mudança ocorreu por problemas com uma empresa local que coorganizaria o evento. Para o diário inglês The Telegraph, porém, a razão pode ser outra.
Em sua versão online, o jornal debate que a falta de segurança pode ter motivado o UFC a levar a disputa do cinturão dos médios para os Estados Unidos. O Rio +20, conferência das Nações Unidas sobre desenvolvimento sustentável, ocorrerá em meados de junho, mesma época em que está marcada a próxima edição brasileira do evento de MMA.
Segundo o The Telegraph, o fato de Chael Sonnen ter feito comentários pejorativos contra o Brasil pode ter contribuído para esta suspeita. A luta contra Anderson Silva tinha o Estádio do Engenhão como palco, e a presença de 80 mil torcedores seria motivo de preocupação, especula o jornal britânico.
O pugilista Roberto Custodio de Queiroz, 25 anos, é oriundo da favela Complexo da Maré, na Zona Norte do Rio Janeiro. Ele começou a praticar boxe dez anos atrás, depois que seu pai, um motorista de ônibus, foi morto a tiros por chefes do tráfico de drogas
Foto: Bruno Santos / Terra
A tragédia foi o ponto de virada na vida de Roberto. Por meio do boxe, ele pôde usar a ira e a adrenalina que resultaram da violenta perda do pai e canalizar todo seu foco no esporte
Foto: Bruno Santos / Terra
"Com a morte do meu pai eu direcionei muito (a raiva), foquei muito no boxe. Às vezes estava com raiva, ia para academia, treinava, batia saco", diz o pugilista em entrevista ao Terra
Foto: Bruno Santos / Terra
Hoje o atleta faz parte da Seleção Brasileira de boxe, que tem sede no bairro de Santo Amaro, em São Paulo, onde mora há quatro anos
Foto: Bruno Santos / Terra
Sua família toda, inclusive a mulher e a filha, ainda vivem no Rio de Janeiro, e sempre que pode ele vai à cidade natal visitá-las
Foto: Bruno Santos / Terra
"Saudade dá, mas é a minha profissão", afirma
Foto: Bruno Santos / Terra
Custodio, como é conhecido na Seleção, dificilmente irá disputar os Jogos de Londres. Ele é a segunda opção da Confederação Brasileira de Boxe no seu peso (até 69 kg), e cada País só pode levar um atleta por categoria para a Olimpíada
Foto: Bruno Santos / Terra
"O boxe é cruel, só tem uma vaga para um. Então por isso que é essa matança aqui. Quando tem luta da mesma categoria, é um querendo matar o outro", diz Custodio
Foto: Bruno Santos / Terra
Com esta perspectiva, Roberto Custodio vive um dilema: esperar mais quatro anos e tentar a classificação para os Jogos do Rio ou ingressar no boxe profissional
Foto: Bruno Santos / Terra
"A esperança é 2016, mas tenho outros objetivos. Tenho uma proposta, até mesmo do Luke, de investir em mim no boxe profissional", afirma o pugilista
Foto: Bruno Santos / Terra
A proposta à que ele se refere é do antropólogo inglês Luke Dowdney, fundador da academia e centro educacional Luta Pela Paz, local onde Custodio começou a treinar. "Como é um cara que já me conhece, sabe como funciona minha cabeça, estou acreditando muito nessa proposta dele"
Foto: Bruno Santos / Terra
Outra opção que já passou pela cabeça de Roberto Custodio é o MMA (artes marciais mistas), que ele admite ser a "bola da vez". "Teria que começar do zero. Começar a fazer jiu-jitsu, muay thai, mas tudo é uma questão de possibilidade. Acho que coragem e determinação eu tenho", diz o pugilista
Foto: Bruno Santos / Terra
Na modalidade, seu lutador favorito é Anderson Silva: "o cara é miserável. Ele luta ali na brincadeira e pega os caras"
Foto: Bruno Santos / Terra
A paixão de Roberto pelo boxe é tanta que influenciou até no nome de sua filha, que tem 3 anos
Foto: Bruno Santos / Terra
Ele e a mulher, Alexandra, escolheram o nome Rillary, em homenagem à atriz americana Hilary Swank, que interpretou a pugilista Maggie Fitzgerald no filme "Menina de Ouro", dirigido por Clint Eastwood