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Manifestações chegam a estádio da abertura da Copa em São Paulo

15 mai 2014 - 15h11
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Manifestantes atearam fogo a pneus perto do estádio em São Paulo que vai receber a partida de abertura da Copa do Mundo em menos de um mês e bloquearam vias de grande movimentação da capital paulista, nesta quinta-feira, como parte de protestos contra o Mundial e por melhores serviços públicos previstos para diversas cidades do país.

Membros do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto protestam em frente ao estádio da Copa do Mundo em São Paulo. 15/05/2014
Membros do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto protestam em frente ao estádio da Copa do Mundo em São Paulo. 15/05/2014
Foto: Nacho Doce / Reuters

Integrantes do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) marcharam para a Arena Corinthians a partir de um acampamento montado em um terreno ocupado a poucos quilômetros do estádio, na zona leste de São Paulo.

A polícia formou um cordão de isolamento no entorno da arena para impedir o avanço dos manifestantes, que montaram uma barricada com pneus em chamas numa rua de acesso ao estádio. De acordo com o MTST, cerca de 1.500 pessoas participaram da manifestação.

A Arena Corinthians será o palco da partida de abertura do Mundial entre Brasil e Croácia, em 12 de junho.

No início do dia, outro grupo de manifestantes também utilizou pneus queimados para bloquear a rodovia Anhanguera, na altura do limite entre São Paulo e Osasco, no sentido à capital paulista. A via foi liberada depois, mas o protesto provocou enorme congestionamento na região.

As manifestações em São Paulo ocorrem num dia em que grupos contrários à realização da Copa do Mundo no Brasil e que defendem melhores serviços públicos prometeram realizar protestos em diferentes cidades do país e até no exterior.

Em alusão ao Mundial, o MTST divulgou um manifesto com o nome "Copa sem povo, tô na rua de novo!", em que reivindica mais recursos para transporte, saúde e educação, demandas que também motivaram os protestos de junho do ano passado em que milhares de pessoas foram às ruas de diversas cidades do país.

Integrantes do movimento também invadiram um prédio em Brasília da empresa Terracap, estatal do Governo do Distrito Federal responsável pela construção do Estádio Nacional Mané Garrincha, o mais caro da Copa com custo estimado em 1,4 bilhão de reais.

O MTST disse em sua página oficial no Facebook que membros do grupo foram expulsos do local em uma "ação truculenta da polícia" e que permaneceriam do lado de fora do prédio até serem recebidos por autoridades para apresentar suas demandas.

De acordo com uma porta-voz da polícia do DF, houve uma "ação normal e sem violência" para retirada de cerca de 300 manifestantes do interior do prédio, e o grupo que permaneceu do lado de fora era inferior a 100 pessoas.

Os protestos contra a realização da Copa do Mundo se somam aos atrasos nas obras de estádios e infraestrutura entre os problemas do Brasil na organização do Mundial. Durante a Copa das Confederações do ano passado, torneio preparatório para o Mundial, houve confrontos entre manifestantes e a polícia nos arredores de arenas, inclusive deixando torcedores no meio da confusão.

GREVES

Além dos protestos, as cidades-sede do Mundial também têm sido afetadas por greves realizadas por diferentes categorias.

A polícia e os bombeiros de Pernambuco decidiram na noite de quarta-feira pela manutenção por tempo indeterminado de uma paralisação iniciada na terça. Desde o início da greve foram registrados assaltos e arrastões na Região Metropolitana de Recife, e o governo federal enviou tropas da Força Nacional de Segurança.

Em abril, quase 40 pessoas foram assassinadas durante greve similar deflagrada pela PM da Bahia.

No Rio de Janeiro, rodoviários realizaram greve de 48 horas esta semana, em que milhares de pessoas ficaram sem transporte. Na semana passada, uma outra paralisação resultou em mais de 450 ônibus depredados. Vigilantes de bancos e professores também estão em greve no Rio. Em São Paulo, professores municipais também estão em greve.

(Reportagem adicional de Pedro Fonseca e Felipe Pontes, no Rio de Janeiro)

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