O clima tenso nos arredores do Castelão prosseguiu enquanto a Seleção Brasileira enfrentava o México pelo Grupo A da Copa das Confederações. Os protestos contra os gastos na Copa do Mundo tiveram repressão violenta da Polícia Militar e cenas de vandalismo e saques. Segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF), entre 80 mil e 100 mil pessoas participaram do ato.
A partir das 16h30, o vandalismo ficou mais evidente. Um grupo saqueou uma loja de conveniência em um posto de gasolina que fica na rotatória da Avenida Alberto Craveiro. Ainda havia muitos manifestantes nas avenidas Alberto Craveiro e Paulino Rocha, mas um grande número já deixou o local.
Assim como houve em São Paulo na última noite, o carro de uma emissora de televisão foi atacado por vândalos. O carro da TV Verdes Mares, filiada da Rede Globo em Fortaleza, estava estacionado no estacionamento de um supermercado e foi depredado.
Por volta das 18h, quando a Seleção comemorava a vitória por 2 a 0 sobre o México, a Avenida Paulino Rocha já estava liberada. Entretanto, o protesto continua nos arredores do Castelão, e um grupo chegou a usar pedras para se defender do Batalhão de Choque, que investiu com bombas de gás lacrimogêneo.
"Eu não estava fazendo nada" diz jovem agredido em Fortaleza:
“Dormi gay, acordei doente”, “Cid Ditador”, “Copa para quem?”. Estes foram algumas das frases expostas em cartazes durante a manifestação “Mais pão, menos circo. Copa para quem?”, que reuniu cerca de 25 mil pessoas ao redor do Castelão, em Fortaleza nesta quarta-feira (19). Os manifestantes bloquearam as principais vias de acesso ao estádio: a Avenida Paulino Rocha, um trecho da BR 116 e a Avenida Alberto Craveiro (esta última que teve o acesso controlado pela PM).
“Não somos contra a Copa, mas à forma que ela está sendo administrada. Somos a favor do debate amplo e da definição por mecanismo participativos do uso da verba pública”, afirmou a manifestante Rosiane Pereira, professora do Estado.
Anderson Paulista, músico, também chamou a atenção para as ações do Estado e Prefeitura. “É preciso que governador e prefeito organizem a Fortaleza que queremos”, afirmou.
Até cerca de 13h, a manifestação foi pacífica. Algumas pessoas tentaram romper a barreira da polícia, que reagiu com balas de borracha e bombas de efeito moral. A polícia também fez uso de spray de pimenta para conter os manifestantes.
“Fui atingida covardemente pela polícia com spray de pimenta, enquanto estava sentada, manifestando em paz. Como pode?”, questionou indignada uma jovem. Thales Targino, de 21 anos, afirma ter sido agredido pela polícia “gratuitamente”. “Eu estava em pé, com meu cartaz na mão e me atingiram com balas”, contou.
Até às 14h, não houve tumulto e ninguém saiu ferido gravemente. Porém, entre 14h30 e 14h40, um grupo colocou fogo em pneus, faixas e placas. O bloqueio da Tropa de Choque partiu para cima destas pessoas, que se refugiaram em canteiros do local.
Em Brasília, Rio de Janeiro e Belo Horizonte, protestos terminaram em confronto com a Polícia Militar
Foto: Ricardo Matsukawa / Terra
Um grupo de manifestantes entrou em confronto com a polícia na região do Estádio do Castelão, nesta quarta-feira
Foto: AFP
Manifestante mostra perna ferida
Foto: Arituza Timbó / Especial para Terra
Polícial ferido no confronto exibe braço enfaixado
Foto: Fábio de Mello Castanho / Terra
Imagem mostra como ficou uma avenida em Fortaleza depois dos protestos
Foto: Arituza Timbó / Especial para Terra
Manifestante exibe ferimento no braço esquerdo
Foto: Arituza Timbó / Especial para Terra
Após o confronto, o clima continuou tenso na região do Castelão
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Os manifestantes protestam contra o uso de dinheiro público na construção de estádios para a Copa do Mundo
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Por volta de meio-dia, eles chegaram até a esquina entre a avenida Alberto Craveiro com a rua Pedro Dantas
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No local, foram impedidos de prosseguir pela polícia
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Durante 20 minutos, houve um clima de tensão nessa barreira
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Alguns manifestantes forçaram a passagem
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Diante da ofensiva, homens da Polícia Militar, que formavam uma segunda barreira, contra-atacaram com bombas de gás lacrimogêneo
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Também foram utilizadas bombas de efeito moral e balas de borracha
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O confronto foi violento em ambos os lados
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Os manifestantes usaram entulho de uma obra nas proximidades para atacar os policiais
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O local estava reservado com tapumes, que foram arrancados
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Policiais, por sua vez, distribuíram bombas e spray de pimenta, dispersando a maior parte da manifestação
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Os mais radicais, no entanto, permaneceram em confronto
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Durante o confronto, jornalistas e um grupo de manifestantes se refugiaram em um terreno ao lado do estádio
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Bombas de gás lacrimogêneo foram arremessadas e até um menino, de cerca de 5 anos, inalou o gás
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A criança passou mal e foi socorrida pelos próprios manifestantes, que o tiraram de lá
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Após a defensiva da polícia, o grupo recuou
Foto: Ricardo Matsukawa / Terra
Um carro foi incendiado nas imediações
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Mais cedo, o coronel Cláudio Mendonça, responsável pelo policiamento do local, disse que a orientação passada aos policiais é para apenas observar a manifestação
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"Não vamos usar o uso de força. Vamos mostrar que Ceará está preparado para protestos pacíficos. Contamos coma colaboração deles e vamos fazer a nossa parte", falou
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A preocupação do comandante tinha como pano de fundo os recentes confrontos ocorridos em outras manifestações prévias a três dos quatro jogos do torneio
Foto: Ricardo Matsukawa / Terra
Parte dos manifestantes partiram para a BR-116
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A rodovia fica bem próxima do local da partida entre Brasil x México
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Manifestantes começaram pelos arredores do Castelão, mas a passeata alcançou as grades que cercam a entrada do Estádio
Foto: Fábio de Mello Castanho / Terra
Os participantes adiantaram a concentração para o protesto no entorno do Estádio do Castelão e seguiram em passeata
Foto: Fábio de Mello Castanho / Terra
Frases de protesto nas cores da bandeira tomaram conta das faixas
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No principal grito, manifestantes afirmavam: ''Brasil, vamos acordar; o professor vale mais que o Neymar''
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Programado para as 10h, protesto foi iniciado por volta das 9h em frente ao Makro da Avenida Alberto Craveiro
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A bandeira brasileira esteve presente na ação
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Grito foi incorporado a outros que ficaram famosos ao longo das últimas semanas nas ruas das cidades brasileiras
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Entre outros gritos, populares clamavam: "da Copa eu abro mão por mais educação" e "vem pra rua"
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Até o momento, o protesto segue pacifico, com a polícia apenas observando
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Cerca de 40 mil pessoas confirmaram presença pelo Facebook no protesto que antecede o jogo entre Brasil e México
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Partida acontece às 16h (de Brasília), pela segunda rodada do Grupo A da Copa das Confederações
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Protestos em Fortaleza acontecem na esteira de diversas outras manifestações pelo País
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Cidades como Porto Alegre, São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Brasília e Natal também contam com manifestações
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Em Fortaleza, protestos são mais recentes e envolvem diversas camadas sociais
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Cartazes trazem frases escritas em português, inglês e espanhol
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A onda de protestos que já atinge várias capitais brasileiras vem incorporando diversas causas
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A educação e a saúde são os dois principais focos das reclamações
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Alguns participantes compareceram utilizando máscaras
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Carros foram parados durante a ação
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"O gigante acordou" é outro mote anunciado pelas multidões
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Partidos políticos têm sido vetados destas manifestações
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No entanto, algumas pessoas expressam o descontentamento com o governo Dilma
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Uma das manifestantes coloriu o próprio rosto com as cores da bandeira brasileira
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Um grupo clamava por água no sertão
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Outro manifestante convidava as pessoas a "formatar" o Brasil
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Educação "padrão Fifa" é exigida pelas pessoas que participam do protesto
Foto: Íkara Rodrigues / Especial para Terra
Manifestantes pintaram o rosto para sair às ruas
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Pessoas pedem também por mais justiça no País
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A Polícia Miliar Cearense promete controlar a marcha sem o uso de violência
Foto: Íkara Rodrigues / Especial para Terra
Com ombras incomplestas, o entorno do Castelão só ficará pronto em 2014
Foto: Íkara Rodrigues / Especial para Terra
A Avenida Alberto Craveiro, principal via de acesso para o estádio, foi inaugurada no último sábado com muitas partes ainda sem acabamento
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"Envia os 20 centavos no SUS" é outra frase que ganhou destaque nas manifestações; pessoas questionam o aumento das tarifas de transporte
Foto: Fábio de Mello Castanho / Terra
De acordo com um relatório divulgado pelo deputado Romário, foram invsetidos mais de R$ 518 milhões nas obras do Castelão
Foto: Íkara Rodrigues / Especial para Terra
"A revolução chegou", dizia um dos cartazes
Foto: Íkara Rodrigues / Especial para Terra
Idosos também aderiram ao movimento e foram para as ruas
Foto: Íkara Rodrigues / Especial para Terra
Uso de gás lacrimogêneo deixou muitos presentes - inclusive crianças - atordoados
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Manifestante tenta se recompor após uso de gás lacriomogêneo
Foto: Fábio de Mello Castanho / Terra
Torcedora se recupera após uso de gás lacrimogêneo
Foto: Fabio de Mello Castanho / Terra
Multidão se reuniu em protesto em Fortaleza, onde a Seleção Brasileira enfrenta o México pela Copa das Confederações
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Multidão reage no momento do confronto com a Tropa de Choque
Foto: Fabio de Mello Castanho / Terra
Manifestantes carregam faixas com palavras de ordem
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Cavalaria da polícia acompanha o protesto
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Cavalaria faz um cordão de bloqueio nos arredores do Castelão
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Manifestantes se concentram nos arredores do Castelão
Foto: Fábio de Mello Castanho / Terra
Manifestantes se concentram nos arredores do estádio
Foto: Arituza Timbó / Especial para Terra
Entre os manifestantes, é comum ver máscaras inspiradas no filme 'V de Vingança', de James McTeigue
Foto: Arituza Timbó / Especial para Terra
Um carro da Autarquia Municipal de Trânsito de Fortaleza também foi queimado durante os conflitos
Foto: Arituza Timbó / Especial para Terra
Manifestante exibe cartaz sobre os protestos no País
Foto: Íkara Rodrigues / Especial para Terra
Manifestantes protestaram contra a Copa do Mundo
Foto: Íkara Rodrigues / Especial para Terra
Protestos contra os gastos na Copa do Mundo reuniu milhares de pessoas em Fotaleza
Foto: Íkara Rodrigues / Especial para Terra
Protestos contra os gastos na Copa do Mundo reuniu milhares de pessoas em Fotaleza