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Na overdose de duelos contra Argentina, handebol vai "zen" ao Pan

13 set 2011 - 08h40
(atualizado às 14h44)
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Anderson Rodrigues
Direto de São Paulo

A Argentina está definitivamente no caminho do Brasil. Seja no basquete, terminado o Pré-Olímpico das Américas, no futebol, agora com a Copa Roca, ou no handebol, a rivalidade ganha contornos a cada dia. Um encontro infeliz e que ficou marcado na memória dos brasileiros foi a final masculina de handebol dos Jogos Pan-Americanos do Rio 2007. O ouro foi conquistado, mas com pancadaria em quadra. Desta vez, em Guadalajara, em outubro, a Seleção promete entrar zen na busca pelo título e pela vaga para Londres 2012.

O dia 22 de julho de 2007 ficou manchado, mesmo com o bicampeonato pan-americano no handebol masculino. Com uma equipe mesclada, sem força máxima, a Argentina foi derrotada pelo Brasil por 30 a 22. Gritos de "olé" e "vice-campeão" empolgaram os brasileiros em quadra. A resposta foi uma série de provocações encerrada em uma pancadaria entre as duas seleções.

Mesmo com os jogadores liberados pelos clubes e a montagem de uma Seleção permanente, o técnico Javier Garcia Cuesta (espanhol) já trabalha o lado psicológico do Brasil, que provavelmente deve fazer a final contra a Argentina em Guadalajara, caso não haja imprevistos, em um duelo que pode render o tri e uma vaga nos Jogos de Londres - o medalhista de ouro estará automaticamente classificado.

"Atualmente, a Argentina tem atletas jogando na Europa e fez um Mundial bem melhor do que nós (foi 12º na Suécia, enquanto o Brasil terminou na modesta 21ª colocação, apenas à frente de Chile, Bahrein e Austrália). O caminho mais curto para a Olímpiada é conquistando o ouro no Pan e estamos trabalhando muito por isso", disse o espanhol, ao falar da rivalidade.

Para ele, o Brasil deve ser racional. "Não será fácil. O controle do jogo e das emoções será fundamental. Estamos trabalhando a parte psicológica no sentido de que devemos nos concentrar no trabalho técnico e tático, mas o comportamento mental será decisivo. Temos jogadores maduros que saberão disso quando houver este reencontro", completou.

Superação e controle

O Brasil já sabe a chave no Pan de Guadalajara. Está no grupo com República Dominicana, Porto Rico e Uruguai. A Argentina enfrentará na primeira fase os donos da casa (México), além de Estados Unidos e Chile. Os dois primeiros de cada chave fazem a semifinal, sendo o primeiro de um grupo contra o segundo do outro. Se a ordem natural ocorrer, os rivais farão a reedição da final do Rio.

"Sabemos que hoje a Argentina vai com força máxima. Será uma nova batalha, mas precisamos controlar os ânimos, não entrar em provocações. Se isso ocorrer, um jogador pode colocar o trabalho de anos e estragar tudo. É segurar a onda", disse o ponta Tupan, que atuou por oito anos na Alemanha e voltou ao Brasil para defender a Metodista, em São Bernardo do Campo.

Assim como ele, a maioria da Seleção Brasileira tem jogadores atuando na Liga Nacional (apenas Ales Silva e Felipe Borges estão na Europa), ao contrário dos argentinos, com a equipe formada por atletas "estrangeiros".

"O nível da Liga dos Campeões e dos nacionais são muito fortes. São treinos duros e poucos jogos, mas de alto nível. Vamos tentar compensar esta vantagem argentina com a iniciativa da Seleção Brasileira permanente. O grupo está sempre reunido, fazendo amistosos, além de conviver e treinar juntos", contou Tupan.

Nos dois últimos encontros, uma vitória para cada lado. O Brasil venceu o Sul-Americano da Colômbia, em 2010, por 30 a 28. Neste ano, no Pan da modalidade, realizado no Chile, em junho, os argentinos foram campeões (28 a 27). Guadalajara será o tira-teima. "Não tem como negar: a Argentina sempre está entalada na garganta, mas será preciso sangue frio", prevê.

"No Rio, a Argentina perdeu e depois não conseguiu a classificação (pré-olímpico, com equipes europeias não garantidas no Mundial) para Pequim (2008). Se não conquistarmos o ouro no Pan, o caminho será longo se quisermos chegar em Londres", afirmou o armador Zeba, do EC Pinheiros.

Mesmo de sangue espanhol, Javier promete transmitir calma. "Confio em nosso jogo. O episódio no Rio não é uma boa imagem para o Brasil. O ouro, a vitória em quadra, sim", finalizou o técnico da Seleção.

Brasil ganhava com tranquilidade quando se estranharam com os Argentinos. A polícia entrou em ação
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Foto: Reinaldo Marques / Terra
Fonte: Terra
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