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Santa Cruz chama Náutico de imprudente por briga de torcida

9 set 2015 - 14h49
(atualizado às 15h38)
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Em nota oficial divulgada nesta quarta-feira, o Santa Cruz revela certa imprudência do Náutico. Durante a tarde da última terça, o rival recebeu em sua sede integrantes da Terror Bicolor, torcida organizada do Paysandu que horas depois se envolveria em briga com torcedores corais.

O Santa revela ter avisado a Polícia Militar de Pernambuco sobre a periculosidade dos torcedores visitantes. A tentativa era, a exemplo do que acontece nos estádios do Pará, fazer com que “os membros da citada torcida fossem proibidos de entrar no estádio do Arruda”. A solicitação foi ignorada.

Moradores de Recife filmaram briga entre torcedores do Paysandu e Santa Cruz
Moradores de Recife filmaram briga entre torcedores do Paysandu e Santa Cruz
Foto: Reprodução

Além da reclamação com a PM, o clube coral ainda demonstra decepção com o tratamento dado pelo Náutico aos torcedores organizados. “Foi com surpresa que a diretoria do Santa Cruz tomou conhecimento de que a referida torcida, com um extenso histórico de violência, tinha sido acolhida na sede do Náutico durante a tarde de ontem (terça-feira)”, escreve em comunicado oficial.

A presença da Terror Bicolor no Recife criou uma praça de guerra em frente à sede do Náutico. Após a vitória do Paysandu por 2 a 1 no Arruda, torcedores do clube paraense se dirigiram à zona norte da cidade para, em aliança com a Fanáutico, entrar em confronto com uma organizada do Santa Cruz – a Inferno Coral.

Marcado por meio das redes sociais, o encontro interditou a avenida de sede do Náutico por cerca de uma hora até que a polícia retomasse controle da situação e a liberasse.

As brigas surgidas de alianças entre torcidas organizadas não são novidade no estado do Pernambuco. Foi assim que Paulo Ricardo Gomes da Silva acabou morto no Arruda, em maio de 2014, ao ser atingido por um vaso sanitário. Ele era membro da Torcida Jovem do Sport, que engrossava o coro do Paraná Clube em visita ao Santa Cruz.

Veja a íntegra da nota oficial do Santa Cruz:

O compromisso com a paz nos estádios e entre torcidas começa com o fim da disseminação do ódio gerado por rivalidades que deveriam estar restrita às quatro linhas. Esse compromisso, no entanto, precisa ser assumido verdadeiramente por todos os clubes do estado e do País.

Depois de verificar a intensa movimentação nas redes sociais, ontem à tarde, a respeito do encontro entre integrantes da Fanáutico e da torcida organizada do Paysandu, Terror Bicolor, o Santa Cruz Futebol Clube encaminhou requerimento ao Batalhão de Choque da PMPE para que, a exemplo do que acontece nos estádios do Pará, os membros da citada torcida fossem proibidos de entrar no estádio do Arruda.

Foi com surpresa que a diretoria do Santa Cruz tomou conhecimento de que a referida torcida, com um extenso histórico de violência, tinha sido acolhida na sede do Náutico durante a tarde de ontem.

O confronto que aconteceu entre integrantes das torcidas Fanáutico, Terror Bicolor e Inferno Coral é inaceitável e deve ser repudiado por toda a sociedade. Seus responsáveis devem ser punidos com o rigor da lei. O Santa Cruz acredita e defende que, para que episódios não fiquem impunes, se faz necessário identificar os envolvidos, caracterizando individualmente a ação de cada um, seja ele torcedor de qualquer equipe, inclusive do próprio Santa Cruz.

Punições genéricas, por mais espetaculares que possam parecer aos olhos da opinião pública, apenas reforçam a sensação de impunidade individual.

A política que a diretoria coral defende é a de enfrentamento às raízes do problema, com o compromisso de todos os atores sociais, dos clubes às autoridades judiciais, dos gestores públicos aos próprios torcedores, afinal o problema é complexo e extrapola a responsabilidade da própria Polícia.

Para o Santa Cruz o futebol é um esporte cuja natureza inclusiva, o torna um poderoso instrumento de desenvolvimento social. Compreendê-lo dessa maneira é o primeiro passo para superar a violência que tenta se impor. Por isso, o Santa Cruz deu início a uma articulação junto ao Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) para a implantação de estratégias de inclusão social com foco na participação de crianças, adolescentes e jovens da comunidade do entorno.

Além de apresentar integral solidariedade a todas às vítimas do confronto de ontem, o Santa Cruz reafirma sua disposição em buscar soluções coletivas baseadas em políticas públicas permanentes para o combate à violência no futebol.

Gazeta Esportiva Gazeta Esportiva
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