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No Brasil, Fernando Santos quer se despedir da seleção da Grécia em alta

16 mai 2014 - 11h50
(atualizado em 31/5/2014 às 13h33)
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A Copa do Mundo no Brasil será o "canto do cisne" do treinador português Fernando Santos, que encerrará seu contrato de quatro anos com a seleção da Grécia após a competição. 

O enigmático treinador de 59 anos, que assumiu no lugar de Otto Rehhagel em 2010, classificou a Grécia para grandes torneios, como a Eurocopa 2012, ocasião em que os gregos foram às quartas de final, e agora para a segunda Copa do Mundo consecutiva da seleção.

Santos assumiu a equipe nacional depois de várias passagens por clubes na Grécia, onde ele trabalha desde 2001. Ele agora optou por não renovar seu contrato e, após o Mundial, deve voltar para o futebol de clubes.

"A federações me pressionou para tomar a decisão final (a respeito da renovação do contrato), mas eu recusei a oferta", disse Santos no final de março.

"Eu quero tirar um tempo e pensar sobre meu futuro, sem pressão. Sou treinador e tudo é possível, desde voltar para Portugal, ficar na Grécia ou até ir para a China."

Os torcedores gregos irão sentir falta do estilo quieto mas eficiente do treinador, que é muito mais acessível a jogadores, torcida e diretoria do que era Rehhagel. 

Com a tese de que "primeiro a tática, depois a habilidade técnica", ele iniciou o trabalho na seleção após a eliminação na fase de grupos na Copa de 2010 e desde então manteve a equipe jogando sempre em alto nível.

Depois de uma ótima participação na Eurocopa de 2012, quando a Grécia, campeã em 2004, acabou superada pela Alemanha nas quartas de final, os comandados de Santos repetiram bom desempenho nas eliminatórias para a Copa no Brasil ao vencer oito dos dez adversários, ainda que tenham perdido a vaga direta para a Bósnia no saldo de gols. 

Os gregos passaram com facilidade pela Romênia na repescagem e acabaram sorteados no Grupo C, ao lado de Colômbia, Costa do Marfim e Japão, atual campeão asiático.

Um dos motivos do sucesso de Santos no comando da seleção grega é o seu vasto conhecimento do futebol e da cultura local, que ele acumulou quando treinava clubes de ponta como o AEK, o Panathinaikos e o PAOK Salonika. 

O treinador vive na Grécia e gasta a maior parte do tempo assistindo a partidas e supervisionando possíveis talentos na Grécia e em outros continentes. Santos também teve a sorte de dispor de uma geração um pouco mais talentosa do que seu antecessor. 

Nos últimos anos aumentou o número de atletas gregos se transferindo para grandes clubes europeus e, por conseguinte, adquirindo mais confiança e experiência. 

Contando com Kostas Mitroglou no comando do ataque, Santos ainda encontrou a solução para o antigo problema ofensivo da equipe, ainda que a chegada de Mitroglou ao Fulham, da Inglaterra, não tenha sido um sucesso.

O treinador, que sempre aparecia fumando um cigarro atrás do outro no banco de reservas, agora é um homem mais calmo. Apesar de não se arriscar a falar grego em público mesmo depois de tanto tempo no país, seu estilo objetivo, pragmático e de resultados fez dele uma personalidade carismática e adorada na Grécia.  

Uma boa campanha no Brasil só irá aumentar essa percepção, embora Santos não tenha dúvidas de que seu futuro será comandando clubes uma vez mais. 

(Por Karolos Grohmann)

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