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Equipes com menores cotas pedem pela união do Clube dos 13

2 mar 2011 - 09h47
(atualizado em 24/3/2011 às 14h10)
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Dos 13 times que fundaram o Clube dos 13 em 1987, oito (Botafogo, Corinthians, Cruzeiro, Flamengo, Fluminense, Grêmio, Palmeiras e Vasco) já anunciaram que negociarão os direitos de transmissão dos Brasileiros de 2012, 2013 e 2014 independentemente da associação, dois estão em dúvida (Internacional e Santos) e três se mantêm fieis à instituição (São Paulo, Bahia e Atlético-MG). No meio disso, a maioria das equipes novatas que menos arrecadam pede o fim da cisão.

Se o Coritiba, um dos sete que entraram na entidade em 1997, logo se juntou aos dissidentes, o fundador Bahia puxa a fila com Sport, Goiás e Atlético-PR na torcida para que os membros mais antigos se entendam - a Portuguesa não informou sua posição, assim como o Guarani, que reelegeu nessa terça-feira o seu presidente, Leonel Martins. Os donos de cotas menores estão cientes da dificuldade que terão em ganhar elevadas cifras negociando sozinhos.

Marcos Malucelli, presidente do Atlético-PR e um dos vice-presidentes do Clube dos 13, espera receber duas vezes mais por meio da negociação conjunta. Dos R$ 13 milhões que o clube recebeu no último contrato, válido para os Campeonatos Brasileiros de 2009, 2010 e 2011, o valor subiria para R$ 30 milhões se a licitação da associação for respeitada.

"É importante que haja bom senso, que todos pensem, porque o Clube dos 13 vem desempenhando um trabalho competente ao longo dos anos. A boa condição é que todos façam parte desse pacote, pois dessa forma negociaremos em bloco, com melhores resultados", concordou o presidente do Sport, Gustavo Dubeux.

O Bahia, por sua vez, afirmou que se não houver outro jeito, será obrigado a conversar sozinho. De qualquer forma, o presidente Marcelo Guimarães não gosta de ver a Rede Globo fora da licitação e criticou a decisão do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), que cancelou uma vantagem de 10% a favor dos cariocas. "O Clube dos 13 tinha motivos técnicos para dar esse percentual de vantagem. É ruim (a saída), porque a Globo é muito forte. Diminui o potencial que poderíamos vender. Queria e esperava que ela estivesse dentro", afirmou.

Menos cotados discordam dos argumentos dos dissidentes

Os direitos de todas as plataformas (TV aberta, fechada, pay-per-view, internet, telefonia, etc) dos 20 integrantes do C13 seriam vendidos por cerca de R$ 1,3 bilhão, sendo que o último contrato foi negociado para a Rede Globo por R$ 400 milhões. Apenas a TV aberta seria cedida por um lance inicial de R$ 500 milhões, de acordo com um estudo conduzido por Atlético-MG, Santos, Bahia e Botafogo, e comandado pelo diretor executivo Ataíde Gil Guerreiro, do São Paulo, autor da licitação. Se cada agremiação conversar sozinha, o preço esperado não será alcançado.

"Existia uma cláusula de preferência para a Globo que foi extinta pelo Cade após 13 anos. Agora, as televisões têm que concorrer em igualdade de condição. É ótimo para os clubes, mas claro que isso fere os interesses da Globo. Para que ela vai pagar R$ 1,3 bilhão se paga R$ 400 milhões e consegue, com favores ao clube, renovar por pouco mais do que esse valor?", indagou o presidente, Marcos Malucelli, à rádio paranaense Banda B.

Corinthians, Botafogo, Flamengo, Fluminense, Vasco, Coritiba, Cruzeiro e Grêmio alegaram irregularidades no processo de Ataíde, e anunciaram que vão negociar sozinhos, sendo que o clube de Parque São Jorge pediu até desfiliação do C13. Santos e Internacional, que vai se pronunciar na quinta-feira, tendem a ser os próximos, enquanto Atlético-MG e São Paulo estão fechados com o presidente Fábio Koff.

Marcelo Guimarães, presidente do Bahia, não concorda que as negociações estejam sendo conduzidas de forma irregular e rebate o argumento da Globo. "(A negociação) Tem sido transparente, o Bahia participou disso. O que talvez possa ter acontecido, e acho até que aconteceu, foi uma falta de comunicação interna entre os integrantes. Com mais comunicação, não teríamos chegado a esse ponto", previu.

Já Malucelli, do Atlético-PR, lembra que não é tão fácil se desligar do Clube dos 13: além de avisar com 60 dias de antecedência, é necessário pagar as dívidas. "Todos os clubes, sem exceção, que querem negociar diretamente com a televisão são devedores, têm antecipação de cotas. Quando assumimos, o Atlético-PR era devedor, mas, em dois anos, pagamos absolutamente tudo que foi deixado pela diretoria anterior e nunca tomamos um centavo de nossa arrecadação futura", afirmou.

"A questão vai além, são coisas políticas e os clubes ficam a reboque. Estamos com o Clube dos 13 porque somos filiados. Nós, como todos, temos como obrigação ceder os direitos (de transmissão). Muita coisa vai rolar, muito clube vai dar dois passos à frente e quatro, cinco para trás", analisou Malucelli.

Dirigentes dos clubes do Rio de Janeiro já anunciaram que vão negociar separado do Clube dos 13
Dirigentes dos clubes do Rio de Janeiro já anunciaram que vão negociar separado do Clube dos 13
Foto: Fernando Soutello/Agif / Gazeta Press
Fonte: Gazeta Esportiva
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