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vc repórter: Jogos Indígenas reúnem 35 etnias no Tocantins

8 nov 2011 - 12h46
(atualizado às 13h08)
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A 11° edição dos Jogos dos Povos Indígenas começou no último sábado, 5, em Porto Nacional (TO), com a participação de pelo menos 35 etnias brasileiras. O evento ocorre até o próximo sábado, 12.

Tocha dos XI Jogos dos Povos Indígenas é acesa na abertura do evento
Tocha dos XI Jogos dos Povos Indígenas é acesa na abertura do evento
Foto: Claudvargs Roberto de Aguiar / vc repórter

A cerimônia de abertura teve a presença de 1,4 mil indígenas, com cerca de 8 mil pessoas prestigiando o evento, na Ilha de Porto Real, na cidade sede dos jogos. Três etnias realizaram apresentação de cantos e danças na presença do ministro de Esportes, Aldo Rebelo, e da ministra da Igualdade Racial, Luíza Helena de Barros. O tema da apresentação foi uma homenagem ao cerrado e ao rio Araguaia.

Todos os povos participantes desfilaram na arena montada na ilha, como ocorre nos Jogos Pan-Americanos, por exemplo. Cada etnia levou suas vestes típicas, além de suas danças, pinturas e instrumentos de celebração. O Hino Nacional foi entoado pela cantora Maria Rita, que dividiu os microfones com a cantora indígena Zuleica Terena.

Na sexta-feira, 4, ocorreu a cerimônia de acendimento da chama ancestral indígena dos jogos. Simultaneamente aos esportes, acontece o Fórum Social, que será encerrado nesta terça-feira. São realizados debates sobre a questão dos territórios e dos direitos da mulher indígena, por exemplo. Temas como identidade, cultura e economia indígena também se fazem presentes.

Do Estado sede, Tocantins, são 230 atletas de seis etnias, segundo a Secretaria da Cultura. São elas: Apinajé, de Tocantinópolis; Krahô, de Itacajá; Xerente, de Tocantínia; Karajá, da Ilha do Bananal; Javaé, de Formoso do Araguaia; e outra Karajá, de Xambioá. Um aldeia foi montada na ilha, com 32 ocas para receber os atletas, dirigentes e imprensa. A área foi apelidada de "Aldeia Olímpica Indígena".

São 10 provas valendo medalhas no evento: futebol masculino, futebol feminino, arco e flecha, canoagem, arremesso de lanças, cabo de força (cabo de guerra), corrida de tora, corridas de 100 m, revezamento 4x100 m, corrida de 5 mil m e natação em águas abertas.

Também são disputados outros 26 esportes demonstrativos, sem valer pontuação. Alguns dos esportes são praticados apenas por algumas etnias, o que impede a disputa geral. Entre eles, estão o Jawari, em que dois times de 15 ou mais atletas ficam em um campo aberto com arcos e flechas. Um dos membros de cada equipe vai à frente e tenta desviar das flechadas do time oponente. Ganha quem derrotar o último adversário. A flecha utilizada é modificada pra que não machuque os participantes. É praticado apenas por índios do Alto Xingu (MT).

Outro esporte curioso é o Katulaywa, tipo de jogo de futebol em que a bola só pode ser arremessada com os joelhos. Apenas índios do Parque Nacional do Xingu disputam essa modalidade. Outro que usa bola, mas de marmelo, é o Tihimore, praticado por mulheres do povo Paresi, também do Mato Grosso.

Os Jogos dos Povos Indígenas ocorrem desde 1996, quando Goiânia sediou o evento. Curiosas histórias sempre acontecem, como em 2001, quando os povos Enawê Nawê, que viviam praticamente isolados, observaram um treino de Xikunahity (do povo Pareci), e disseram à organização que também praticavam o esporte. Assim, povos que jamais haviam se visto disputaram uma partida de um esporte em comum, mostrando a integração indígena que os jogos têm como objetivo.

O internauta Claudvargs Roberto de Aguiar, de Porto Nacional (TO), participou do vc repórter, canal de jornalismo participativo do Terra. Se você também quiser mandar fotos, textos ou vídeos, clique aqui.

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