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Ciclista morto em 2003 pode herdar título de Lance Armstrong

27 ago 2012 - 10h38
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O ciclista cazaque Andrei Kivilev, morto em 2003, pode ser declarado campeão da Volta da França de 2001. Kivilev, que ficou em 3° na primeira edição no século XXI da principal competição do ciclismo, pode ser postumamente beneficiado caso a União Internacional do Ciclismo (UCI, na sigla em inglês), além de confirmar a decisão da Agência Antidoping dos Estados Unidos (USADA) de retirar os 7 títulos do americano Lance Armstrong, considere também que o alemão Jan Ullrich, banido do esporte em 2012 por doping, não está apto a herdar a conquista.

A possibilidade de Kivilev ser declarado o vencedor mostra a dificuldade que a UCI enfrentará ao anunciar os novos vencedores da Volta da França de 1999 a 2005. Diversos dos adversários de Armstrong foram flagrados em exames antidoping durante ou após a época de domínio do americano.

Em 2000, por exemplo, os sete primeiros colocados da competição francesa, considerada a principal prova do ciclismo mundial, tiveram seus nomes envolvidos em algum escândalo de uso de substâncias ilegais para aumento de desempenho esportivo. O título poderia, portanto, ficar com o oitavo colocado, o espanhol Fernando Escartín.

A UCI ainda não divulgou se vai obedecer a decisão da USADA ou se vai levar a briga para tentar manter intactos os resultados da Volta da França ao Tribunal de Arbitragem Deportivo (TAS), corte máxima do esporte mundial, em Lausanne, na Suíça.

Kivilev, possível vencedor da Volta de 2001, morreu em uma acidente durante a segunda etapa da Paris-Nice de 2003. Sua morte provocou mudanças nas regras do ciclismo, levando a UCI a tornar obrigatório o uso de capacetes em competições.

Títulos mantidos

Lance poderia ter mantido a maioria de seus títulos da Volta da França caso tivesse cooperado com a investigação da USADA, afirmou no domingo Travis Tygart, diretor executivo da agência, em entrevista ao USA Today Sports.

Na última sexta-feira, a USADA puniu o atleta com uma proibição vitalícia e cancelou todos os resultados dele desde 1998, o que inclui os sete títulos da Volta da França, de 1999 a 2005.

A Agência determinou que Armstrong usou substâncias proibidas e transfusões de sangue para ganhar vantagem nas competições, e não teve dúvidas de sancioná-lo quando o mesmo se recusou a lutar contra o caso.

O estatuto de limitações para tais acusações é de oito anos, mas pode ser prorrogado em casos que envolvam encobrimento. A USADA disse que Armstrong e outros ocultaram fraudulentamente o doping desde a década de 1990.

De acordo com Tygart, se Armstrong tivesse lutado contra o caso teria sido bom para ele e para a agência, já que o ciclista perderia apenas os títulos de 2004 e 2005 da Volta da França, duas de suas sete principais conquistas.

Além disso, o diretor afirmou que a proibição de Armstrong poderia ser revista, caso ele realmente estivesse "limpo" das acusações. Segundo o representante da Agência Antidoping, a punição poderia ter sido reduzida se ele tivesse sido sincero e estivesse disposto a se reunir para ajudar o esporte a avançar para o bem da humanidade.

Andrei Kivilev, ciclista cazaque morto em acidente em 2003
Andrei Kivilev, ciclista cazaque morto em acidente em 2003
Foto: Divulgação
Fonte: Terra
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