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Olimpíada 2016

Romário vê ligação suspeita entre Nuzman e irlandês e pede investigação

2 out 2012 - 16h30
(atualizado em 3/10/2012 às 11h46)
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Impossibilitado de discursar nesta terça-feira na Câmara dos Deputados por falta de quórum, Romário publicou em seu site oficial o texto que seria lido na sessão, que discutiria questões relacionadas aos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro de 2016. O ex-jogador manteve sua postura crítica dos últimos meses e não poupou críticas ao presidente do Comitê Olímpico Brasileiro (COB), Carlos Arthur Nuzman, questionando o longo mandato do dirigente, que deve ser reeleito no próximo pleito da entidade, visto que é candidato único.

Há 17 anos no comando da entidade, Nuzman foi questionado pelo deputado sobre a venda de ingressos para a Olimpíada. Romário questiona a interferência de Patrick Hickey na distribuição de ingressos dos Jogos Olímpicos do Rio 2016. Segundo o ex-jogador, Hickey é amigo próximo do brasileiro dentro do Comitê Olímpico Internacional (COI). O irlandês estaria sendo investigado por suposta fraude na venda de entradas para outras edições da Olimpíada.

O deputado citou uma investigação da Comissão de Ética do COI sobre um suposto escândalo de distribuição de entradas para os Jogos de Inverno da Rússia, em 2014. Este envolveria Patrick Hickey e seu filho, Stephen, de forma secundária, graças à proximidade dele, funcionário do Hospitality Group, com o Grupo Marcus Evans. Os pacotes de ingressos vendidos pela empresa eram direcionados a um público elitizado, o que incomodou Romário.

"Eu gostaria de saber - talvez o Sr. Nuzman possa esclarecer ao Parlamento e à sociedade brasileira - se o Sr. Hickey costuma visitar o Rio para contribuir com os preparativos do evento, ou para sondar oportunidades de negócios para sua família. Afinal, eu soube de fonte segura que o filho dele trabalha numa subsidiária da empresa que ganhou, pela mão do Sr. Hickey, o direito de vender ingressos para os Jogos Olímpicos de 2016", publicou o deputado.

Romário deu sequência às críticas elencando perguntas ao presidente do COB sobre a venda de ingressos da edição brasileira do evento. A restrição da Olimpíada à população rica é a maior preocupação expressada pelo ex-jogador, que sugeriu a vinda de Patrick Hickey ao Brasil para ser ouvido pela Comissão de Turismo e Desporto da Câmara dos Deputados.

A Comissão, que tem o deputado como um de seus membros, foi citada novamente após críticas ao furto de documentos realizado por membros do Comitê Organizador Local (COL) em Londres, classificado como "vergonhoso" por Romário. O ex-jogador ainda lembrou de um episódio dos Jogos Pan-Americanos de 2007 que envolveu a cópia de dados de uma empresa por um membro do Comitê Organizador.

Por fim, o deputado federal cobrou do ministro Aldo Rebelo e da presidente Dilma Rousseff a fiscalização do COL no que se refere à venda de ingressos dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos de 2016, além de auditar a origem e aplicação dos recursos públicos destinados ao COB e as contas da mesma entidade.

"Mais do que nunca, é preciso que a Presidenta Dilma e o Ministro Aldo Rebelo se mantenham firmes e não recuem da decisão de só repassar recursos públicos a entidades que modernizarem seus estatutos e limitarem os mandatos dos seus dirigentes. Essa é uma tendência mundial. O Comitê Olímpico Internacional já alterou o seu estatuto, que agora só permite uma reeleição. E o Comitê Paralímpico Brasileiro adotou esse preceito democrático de maneira espontânea", concluiu Romário.

O Terra tentou, sem sucesso, entrar em contato com o Comitê Organizador dos Jogos do Rio de Janeiro 2016. O Comitê Olímpico Brasileiro (COB), por sua vez, afirmou através de sua assessoria de imprensa que não se pronunciaria sobre o assunto.

Deputado questionou relações de Nuzman com membros do COI em seu site
Deputado questionou relações de Nuzman com membros do COI em seu site
Foto: Reuters
Fonte: Terra
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