PUBLICIDADE

Olimpíada 2016

Paes apresenta Parque Olímpico e defende remoções em zonas de risco

20 nov 2012 - 15h08
(atualizado às 16h23)
Compartilhar
Marcus Vinicius Pinto
Direto do Rio de Janeiro

O ritmo de obras para os Jogos Olímpicos começa a avançar na cidade do Rio e com ela aumentam também os problemas e as polêmicas para a prefeitura. Durante esta terça-feira o prefeito Eduardo Paes convidou os jornalistas estrangeiros que começam a chegar ao Rio para os grandes eventos que se aproximam. Foram visitas às obras do corredor de ônibus expresso que vai ligar o Aeroporto Internacional do Galeão ao Parque Olímpico, o próprio Parque Olímpico e à futura Vila Olímpica dos Atletas.

As principais polêmicas se relacionam com Velódromo, píer em "Y" no Porto Maravilha (para aumentar a capacidade hoteleira sem necessidade de obras), construção de um hotel em área ambiental e remoção das pessoas Comunidade da Vila Autódromo e de outras duas localidades no centro da cidade, na ponta do Parque Olímpico e no que antes era o autódromo de Jacarepaguá.

Questionado sobre vídeos que mostram moradores de áreas do Morro da Providência e da Mangueira, na zona central da cidade, admitindo que são obrigados a deixar suas casas, Paes respondeu: "essas são obras da prefeitura, e que nada têm a ver com a Olimpíada. Quem faz vídeo, só faz agora. Quando chove e cai o barranco, ninguém volta lá para mostrar. A prefeitura está tirando essas pessoas de zona de risco", disse, admitindo que apenas a remoção da Vila Autódromo é que interessa ao projeto olímpico. "Isso vem sendo tentado pela prefeitura na justiça desde o governo anterior" afirmou.

De acordo com o cronograma de obras apresentado no evento pela presidente da Empresa Olímpica Municipal, Maria Silvia Marques, pôde-se ver que a remoção das pessoas da Vila Autódromo será feita até o quarto trimestre de 2013.

"Quando fizemos o concurso para o Plano Master do Parque Olímpico, não constava a remoção da Vila Autódromo porque eu queria ter, antes, uma opção para essas pessoas. Agora a prefeitura tem o terreno e tem o projeto da Vila Carioca, para onde elas serão levadas assim que os apartamentos estiverem prontos", disse Paes, afirmando que o projeto vai beneficiar apenas pessoas carentes do local.

"É uma região protegida e que não poderia ter nada construído ali. Além das pessoas pobres, tem muita gente que tem oficina, lojas. Essas pessoas vão ter que sair", disse. No novo Plano Estrutural do Parque Olímpico a atual Vila Autódromo vai abrigar o Centro de Mídia (MPC), estacionamentos e estruturas provisórias da organização dos Jogos.

Sobre a polêmica envolvendo o projeto do píer em forma de "Y" no Porto Maravilha, Eduardo Paes reafirmou que não gosta do projeto onde ele está pensado, já que, com a quantidade de navios que pode suportar, taparia a visão do Museu do Amanhã, do Mosteiro de São Bento, e de grande parte da zona revitalizada.

"Esteticamente seria melhor que ele fosse mais para dentro, mas é um projeto de responsabilidade do Governo Federal e já mostrei minha posição", disse Paes. Para o prefeito, de acordo com os responsáveis pelo Porto, o local onde o píer está previsto é o melhor para manobras dos navios de cruzeiro. Após o evento, fontes ligadas à prefeitura garantiram que existe uma negociação em curso para tentar resolver o problema, mas que ninguém está autorizado a falar sobre o tema. A prefeitura teme que a cidade não consiga alcançar até 2016 a capacidade de hotéis previstos pelo Comitê Olímpico Internacional.

Por último, Eduardo Paes respondeu com firmeza às críticas do presidente da Federação de Ciclismo, que disse que vai entrar na justiça para ter um lugar para treinar, já que o velódromo construído para o Pan-Americano de 2007 será demolido.

"Vou afirmar que o novo velódromo que será construído no Parque Olímpico será definitivo e de alta qualidade. É inaceitável que um presidente de Federação faça demagogia. Ele está preocupado é com o desconforto de treinar em Goiânia. Se eu fosse ciclista, também preferia treinar no Rio", disse o prefeito, frisando que caso o velódromo fosse mantido teria que passar por obras, o que impediria sua utilização de qualquer forma.

Os equipamentos do velódromo serão transferidos provisoriamente para Goiânia. O novo velódromo faz parte dos quatro equipamentos esportivos que serão construídos definitivos no Parque Olímpico, junto com o novo Centro de Tênis, um novo Parque Aquático e uma quadra de handebol, que será desmembrada e reconstruída depois como quatro novas escolas municipais.

Por fim, Eduardo Paes falou sobre a construção do campo de golfe e de um hotel em áreas de preservação ambiental. "O campo de golfe vai ser construído em área completamente degradada, que faz parte da APA de Marapendi. O que vai se perder de vegetação natural é pouca coisa", afirmou.

Em relação ao hotel resort, cuja construção foi autorizada na Prainha, uma área praticamente inexplorada da capital, Paes diz que é um ganho para a cidade. "Não é porque é uma área preservada que não pode construir nada. Vamos mudar a lei para criarmos ali um parque e proteger o lugar de verdade", justificou.

Eduardo Paes e Maria Silvia Marques creem que remoções irão beneficiar moradores
Eduardo Paes e Maria Silvia Marques creem que remoções irão beneficiar moradores
Foto: J.P.Engelbrecht / Divulgação
Fonte: Terra
Compartilhar
Publicidade