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Terra na Copa

Londres ouve jovens para Olimpíada 2012

29 abr 2010 - 20h41
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Especialista em gestão de grandes eventos, o português Miguel Moital, que percorre o mundo realizando palestras, foi o entrevistado de Wanderley Nogueira no Esportes Show.

Os próximos grandes eventos que serão realizados no Brasil - Copa do Mundo 2014 e Jogos Olímpicos 2016 - foram os assuntos abordados com o português. Segundo ele, o Brasil terá a oportunidade de ouro para mudar a imagem que as pessoas de fora têm do País. "São desafios muito grandes", alerta.

Com formação em Turismo, Moital, que concluiu o doutorado na Inglaterra, avisa que o tempo passa muito rápido e, por isso, é preciso agilidade. "É importante trabalhar rápido, angariar recursos humanos com vista à organização para esses que são os dois melhores eventos do mundo."

Segundo Miguel Moital, as questões sociais do Brasil são negativas, a não ser futebol, Amazônia e Carnaval. "O que tem ocupado espaço da mídia no exterior sobre o Brasil são as enchentes que assolaram o Rio de Janeiro", diz.

O português, que vem ao Brasil com frequência, não cansa de elogiar a parte gastronômica brasileira. Mas tem sua preferência. "São Paulo me inspira muito nessa área", enaltece Moital.

Um dos itens que precisam ser revistos para Copa do Mundo e Olimpíada, o transporte público, de acordo com Miguel Moital, precisa passar por melhorias. "Poderia ser melhor", opina.

O português explica que os aeroportos brasileiros são de boa qualidade, mas alguns poderiam ser mais bem estruturados. "Precisa de um pouco mais de conforto, mas a base da maioria é boa."

Segurança, preocupação em qualquer lugar do mundo, tem o aval do especialista em eventos. "Nunca fui assaltado no Brasil e já fui em Lisboa. Creio que o País terá segurança suficiente para os eventos."

Já a parte hoteleira não tem objeção. "Há hotéis para todos os gostos. Os hoteleiros vão aproveitar a oportunidade. O treinamento da língua inglesa para as pessoas dos hotéis, por exemplo, é um bom legado."

Miguel Moital também diz que os eventos têm de ser visto como uma oportunidade para mudar a auto-estima da população. Moital viu de perto alguns eventos que o país português recebeu, recentemente. "Na Expo 98, em Lisboa, criou-se nova cidade dentro da cidade. Hoje tem o parque das nações, e todo metro quadrado desse novo espaço, cerca de 4 km, tinha um destino, tudo projetado para depois da Expo 98", comenta.

Mas o português explica que a Eurocopa 2004 foi diferente, pois nem todos gostam de futebol. "Nem todos concordam com o investimento. Foram construídos estádios demais para o país. No caso da minha cidade, Leiria, no centro do país, foi construído estádio para 30.000 pessoas. Manutenção tem um custo enorme."

A participação da comunidade é fundamental. "Se não escutarem as pessoas, podem tê-las contra", analisa o especialista em eventos. "É preciso contar com ajuda do povo."

Na Inglaterra, que se prepara para os Jogos de 2012, as pessoas ouvem os responsáveis pelo evento. "Elas perguntam: em que ele poderá servir para mudar a saúde da população, se ele vai ser estimulante para as pessoas praticarem exercícios?", explica.

O espírito dos jogos é paz, relação humana, tem que começar cedo. Para isso, a capital inglesa preocupa-se, excessivamente, com os jovens adolescentes. "Nada melhor que uma ligação muito próxima com escolas para criarem raízes. Muitas vezes são programas organizados, muitos eventos, que tentam inspirar os alunos dentro do espírito do 'olimpismo'."

Os jovens são instruídos pelas escolas a criarem eventos ao vivo. Os alunos o organizam como se fosse verdadeiro. "Eles já entram no espírito olímpico", diz Moital.

A criatividade, nesse caso, é muito importante. A importância de voluntários nesses tipos de eventos é destacada pelo português. "É uma oportunidade que as pessoas têm de conquistarem um emprego, pois aumenta a auto-estima."

Londres ouve jovens para Olimpíada 2012:
Fonte: Terra
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