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Terra na Copa

Operários do Maracanã fazem paralisação e ameaçam greve, diz sindicato

18 fev 2013 - 13h07
(atualizado às 18h45)
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Diante da pressão para a conclusão da reforma do Maracanã a tempo para a Copa das Confederações, os operários que trabalham na obra decidiram fazer uma paralisação de advertência, nesta segunda-feira, para pressionar as construtoras a avançar nas negociações por melhores salários. Os funcionários também ameaçaram entrar em greve se não forem atendidos, disse o líder de um sindicato.

<p>Previsto para ser entregue em dezembro de 2012, Maracanã ainda não está pronto</p>
Previsto para ser entregue em dezembro de 2012, Maracanã ainda não está pronto
Foto: Daniel Basil/Portal da Copa/ME / Divulgação

"Estamos em período de negociação com as construtoras e nossos pedidos não foram aceitos. O pessoal (operários) está voltando para casa", disse o diretor do Sindicato da Indústria Pesada do Rio de Janeiro, Wagner Antunes Siqueira.

"Foi uma advertência para as construtoras. Vamos esperar uma mesa de negociação até sexta-feira. Se não houver, segunda-feira (dia 25) tem assembleia para uma greve por tempo indeterminado", acrescentou.

O Maracanã é um dos quatro estádios ainda em obras para a Copa das Confederações entre os seis previstos para receber jogos da competição de 15 a 30 de junho, que serve como torneio preparatório para a Copa do Mundo de 2014.

O prazo original da Fifa para a conclusão das arenas era 31 de dezembro de 2012, mas apenas a Arena Castelão (Fortaleza) e o Mineirão (Belo Horizonte) ficaram prontos dentro no cronograma. Assim como o Maracanã, ainda estão em obras os estádios de Brasília, Recife e Salvador.

A paralisação das obras no Maracanã, estádio que será palco da final da Copa das Confederações e também do Mundial de 2014, aconteceu no mesmo dia em que uma das várias equipes técnicas da Fifa faz uma visita às obras.

Segundo o sindicalista, praticamente não houve atividades nesta segunda. Os operários fizeram uma assembleia para decidir os rumos da paralisação e estão sendo dispensados no turno da tarde, acrescentou.

O consórcio responsável pela obra, formado pelas construtoras Odebrechet e Andrade Gutierrez, não confirmou a paralisação.

Os trabalhadores da reforma do Maracanã reivindicam um aumento salarial e de benefícios, como vale-alimentação e plano de saúde familiar. "Se as construtoras não chegarem ao que a gente quer, a situação pode se estender", afirmou o diretor sindical, acrescentando que as negociações se arrastam desde dezembro.

As obras do Maracanã acontecem atualmente em três turnos e mais de 5 mil operários estão envolvidos para tentar concluir a obra de quase R$ 900 milhões o quanto antes. Por enquanto, apenas um evento-teste está confirmado: o amistoso entre Brasil e Inglaterra em 2 de junho, na partida de reabertura do estádio.

A obra se encontra em um momento considerado delicado pelos engenheiros: a colocação da lona que servirá de cobertura para os mais de 70 mil espectadores da nova arena. A previsão da conclusão do Maracanã é maio.

Recentemente, as autoridades do Rio se envolveram em uma polêmica com o Ministério Público sobre a desapropriação e demolição do antigo prédio do Museu do Índio, que fica ao lado do Maracanã.

A demolição do museu para a construção de um estacionamento está prevista no projeto de reforma do estádio para a Copa do Mundo, mas um grupo de indígenas que vive no local se recusou a sair e realizou uma série de manifestações. As autoridades decidiram suspender temporariamente a demolição do museu.

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