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Palmeiras completa 20 anos de fim de jejum, vingança e glória

12 jun 2013 - 06h56
(atualizado às 08h05)
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O Palmeiras está em festa nesta quarta-feira, 12 de junho. Nesta data, há exatos 20 anos, o time encerrou a sequência de 16 anos sem títulos ao vencer o Corinthians na final do Campeonato Paulista de 1993. A consagração - a primeira da era Parmalat - devolveu a glória ao clube, que de quebra se vingou dos adversários, do arquirrival e do atacante Viola.

O Palmeiras entrou em campo na tarde de sábado diante de R$ 104 mil pagantes no Morumbi, em jogo que teve renda de mais de 18 bilhões de cruzeiros reais, moeda da época. Para ser campeão, precisaria de dupla vitória naquele mesmo dia, de acordo com o regulamento da competição. No jogo de ida, o Corinthians venceu por 1 a 0. Assim, o Palmeiras precisaria triunfar no tempo normal e novamente na prorrogação. Se o arquirrival perdesse nos 90min, mas levasse a melhor no tempo extra, ficaria com o título.

O Corinthians, que também enfrentara jejum cruel de títulos, encerrado em 1977, tinha a seu favor o direito de jogar pelo empate – inclusive na prorrogação. A vitória no primeiro jogo foi concretizada com gol de Viola, que na comemoração imitou um porco. Essa foi a injeção extra de rivalidade que faria daquele 6 de junho um dia de tensão e ansiedade, principalmente para os palmeirenses, que no ano anterior haviam perdido a final para o São Paulo.

O jogo

<p>Evair foi o destaque da final</p>
Evair foi o destaque da final
Foto: Gazeta Press

Vanderlei Luxemburgo mandou o Palmeiras a campo com Sérgio; Mazinho, Antônio Carlos, Tonhão e Roberto Carlos; César Sampaio, Daniel, Edílson e Zinho; Edmundo e Evair. A preleção para a partida foi diferente: o técnico mostrou vídeos de alguns lances, depoimentos de familiares dos jogadores e, no final, a imagem de Viola rastejando de quatro no gramado como um porco, enquanto era abraçado por seus companheiros. “Preciso falar mais alguma coisa?”, indagou aos jogadores. A vingança, definitivamente, foi um dos elementos que acompanharam os palmeirenses ao gramado.

No geral, o Palmeiras dominou a partida e, com tabelas rápidas e a movimentação do quarteto Zinho, Edmundo, Edílson e Evair, chegou ao gol adversário diversas vezes. Mas esteve sempre à mercê do Corinthians, que assustou em poucos momentos. Ainda no primeiro tempo, por exemplo, Neto cobrou falta da intermediária e obrigou Sérgio a espalmar por cima do gol. Antes, o mesmo camisa 10 levara perigo com chutes de média distância, sua especialidade.

Além disso, a partida foi muito nervosa e violenta. No primeiro tempo, Edmundo deu carrinho alto com os dois pés ao tentar bloquear o lateral Paulo Sérgio na ponta direita; acabou passando por cima da bola e só não acertou o corintiano porque ele desviou. Mesmo assim, levou apenas cartão amarelo. Aos 26min, Antônio Carlos acertou cotovelada no rosto do meia Neto ao cortar lançamento, em mais uma jogada violenta.

Aos 36min, Edílson recebeu no meio-campo pela esquerda, carregou e passou no meio para Edmundo, que acabou travado por Henrique; ao cair, o corintiano tocou a bola na tentativa de afastá-la, mas Evair ficou com a sobra e, de costas para o gol, jogou na direita para Zinho, que puxou-a com a perna esquerda e bateu cruzado para abrir o placar. Foi um dos raros gols que o camisa 11 palmeirense faria com o pé direito. 1 a 0 Palmeiras.

<p>César Sampaio é seguido de perto por Adil</p>
César Sampaio é seguido de perto por Adil
Foto: Gazeta Press

Pouco depois, o mesmo Henrique tentou bloquear arrancada de Edílson no meio-campo, chegou atrasado e fez falta dura. Acabou expulso após levar o segundo cartão amarelo. O capitão e goleiro Ronaldo saiu do gol e correu até o meio-campo para contestar o árbitro José Aparecido de Oliveira e recebeu cartão amarelo. Já no segundo tempo, o goleiro seria expulso também, por derrubar Edmundo fora da área para cortar longo lançamento, aos 15min. Tonhão, zagueiro que puxara o contra-ataque, correu para tirar satisfações pela falta dura e se chocou com Ronaldo, que simulou ter levado uma cabeçada. O lance gerou a expulsão do zagueiro do palmeiras.

O segundo gol do Palmeiras saiu aos 29min, em grande jogada de Mazinho, que recebeu a bola pela esquerda, invadiu a área, passou por Marcelo e cruzou rasteiro para Evair empurrar para dentro. Já aos 38min, Evair recebeu passe dentro da área e bateu colocado; Wilson, substituto no gol, desviou; a bola pegou na trave e ficou fácil para Edilson completar, marcando o terceiro do Palmeiras. No tempo normal, a vitória estava garantida. O time precisaria vencer também na prorrogação.

O jogo no tempo extra manteve a toada: o Palmeiras em cima, criando boas chances – uma delas incrível, com Edílson chutando por cima do gol de dentro da pequena área -, e o Corinthians tentando criar e, principalmente, contra-atacar. Aos 10min do primeiro tempo, Edmundo invadiu a área, tentou cortar e Ezequiel e, ao insistir na jogada pela direita, acabou puxado e derrubado. O árbitro marcou pênalti, o que revoltou os jogadores corintianos. Ezequiel recebeu o cartão vermelho, o terceiro do time de Parque São Jorge na decisão.

Evair foi para a cobrança. Com a distância que tomou, saiu da área, e de lá correu pausadamente, quase pulando. Chutou rasteiro no canto direito de Wilson, que escolheu o lado oposto. O gol não encerrou o confronto, mas até o final o Corinthians nada pôde fazer para evitar o primeiro título palmeirense em 16 anos. Foi a primeira de uma série de conquistas do clube em parceria com a Parmalat. Ainda viriam dois Brasileiros e uma Copa Libertadores, entre outros.

Fonte: Terra
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