Alvo da Mancha, Valdivia dá camisa a são-paulino e se torna exemplo

11 mar 2013 - 19h31

(atualizado às 23h50)

Três dias após ter escapado de agressões da organizada Mancha Alviverde, Valdivia virou exemplo de tentativa de paz no futebol no Palmeiras. Nesse domingo, após o empate com o São Paulo no Morumbi, o chileno atendeu ao pedido de um torcedor adversário e entregou sua camisa a ele.

A solicitação ocorreu após o meia dar entrevistas no campo. Um garoto com a camisa tricolor gritou "Valdivia, por favor, você pode me dar essa camisa?". O jogador prontamente retirou o uniforme e jogou para o fã. "Obrigado", agradeceu o menino, exibindo o presente com um sorriso.

"O futebol mexe muito com as emoções de pessoas, crianças, idosos. É legal. O futebol é gostoso assim. Foi uma atitude bacana", elogiou o zagueiro e capitão Henrique em entrevista ao Sportv.

O ato de Valdivia mudou um pouco o foco de tensão que o clube tenta eliminar no cotidiano do time. O presidente Paulo Nobre tenta fazer sua parte e já cortou qualquer relacionamento com as organizadas, além de indicar mais cuidado aos atletas.As medidas são uma resposta à confusão em aeroporto de Buenos Aires na quinta-feira, dia seguinte à derrota para o Tigre, na Libertadores. No aquecimento antes do jogo, Valdivia fez gestos obscenos, segundo ele, só para Zeca Urubu, membro da Mancha, mas os demais integrantes, ao encontrarem o meia no aeroporto, tentaram agredi-lo e só não conseguiram porque os outros jogadores formaram um paredão à frente do chileno. Os torcedores, então, passaram a atirar xícaras e os estilhaços de uma dela cortou a orelha de Fernando Prass.

"Você se contagia vendo crianças e idosos torcendo e chorando por seu time. A violência não leva a nada. Pelo contrário, às vezes até inibe um jogador de vir para um clube", lembrou Henrique. "Tem muita criança em estádio, e alguém pensa em fazer maldade... Tem que ir para torcer", prosseguiu o capitão.