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Choro de Valdivia no vestiário emociona jogadores do Palmeiras

22 jun 2012 - 17h29
(atualizado às 17h56)
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Autor do gol que definiu o empate e selou a classificação do Palmeiras para a final da Copa do Brasil, na noite da última quinta-feira, o meia Valdívia tirou a camisa, deu um forte abraço no técnico Felipão e não conseguiu segurar a emoção no dia em que fez as pazes com o torcedor palmeirense. No vestiário, o chileno chorou e contagiou a todos os companheiros.

Emocionado, Valdivia decide jogo e reconquista o torcedor palmeirense
Emocionado, Valdivia decide jogo e reconquista o torcedor palmeirense
Foto: Léo Pinheiro / Terra

» Qual a maior conquista amorosa de um jogador brasileiro? Foi o lateral Juninho quem entregou as lágrimas contidas por Valdivia dentro de campo, mas derramadas dentro das dependências da Arena Barueri. O ala deu a assistência para o gol do chileno ao receber um passe do próprio camisa 10, que eliminou o Grêmio e classificou o Verdão para a decisão da Copa do Brasil.

"Eu conheço pouco o Valdivia, mas só de olhar para ele emocionado no vestiário, chorando, dá para sentir que ele compartilhou com todos nós esse momento complicado que ele vem passando. Estamos dando total apoio e ficamos bem felizes pelo que aconteceu ontem à noite", comentou Juninho, após o treino desta sexta-feira, na Academia de Futebol.

Há duas semanas, o chileno sofreu um sequestro relâmpago e ficou quase três horas na mira de um revólver, ao lado da esposa Daniela. No dia seguinte ao trauma, Valdivia viajou ao Chile e teve o futuro no Palmeiras colocado em xeque. Passado o estresse, o jogador foi relacionado pela primeira vez diante do Grêmio e não decepcionou ao torcedor que quase lotou a Arena Barueri e chegou a gritar "Eo, eo, o Valdivia é um terror" antes de Felipão colocá-lo na vaga de Daniel Carvalho.

Juninho confessa que nunca passou por trauma semelhante ao do companheiro, mas comemora a volta por cima determinada pelo gol e pela classificação para a final: "todos nós ficamos muito felizes de ter acontecido com ele, que é merecedor disso e passa por um momento complicado. O que ele sentiu, todos nós sentimos".

Entenda o caso

Jorge Valdivia foi vítima de um sequestro relâmpago na noite da quinta-feira, dia 7 de junho, na Avenida Sumaré, na zona Oeste de São Paulo. O jogador foi rendido um homem armado e ficou durante quase três horas como refém até ser libertado na frente da Academia de Futebol, na Avenida Marquês de São Vicente. O chileno não sofreu ferimentos e teve R$ 1 mil roubados (máximo permitido para saques em caixas eletrônicos no horário).

No momento do sequestro, Valdivia estava acompanhado da mulher, Daniela Aránguiz, que ficou impressionada com o acontecimento e pediu para retornar ao Chile. O camisa 10 foi dispensado da partida de sábado (dia 9) contra o Atlético-MG, no Estádio do Pacaembu, e autorizado a viajar a Santiago na manhã da sexta. O meio-campista havia dito que se reapresentaria na segunda (11).

Em entrevista à emissora chilena TVN, porém, Daniela disse que havia sofrido uma tentativa de agressão sexual dos sequestradores e frisou que não regressaria a São Paulo. "Quando ficamos sozinhos, ele (sequestrador) tentou me tocar. Eu não posso voltar ao Brasil. Tínhamos uma vida, compramos um apartamento, mas eu e meus filhos não vamos voltar", assegurou.

Ciente dos problemas, o Palmeiras admitiu alongar o prazo para que Valdivia se reapresentasse. Gerente de futebol da equipe alviverde, César Sampaio declarou que o meia estava "bem abalado" com o ocorrido e que era necessário "respeitar o lado humano e dar o apoio necessário". O dirigente afirmou que o camisa 10 deveria retornar "quando estivesse bem" e "com a cabeça no clube".

Valdivia, aliás, não se reapresentou na data inicialmente marcada e faltou ao treinamento realizado na manhã de 11 de junho. O meia, porém, embarcou na companhia do pai (e sem a mulher) em Santiago a caminho do Brasil para se reapresentar ao Palmeiras. Contudo, o volante Claudio Valdivia, irmão mais novo do palmeirense, informou que o atleta está disposto a deixar o Palestra Itália.

"A ideia é voltar ao Brasil para conversar com os dirigentes e chegar a um acordo. O Jorge não está bem e viajará nosso pai com ele, para que veja o assunto do contrato. Talvez seja possível ver uma cláusula para deixar (o Palmeiras) e jogar em outro país. Ele quer estar com a família e não conseguirá isso lá (no Brasil)", disse Claudio Valdivia, que chegou a defender o Palmeiras B durante a primeira passagem do chileno pelo clube.

Na quinta (14), Valdivia deu entrevista na Academia de Futebol do Palmeiras e relatou o caso de sequestro aos jornalistas. O chileno admitiu que sofreu ameaças de morte durante o período em que esteve com o criminoso e que ficou abalado por vários dias. Durante a entrevista, inclusive, o camisa 10 não garantiu permanência no clube do Palestra Itália.

No dia seguinte, entretanto, Valdivia voltou a treinar com o restante para o Campeonato Brasileiro. Após a movimentação, o chileno, os representantes e a diretoria alviverde se reuniram e definiram que ele permanecerá no Palmeiras, ao menos, até o final da participação do time na Copa do Brasil.

Gazeta Esportiva Gazeta Esportiva
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